Cuidado com rosas pretas!
Elas são extremamente raras, exóticas e donas de uma beleza inimaginável. Mesmo que seja tomado o devido cuidado com seus espinhos, também é preciso saber que elas serão sua morte. Exatamente como Alexandra Laurent. Gu...
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Algumas semanas antes...
"Carpe Diem"!
Sempre haviam dito isso para mim: como aproveitar a minha vida. Na verdade, não era um conselho, mas um método de controle. As pessoas sempre estão dizendo umas para as outras como elas querem que se divirtam e se alegrem. Pessoas sempre mandam em pessoas. No entanto, elas se esquecem de que a própria vida já está fodida o suficiente para que possa haver um... Carpe diem.
Para mim, era a mesma coisa.
Nós passamos grande parte da vida tão preocupados com o futuro e todas as coisas que precisamos fazer... Que acabamos esquecendo-nos de que a morte está em uma realidade mais próxima do que imaginamos. Foi em um dos momentos mais difíceis da minha vida em que eu aprendi isso. E, infelizmente, eu só percebi isso quando meus olhos já estavam pregados no caixão de mármore, percebendo todo o furacão de sentimentos e emoções que se chocou fortemente contra mim — agonia, tristeza, luto.
— ...Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantas, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar... — A fala do padre prevaleceu por mais alguns minutos.
Continuei encostada contra o carvalho velho e alto do cemitério, a cerca de uns dois metros de onde estava o caixão. O cheiro da casca úmida era melhor do que as flores fúnebres. Deixei minhas mãos dentro do bolso quente do casaco e levantei o olhar para ver os que estavam presentes — não eram muitos.
Ao lado esquerdo do caixão, Hana Haruno estava abraçada com Lorrane Moreau, ambas tão distraídas com as próprias lágrimas que mal perceberam minha presença. Ao lado, Maria Flores estava de olhos fechados, concentrada no discurso enquanto segurava seu próprio terço — era como se aquilo fosse a única coisa que a mantinha em pé. Fora isso, havia mais alguns familiares e jovens aleatórios que eu julgaria serem suicidas, como queriam que eu acreditasse que minha amiga foi. Um deles jogou o cigarro que estava fumando no chão e apagou-o com o pé.
Quem é você?, perguntei-me em um silêncio confuso.
O jovem deu passos pesados na direção do caixão, amassando a grama molhada pela garoa fina que cobria Paris. Sua presença não era somente marcante devido às tatuagens que adornavam a pele bronzeada, mas pela altura impressionante e a expressão derrotada no rosto bonito. Ele deixou flores em cima da madeira do caixão e ficou longos cinco minutos parado.
— Descanse em paz, — ele disse em alto e bom som, com a voz grave e trêmula — Lili.
Seus olhos castanhos fixaram-se por um bom tempo no caixão. Então, suas mãos deixaram as lindas rosas brancas caírem com um baque sobre o caixão de Lilian Sproun.