Julgamento final

489 76 55
                                    

O Sol nasceu. Os pássaros cantavam no meu jardim. Minhas flores estavam desabrochando conforme os raios solares iam se aproximando delas. O ar estava leve, a brisa calma e o céu aberto. Tudo estava voltando ao normal. Bem... Quase tudo! Eu já não morava com Hongjoong, não tinha Yeosang como o meu melhor amigo e companheiro de trabalho, não encontraria mais Wooyoung pelos corredores do departamento e eu já não era a mesma. Mas mesmo assim as coisas estavam voltando ao normal. Exceto pelo julgamento de Hong. É hoje que o juiz vai dar a voz do seu destino. Por mais que ele tenha matado inúmeras pessoas, eu espero que Hong pague pelos seus crimes de cabeça erguida e mente aberta. Gostaria de encontrá-lo novamente depois. Antes de qualquer relacionamento, Hongjoong se tornou um grande amigo. Quando Yunho foi prendê-lo, ele me disse que estava disposto a recomeçar. Espero que seja verdade.

Eu estava no quintal da minha casa, sentada no gramado. Precisava de um tempo sozinha para pensar em tudo que ocorreu nos últimos dias. Anteontem eu havia matado Moonbyul e presenciado a morte de Wooyoung debaixo dos meus pés. Lembro-me muito bem de Wheein ao ver o corpo do marido no helicóptero. Ela não saiu do seu lado a viagem inteira, mas também não nos direcionou uma única palavra sequer.

Seu velório foi ontem, mas eu prefiri não ir. Os familiares de Woo o enterraram no extremo norte, local onde nasceu, mesmo Wheein e eu sabendo que lá era o último lugar que ele gostaria de ser enterrado. Mas com família não se discute. Por conta do velório, o departamento não abriu ontem, e hoje também não abriria. Tínhamos uns outros assuntos pendentes a concluir:

- Ei docinho... – Mingi saiu da cozinha e veio se juntar a mim no gramado do jardim – Porque está aqui fora tão cedo? – ele se sentou do meu lado e levou uma de suas mãos a minha cabeça para me acariciar.

- Precisava pensar um pouco! – me virei para olhar o mesmo.

- Tenho medo de quando você pensa demais! – Mingi falava baixo – Já sabe quando vai tirar esse nano rastreador de dentro de você? – eu nem estava me lembrando disso, mas era verdade, eu tinha que tirar isso do meu corpo.

- Verei isso depois, agora estou preocupada com o julgamento de Hongjoong. – Mingi revira os olhos.

- Eu deveria tê-lo matado quando tive chance! – disse fechando o seu punho.

- Se tivesse feito isso não estaríamos juntos agora! – soltei em um tom alto. Com essas palavras, Mingi volta a me encarar com um olhar caído de pedido de desculpas – Deixa pra lá meu bem. – me afastei um pouco dele para poder me deitar e colocar a minha cabeça sobre o seu colo. Mingi me olhou com carinho e continuou a acariciar a minha cabeça.

- Eu te amo muito sabia? – Mingi falou mais pra si do que pra mim – Não suportaria vê-la em tal situação novamente!

- Ah não? – perguntei ironicamente fazendo Mingi franzir a testa – Pois pra mim você estava bem calmo. “E aí galera!” – imitei a sua voz em tom de gozação.

Mingi parou de me acariciar. Sentei novamente o encarando confusa, mas Mingi foi rápido. Ele me puxou para si e me fez ficar sentada em seu colo. Seu olhar estava repleto de felicidade e desejo. Adoro isso. Aqueles olhinhos semicerrados com um sorriso de tirar o fôlego. Este homem é só meu. “Sou realmente uma mulher de sorte!” Coloquei as minhas mãos em seu rosto e iniciei um beijo lento e doce. Mingi colocou as suas mãos na minha cintura e me apertou forte. Dentro de todas as minhas preocupações dos últimos dias, estar com Mingi era o meu melhor refúgio. O nosso beijo lento e delicado estava tão bom. Mingi passava as suas mãos grandes pela minha cintura até chegar a barra de minha camisa. Passou as suas mãos macias por ela começou a apertar as minhas costas me pressionando contra si. Estávamos tomados pelo prazer de se ter um ao outro. Começo a dar leve mordidas em seu lábio inferior conforme a intensidade do nosso beijo, mas infelizmente somos interrompidos por batidas na porta da frente:

Uma bela mentira - ATEEZ (VOL.1)Onde histórias criam vida. Descubra agora