Você

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"Eu não deveria estar fazendo isso... Eu realmente não deveria estar fazendo isso."

Eu repito o mantra enquanto caminho com intenção, meu ritmo tão rápido quanto meu coração mal contido dentro do peito. No meu caminho para ele, onde provavelmente me desintegraria. Como sempre.
Eu imagino minha consciência irritante e desaprovadora como um velha bibliotecária, com um cardigã bege e uma saia plissada combinando, um toque natural, é claro. O cabelo dela tinha aquela cor meio lilás que as idosas sempre tem, do tipo que exigia que você desse espaço para elas no ônibus. Bem, minha consciência, como elas, também achava que sabia de tudo, e seu cabelo estava em um permanente de cachos apertados como os da rainha, com uma atitude de igualar esse sentimento real de direito.
Ela se sentou em seu trono de perfeição enquanto balançava o dedo para mim por minhas escolhas de vida sempre desastrosas. Como no momento em que eu fiz aquela tatuagem de cereja inútil e juvenil ou no momento em que me mudei para Londres, pensando que era a resposta para todos os problemas da vida.
Bem, foda-se a rainha. E foda-se a bibliotecária, porque eu estava fazendo isso? Eu precisava. Como eu pude ficar longe depois da última vez...

Meu telefone tocou novamente enquanto eu caminhava. Uma vez. Duas vezes.
Ele sempre foi implacável em praticamente tudo. Como um cachorro com um osso, mas eu adoro. Eu amo a atenção dele e ele sabia disso, por isso ele continuava dando a mim.

Ao abrir outra imagem, o que em nome de...
A mensagem dizia:

"Olha minha cobra."

Oh, ele é mau

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Oh, ele é mau.

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Uma hora antes.

Eu estava cuidando do meu próprio negócio, tendo uma sessão de preparação para o fim de semana e a festa do escritório para a qual tinha de ser exemplar. Se meu ex, idiota, desculpe, namorado banqueiro Christopher ia mostrar a cara dele como no ano passado com a sra. Cara-de-barbie-com-peitos-novos, então eu tinha que, pelo menos, fazer algum esforço para parecer decente em comparação.
Meu esmalte ainda estava secando e eu acabei de aplicar uma máscara de pepino no rosto, depois de derramar um segundo ou foi o terceiro? Copo de vinho.
Atualmente, meu telefone estava muito silencioso desde que eu não estava namorando ninguém e todas as minhas amigas pareciam estar ocupadas fazendo exatamente isso. Eu fiz uma careta para ele na mesa, carregando, vendo uma mensagem sendo exibida. Provavelmente, era apenas minha mãe, querendo fazer mais uma palestra sobre como eu estava falhando massivamente na vida, e tópicos sobre como eu podia ativamente melhorá-la esta semana. Como concordar em sair com o seu vizinho Matthew, o alto de óculos que sorria assustadoramente para mim do seu jardim toda vez que eu visitava minha mãe. Também conhecido na minha cabeça como Matthew, o pervertido.
Bem, desculpe Matthew, hoje à noite você não verá estrelas em seus olhos, porque eu vou estar: bem longe.

De qualquer forma, eu discordo em minha mente enquanto discuto com minha bibliotecária tanto quanto discordo na vida real. Eu devo ser louca.

A mensagem enviada para mim era uma fotografia, bem, duas para ser mais precisa.

Ele estava de terno, eu acho. Eu meio que perdi a capacidade de processar o que estava vendo depois que fui atingida com a visão dele. Porque ele não me mandava uma mensagem a mais de seis semanas. E então isso...

"Certo, qual terno eu uso? Eu não posso ficar com vontade de escolher. Você escolhe e eu vou usá-lo."

Caí em queda livre por um tempo

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Caí em queda livre por um tempo. Ele tem esse efeito em mim. Ele tinha esse feito antes mesmo de eu me apaixonar um pouco mais por ele todos os dias do meu emprego.
Ele me deu uma síndrome do cérebro enevoado, que fazia tudo parecer que estava acontecendo em câmera lenta, vozes distantes, o som insistente da corrida do meu próprio sangue nos ouvidos.
Eu quase derrubei meu terceiro... Não, segundo... Copo de vinho quando o texto apareceu enquanto eu estava sentada no meu roupão, com o cabelo uma bagunça. Mas é claro que eu não larguei o vinho, não como eu largo tudo por ele toda vez que ele entra em contato assim.

Tom Hardy não deveria estar me mandando mensagem.

Tom Hardy deveria me deixar em paz.

Porque da última vez... Foi exatamente o que ele fez. É exatamente o que ele disse que não queria fazer, o que sabia que eu não queria que ele fizesse, mas o que ele ainda fez de qualquer forma.

E enquanto eu olhava para a foto que ele havia enviado para o meu iPhone, de cabelo bagunçado, vestindo uma camisa e sentado casualmente numa privada, a mesma em que ele havia me fodido antes, eu sabia que estava prestes a deixá-lo fazer tudo de novo.

Desculpe rainha bibliotecária. Eu não posso resistir a ele.

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