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Jeongguk não se importava mais se alguém o pegaria desprevenido naquele beco ou se algum outro perturbado o atacaria como se estivesse cometendo algum ato esplicito, Jeongguk apenas se ligava na sintonia que as notas do violino escondido o correspondiam de tal forma, que não fazia idéia do quão diferente e confuso eram para si.

Sua mente enfrentava borburinhos entre si, e conflitos que afetavam seu espírito de ouvinte.

A melodia fraca e cautelosa era surpreendentemente singela, não machucavam seus ouvidos, e nem o queriam faze-lo se tapear por agonia e desespero.

Tão diferente.

Se não fosse sensível ao completo por esses objetos barulhentos, poderia dizer com um pouco de sua sabedoria que o som que emanava era o mais clássico la festin.

Nunca se aproxime de estranhos ou de lugares que nunca foi sem a mamãe.

"Nunca dê ouvidos às coisas que sabe que te fazem mal."

"Jeongguk por minutos pôde esquecer de alguns ensinamentos que aprendeu."

Era tudo tão intenso e bonito, as notas graves e baixas eram tão lindas, seguia o som com intuito de apreciar mais e mais desse som que mexia com sua cabeça e coração de forma boa.

Não se deu conta de quando parou de ofegar e adentrar por aquela porta verde clara que trazia aquela obra divina, poderia ser até comparada com a orquestra dos céus, mas preferiu adequar por orquesta de um anjo.

A sua mão antes apertando suas temporas, agora passeavam pela porta escorregadia e metálica, empurrando-a sutilmente e docemente.

Colocou sua cabeça para dentro e se arrepiou pelo vento gelado que saia de dentro daquele cubículo, os móveis eram limpos, haviam roupas e instrumentos por todos os lados, o piso era feito por um carpete cinzento, porém claro.

Nunca tivera a chance de conhecer um lugar como esse, ao menos sabia onde estava por completo.

Adentrou o espaço, seguindo os ritmos com os olhos fechados, sentia-se na padaria da tia eliza, desfrutando do bom e doce aroma de seus pães de mel.

Era bom.

Era intenso e sutil.

Seus passos eram delicados e leves, o som cada vez ficava mais alto, a cada passo e a cada milésimo de segundo, parecia que seu coração sairia pela boca a qualquer instante.

E enfim, acordou de seu transe, a música havia parado em súbito, e um barulho alto e horrorizante o atacou novamente, abriu seus olhos e se deparou com uma expressão assustada à sua espreita.

—Q-Quem é você?! O que faz aqui?! - O rapaz moreno olhou-o em choque, direcionando seu olhar para longe, em direção à porta arregaçada e a tranca sem a chave. -VOCÊ É UM LADRÃO? UM MENDIGO?!

Jeongguk estava sem expressão, completamente alheio e sem nada o que dizer, seus olhos somente vagavam pelo homem à sua frente e seu objeto musical que a poucos instantes ja o apelidava de instrumento dos anjos.

—Eu estou falando com você! Quem te deu a permissão de entrar aqui?! - O rapaz gritou, puxando o braço fino e branquinho do Jeon.

— E-eu... Eu não sei! - Tapou sua cabeça aterrorizado com o ato do maior, estava com medo e indefeso, não sabia o que iria fazer ou como iria agir em meio aquela bagunça, sabia que entrar ali seria errado, mas a curiosidade e o encanto o cegaram de vez. Apertou seus olhos e se abaixou aos pés do homem.

— Por que esta agindo assim? Se levante! Quero explicações ou chamarei a policia!
- Puxou-o pelos braços novamente.

— Não grita! P-por fa-v-vor... - Seus olhos ja transbordavam em medo e angústia, toda aquela música e simpatia que esperava apreciar da melhor forma, foram para o ralo.

O moreno mais alto estava estático, não sabendo o que fazer ou como agir, não sabia se deixava o rapaz ali para ir chamar alguém, mas ele poderia fugir, e isso não era o certo, porque ladrões deveriam ser presos,sim?

Estava confuso.
Bufou por alguns segundos e chamou.

— Anda garoto, levante-se.

Ele continuou parado e encolhido no chão, chorando e sensível.

— Levante-se! - Se encolheu ainda mais com o tom grave e seco do autoritario a cima. O medo o cobria por completo, em uma bolha que não sabia como se livrar.