05 | A m i z a d e I n t e n s a

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     — Acalme-se, pour l'amour de Dieu. — reclamou Carolina Vasseur — Não se pode entrar no meio de um desfile se está nervosa.

     — Mãe. — falei com calma e o máximo de firmeza que pude — Eu vou conseguir, só estou nervosa.

     Mamãe caminhou para trás e começou a analisar-me com um olhar crítico, desde o corpete verde-jade até os saltos agulha tão dourados quanto ouro batido. Eu iria competir com mais dezenove garotas por duas vagas para desfilar para a Armani. Mas eu duvidava que metade das outras garotas estivesse tão pomposa quanto eu, não tinha certeza se era esse o estilo que a empresa apreciava.

     — Se você tivesse emagrecido um pouco mais... — murmurou. Aí eu ficaria anoréxica!

     Suspirei, levemente irritada e triste.

     — Eu estou bem. Estou ótima para desfilar.

     — Bem, se tivesse feito as aulas que eu pedi, suas pernas estariam mais torneadas e bonitas nesses saltos.

     Minha expressão confiante vacilou.

     — Eu... Eu não estou bonita?

     Minha mãe suspirou melodramaticamente.

     — Está. Porém, poderia estar mais. — Carolina pegou nos meus cabelos, puxando-os como quem testa a firmeza de um tecido. Eu soltei um gemido de dor — Devia ter usado os cremes que eu pedi, assim os seus cachos não estariam feios desse jeito.

     Virei o rosto para o lado, saindo do alcance dela.

     — Eu usei. E ainda usei outros.

     — Bem, não usou direito. — reclamou impaciente.

     Mordi a bochecha e olhei para qualquer lado menos para mamãe. Ao redor, as mães de outras competidoras falavam frases motivadoras e as ajudavam a vestir suas melhores roupas. Pelo jeito, Carolina era a única diferente ali no meio.

     — Você não precisa dessas coisas, Lorrane. — reclamou ao ver o que eu olhava — Nada de sentimentalismo barato. Isso não vai te ajudar a ganhar, vai? — ela não me esperou responder, apenas continuou — Vista-se com outra roupa, você não combina com verde.

     Travei a mandíbula com a força necessária para quebrar um dente e me dirigi para a parte dos vestiários. Entrei em uma das enormes cabines prateadas e fechei a porta atrás de mim. De repente, uma onda de lágrimas de raiva eclodiu de dentro de mim. Mas não deixei que durasse tanto a ponto de manchar e borrar a maquiagem. Afinal, para que usar maquiagem além de parecer que tudo está normal e bem?!

     Olhei-me no espelho e fixei os olhos no meu reflexo.

     — Você consegue! — falei firmemente, olhando dentro dos meus próprios olhos — Você vai conseguir! Você é forte, é linda, é dedicada. Você... — minha voz tremeu — Você...

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