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         Praga, nove anos antes.

As pernas caminhavam com certa dificuldade até o local desejado. As lágrimas comprometiam sua visão quase que oitenta por cento, e nada ela poderia fazer a não ser deixar que tudo saísse de vez. Há tanto tempo não chorava como criança, mas naquela situação, nem o colo de sua mãe conseguiria apaziguar ao menos um tanto tudo o que havia acontecido.

O cemitério estava coberto por uma espessa camada de neve, o que trazia certa paz para os olhos. As arvores já haviam perdido suas folhas e flores, era a paisagem mais simplicista que os olhos de Köhler já haviam vislumbrado, e por menores que fossem os detalhes, algo dentro de si se acalmara ao ver todo o branco ao seu redor.

O funeral de Geraldine já havia se encerrado e os olhos esverdeados viram de longe toda a comoção, porém como aparecer e explicar a todos que ela era o motivo da morte daquela mulher? Era simplesmente uma culpa muito maior do que poderia administrar, sobrando a Eleonor o anonimato e silêncio profundo a sós com o túmulo de Geraldine Williams. Suas botas pretas lhe levaram enfim ao destino requisitado por sua mente, parando em frente a lápide com letras bonitas.

"Descanse em paz, nossa amada Geraldine."

Com toda certeza, sua mãe havia escolhido aquela frase, pelo menos casava com as características que Williams lhe havia descrito. Caíra de joelhos minutos depois, liberando de vez todo o choro que queria ter posto para fora antes, mas que de modo algum havia conseguido. Seus dedos tocaram a lápide com carinho enquanto seu rosto se tornava um tanto mais vermelho. De sua boca, sons que indicavam uma dor praticamente insuportável eram emitidos, cortando ao meio o silêncio que se dava em todo o lugar.

─Você foi... É... Tão amada, meu amor, tão amada!

-

Meredith Grey vivia um dos momentos mais intrigantes de sua vida. A ruiva se levantara minutos antes, indo pegar a tabua de petiscos que havia preparado minutos antes, voltando para servi-la. Algo no ato de pensar que Addison lhe servia acabava por causar sensações que ela nunca experienciara, nem mesmo com April, que acabara por ser seu caso mais submisso. Montgomery se sentara no chão de sua sala, mordendo um dos petiscos, mastigando-o com calma enquanto seus olhos subiam pela extensão do corpo da mulher a sua frente.

O silêncio reinava naquele recinto, enquanto a tensão aumentava de maneira exagerada, era quase como se uma estivesse esperando o primeiro passo da outra para enfim agir. O primeiro ato viera: A risada gostosa e baixa de Addison Montgomery se dera.

─O que foi? ─Meredith lhe olhara desconfiada, bebendo seu vinho por completo, antigamente ela chamava aquilo de "coragem liquida", poderia funcionar agora enquanto seu corpo queimava de desejo e ela nem ao menos conseguia disfarçar.

─Você é adorável, Meredith Grey... Toda a sua postura... ─Addison afastara de si seu copo e a tabua de frios, se aproximando como uma leoa em cima de sua frágil presa.

─O que tem a minha postura? ─O olhar de Grey se tornava baixo, estava se armando para não deixar que nenhum movimento que viesse a seguir lhe quebrasse as pernas. ─Addison, eu....

─Toda a sua postura de quem comanda a situação... É engraçado. ─De joelhos, com a ponta dos dedos Montgomery fizera com que a mulher se deitasse calmamente no chão. ─Não percebeu ainda? Eu estou no controle!

A blusa preta fora retirada, mais uma vez revelando a completa nudez de seu tronco. O vestido vermelho extremamente colado que a outra mulher usava começara a deslizar para cima de sua pele, até que com muita rapidez sua calcinha fora retirada, sendo jogada em cima do novo sofá de Addison Montgomery. As mãos firmes puxaram o corpo de Grey para perto, abrindo suas pernas no ângulo perfeito.

─Você tem confiança demais, isso é um erro, Montgomery. ─Ela sorrira, fechando os olhos enquanto sua coluna se arqueava e sua voz tentava manter um ar superior.

─Seria um erro... ─Seu rosto se abaixara, lambendo com a ponta da língua toda a parte interna de uma das coxas de Grey, até chegar ao meio de suas pernas. ─...Se eu não soubesse jogar bem... E para a sua sorte, eu sei! ─Sua boca se afundara no sexo de Meredith, encontrando o molhado quente que já esperava encontrar.

O silêncio anterior fora trocado por gemidos altos e consistentes que eram ouvidos do lado de fora pelos seguranças, que apenas pigarrearam, como sempre faziam enquanto se olhavam por segundos. O corpo de Meredith se contorcia levemente enquanto suas mãos seguravam a cabeça de Addison entre suas pernas, se certificando de que ela não sairia dali tão cedo. Descobrira naquele dia que a boca de Montgomery era bem articulada em todo o seu total, e não só nas palavras.

Antes que a mulher chegasse ao orgasmo, Addison se colocara de joelhos novamente, virando-a de costas para então subir seu quadril enquanto a loira escorria em suas pernas. Sorrira como quem já havia ganhado a luta. Grey se apoiara em suas mãos, ficando de quatro com suas pernas levemente abertas e sua cabeça que estava baixa, enquanto mais um gemido saia seu cabelo fora puxado para trás com consistência. Os dedos de Montgomery a adentraram, um a um até se fizessem em três dentro dela, indo devagar o suficiente para torturar alguém que estava prestes a gozar.

Novamente a ruiva sorrira, puxando um tanto mais o cabelo da outra mulher, deixando que seus dedos deslizassem um tanto mais rápido, indo e voltando com mais força. O corpo de Meredith tremia, nada ali se coordenava mais, nem mesmo os gemidos saiam como antes. Havia perdido a pose como nunca antes e por fim, se derramara gloriosamente nos dedos de Addison Montgomery.

A ruiva lhe puxara para trás, o suficiente para que ela se encostasse em seu corpo, ao passo que Grey tremera um tanto mais, deixando sua cabeça se encostar no ombro de Addison de olhos fechados, sua respiração quase não existia enquanto seu peito se levantava minimamente, sentindo suas pernas molhadas. Addison a segurara com a mão que havia usado para lhe dar prazer, segurando seu rosto com força.

─Você não ganha em nada quando me subestima, Grey. 

The HandlerWhere stories live. Discover now