Capítulo XIV.

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    O Manicômio

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    O Manicômio.

    Os corredores escuros da prisão para loucos se estendem para além do imaginável, não há janelas por onde o ar possa ventilar, o que guarda aquele cheiro de mofo e mijo no ambiente. Não dá para se dizer que tipo de alucinações brotam em sua cabeça a medida que avança por aquele lugar asqueroso. Seria efeito da maluquice? A doença mental que te contagia? Ou apenas, um reflexo da sua própria psique perturbada.

   Michelle sente seu sangue correr dentro de suas vezes, cada vez mais rápido, a beira de um ataque cardíaco. Não consegue entender como seus colegas continuam plenos enquanto caminham na casa do possível. Seria burrice a dela? O nervosismo, um monstro rastejante do psicológico humano, brincando com seu amigo, o medo, de afligir a pobre garota.

   As risadas alucinadas vindas de inúmeras portas trancadas por grossas correntes da ignorância humana arrepiam involuntariamente os cabelos da jovem amaldiçoada. São pessoas com mentes perturbadas que se escondem na escuridão de sua própria sombra. Cabeças cheias de mistérios que nem mesmo a ciência pode desvendar. Esse é o lar dos malucos, o ponto final de toda humanidade. Quem não é louco? Seria mesmo possível a racionalidade da espécie humana em conformidade com seus monstros internos? Essa guerra não tem nenhum destino além do manicômio. É ali, talvez, que irá se construir o futuro de todos aqueles que hoje dizem enfrentar a besta. Michelle, sente isso dentro de si.

   O poder é a busca pelo egoísmo daqueles que pensam demais, quando misturado com o medo, simples medo de ter medo, faz nascer o piores dos monstros que Michelle, ou qualquer um, pode enfrentar. Nascem os pensamentos. Um conjunto de ideias abstratas que ainda não foram introduzidas ao córtex humano, a razão.

   As pernas da garota tremem, o suor umedece a suas mãos e a visão se torna cada vez mais fraca e vacilante. Sintomas, esses, de uma crise de pânico. O medo já se apossou da grandiosa guerreira. Ela sente a presença de Zanathus naquele lugar. Ela sente a força que emana de algo, ou alguém, nas profundezas abaixo de seus pés.

   Michelle. Seu nome vem a cabeça dito pela suave voz de sua mãe, que saudades ela sente dessa mulher. Cogitar a ideia de machucar seu corpo, mesmo sabendo não se tratar dela, assusta ainda mais a jovem moça. Michelle, Quem é como Deus? A garota não entende, donde vem essa voz, seria mais uma brincadeira de sua mente tentando enganá-la.

   Matheus e os outros passam por uma porta, uma das outras "mil" que preenchem o corredor. O coração de Michelle dispara, é agora, essa é a hora. Não devia sentir medo. Não podia ser vítima de sua própria cognição.

   O quarto de sua mãe, ou onde o corpo dessa mulher deveria estar descansando. Não há nada ali. Nada, além dos resquícios deixados por Zanathus. Michelle consegue visualizá-lo com o corpo da mãe sentado sobre a cama fingindo ler um livro, minutos antes de sugar a alma da coitada da enfermeira.

   – Tudo bem com você? – pergunta Sabrina, livrando Michelle de seus pensamentos insanos.

   – Hum? – se espanta a jovem – Tudo sim.

O Aviso do Demônio _ Parte Dois.Onde histórias criam vida. Descubra agora