Por que ele não facilita as coisas? - Parte 1

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OBS: Na história original (Pergunte ao Destino - Isulio) o nome desse capítulo não tem parte 1, mas eu resolvi colocar para o capítulo não ficar muito longo.

Narração da Paloma:

Meu café da manhã estava tão solitário, parecia eu estava me preparando para morte. Nem a comida me empolgava! Coloquei um pedaço de pão de queijo com requeijão na boca, mastiguei lentamente como se aquele alimento fosse me matar a qualquer momento.

Por que estou tão depressiva? Ainda mais quando envolve comida, uma coisa que te deixa feliz mesmo você estando triste.

Infelizmente minha amiga não me esperou acordar para que pudéssemos fazer o desjejum juntas. Queria tanto uma companhia, para me animar pelo menos um pouquinho que fosse.

Levanto da cabeça lentamente e me dirijo até a pia, para lavar a louça que sujei. Natália me mataria se chegasse e visse que a louça do café ainda está na pia! Dou uma risada nostálgica. Foi bem o que aconteceu a dois meses!

Como um dia normal, preciso ir trabalhar. Uma coisa que eu odeio, ainda mais quando meus colegas de trabalho são um pouco ou melhor, bastante intrometidos! Trabalho numa emissora de televisão e não acho nada legal ficar correndo de um lado para o outro atrás de informações para o jornal principal da noite. Uma lástima!

Mas hoje eu não teria que ficar pra trabalhar depois do almoço. Apenas algumas horas no inferno da fofoca e estou de volta, sã e salva em minha casa. Se Deus quiser!

Acabo de lavar a maldita louça e fui correndo para meu quarto me trocar. Minha roupa de trabalho era simples, sem nenhuma extravagância. Uma blusa e uma saia social, acompanhando o conjunto um par de saltos pretos e altos. Já pronta corri para o banheiro. Prendi meus cabelos em um rabo-de-cavalo com alguns fios soltos pelo meu rosto. Passei um lápis de olho e rímel para deixar o castanho de meus olhos mais realçado. Um gloss foi a melhor coisa que achei para passar em meus lábios.

Peguei minha bolsa e joguei um monte de coisas que julgava ser necessário dentro dela. Apaguei às luzes ligadas e sai de casa rapidamente.

Sempre precisei andar até o ponto onde pego o táxi, mas o bom que não era muito longe de casa, apenas alguns metros. Buenos Aires estava tão agitada como nunca, talvez porquê o verão esteja chegando junto a nossas férias do trabalho.

O táxi parou na frente do grande edifício da emissora, paguei o valor da minha condução e desci do carro suspirando. Dei bom dia a recepcionista e segui meu caminho até o elevador.

- Olá docinho! - ouvi a voz de Lucas atrás de mim e revirei meus olhos. Só faltava isso para completar a minha manhã!

A porta do elevador se abriu, entrei no mesmo sem responder ao imbecil do meu colega de trabalho que logo entrou no elevador, estragando meu sossego.

- Não fique triste, ele não te merecia! - Lucas disse pausadamente colocando sua mão em meu ombro.

Como ele sabia do término? Ou será que está jogando com minha cara. Porquê não é possível já ter se espalhado pela internet o término do meu relacionamento com Ramon!

- Me deixe em paz! - resmunguei tirando sua mão de meu ombro. Ele sorriu e cruzou os braços me analisando.

Lucas era o típico homem mais imbecil que você pode encontrar em seu trabalho. Aquele cara que paquera todas e nunca está satisfeito. Usando sua esperteza junto a sua beleza ele tenta conquistar todas, inclusive eu. Mas eu não sou baixa o suficiente para cair em sua armadilha, já a sua amiga tenho sérias dúvidas, às vezes tenho a impressão que ela gosta dele e não admite por manter seu porte de advogada difícil!

- Não vai perguntar como sei que está solteira, agora? - ele arqueou uma de suas sobrancelhas ainda com um sorriso sínico no rosto.

- Talvez eu pergunte quando você me deixar em paz! - vociferei com raiva. Como eu o odiava! Mas ele não reagiu continuo na sua posição de predador que está pronto para atacar.

- Como me encanta mulheres com humor peculiar! São as melhores! - ele disse chegando um pouco mais perto, invadido minha pouca privacidade.

- Se der mais um passo você verá o que é ser peculiar! - o olhei com raiva e ele arregalou os olhos como se fosse um ser indefeso.

- Calma Paloma! Devo imaginar que você saiba como é normal cavalheiros como eu, elogiar belas moças como você! - ele diz com tamanha insensatez me fazendo rir alto.

- Normal? Você só faz este ato de gentileza... - faço aspas com os dedos - pra ter alguém para esquentar sua cama! - digo caminhando até a porta que se abriria a qualquer momento.

- Que bom que já sabe! Quando quiser ter uma noite mais quente já sabe quem procurar! - ele afirmou se pondo ao meu lado.

- Só nos seus pervertidos sonhos Lucas! - digo saindo do elevador logo após que a porta se abre.

Eu não tenho exatamente uma sala só para mim já que aqui no meu trabalho não é nenhum tipo de escritório. Uma sala externa se alonga pelo andar do edifício, dividindo cada canto de trabalho com uma mesa e seu computador. Já no fundo da grande sala há um palco com uma mesa mais elaborada em cima e diversas câmeras espalhadas ao redor do palco. É ali que o jornal da noite é gravado.

Sentei em minha cadeira me aconchegando, a minha frente meu computador já estava ligado em um vídeo do YouTube. Estranho. Quem foi o infeliz que mexeu nas minhas coisas?

Deixo essa questão para lá e me concentro no conteúdo que estava aberto em meu computador. Era um vídeo de um canal de fofocas. Ramon Souza enfim solteiro? Qual foi o motivo do término do casal mais querido da mídia? Mais querido? Isso é sério?

- Isso é sério Paloma? - Mariana Moreira, colega de trabalho e vizinha de mesa me pergunta enquanto olhava para meu computador preocupada.

Não somos muito amigas, assim como eu e a Natália, mas contamos coisas uma para outra. Mariana é muito querida por mim, sempre foi muito gentil comigo e me ajudou muito nos meus primeiros dias de trabalho. Também posso dizer que foi mais uma vítima no jogo de Lucas.

- Sim. - digo com um pouco de ressentimento na voz.

- Sinto muito! - ela murmurou sem poder fazer nada. Nem mesmo eu podia fazer algo agora.

- Por acaso o Lucas veio futricar nas minhas coisas? - perguntei a olhando. Ela negou com o olhar magoado.

- Ele não perde mais tempo nesse lado da sala, já que conseguiu quebrar o coração de todas aqui. Menos o seu é claro. Às vezes queria ter um pouco da sua personalidade para não ter caído na armadilha dele!

- Mariana você é uma pessoa muito boa, não precisa ser como os outros. Só seja você mesma! E às vezes precisamos cair para saber levantar, temos que ter experiência para saber se aquilo vai nos machucar. - digo enquanto ela me olha atentamente.




E aí gostaram????
Continuaaa????

Pergunte ao Destino - Maloma (Adaptação) - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora