O Príncipe

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S/N P.O.V.

— Por que justo na minha casa? — Perguntei olhando para o meu quarto.

Yoongi tinha aberto um portal no meu quarto, tantos lugares em Avalon e ele tinha que abrir um portal na minha casa.

— Acredite, é um dos lugares mais seguros. — Yoongi explicou. — Não sei se seus pais tem vistoria hoje, fiquem aqui em silêncio e eu já volto.

Ele saiu e fechou a porta. Percebi que Jimin olhava tudo quase que admirado.

— Então esse é o seu quarto.
— É, não é grande coisa... Deve estar estranhando o chão ser... Bom, o chão.

Eu estava gostando de saber de coisas que ele não sabia. Pela primeira vez, eu não era a deslocada.

— É confortável. — Ele afundou os pés na grama. Pequenas flores nasceram ao seu redor. — Desculpe, não consigo controlar isso.
— Não se incomode, eu gosto. — Dei risada e fiz diversas flores nascerem pelo chão. — Somos primaveras vivemos entre as flores.
— Isso é lindo mas estranho.
— Eu no seu mundo... Digo, no mundo dos humanos.
— Eu sou um humano.
— Olha, se você nasceu em Avalon e possui poderes...
— Eu sou um humano. Só aceitei vir para conhecer minha suposta mãe e...
— E?
— Tentar compreender mais você, por mais que isso seja inútil agora.
— Por que inútil?
— S/n, eu tentei de internar e não acreditei em você, na verdade tudo isso parece um sonho. Você mentiu para mim esse tempo todo. — Ele me olhou desesperado. — Acha mesmo que temos alguma chance?
— Está... Terminando comigo?
— Você terminou comigo, dias atrás.

Por mais que estivéssemos juntos nessa, ele ainda estava chateado... E com razão. Só que eu ainda o amava.

— Eu queria ter contado antes.
— Eu também queria isso.
— Maninha!

Só deu tempo de escutar isso e então eu estava sendo esmagada em um abraço quente de verão.

— Hoseok!
— Sem lágrimas, sem lágrimas. — Ele segurou meu rosto quando viu que eu queria chorar. — Já não basta nossos pais outonos. Não acredito que fugiu sua desmiolada!
— Hoseok. — Dei risada. — Me desculpe.
— Não tem problema, você fugir só quase destruiu toda Avalon. — Ele riu. Eu o encarei surpresa. — Foi uma piada, s/n.
— O humor do seu amigo é muito estranho, s/n. — Jimin sorriu.
— Você e Yoongi trouxeram um humano!? — Hoseok me pôs atrás de si. — Eu vou fazer churrasco de você, humano.
— Hoseok, você pode parar por favor? — Yoongi entrou no meu quarto. — Seus pais estão numa espécie de julgamento do Kangdae.
— Julgamento dos meus pais!?
— Não, julgamento de qualquer um, eu estou em casa porque sou feliz demais para essas coisas. — Hoseok estremeceu. — Da última vez que vi uma cabeça decapitada, vomitei no elfo do lado.
— Cabeça decapitada!? — Jimin arregalou os olhos.
— Você não diga nada, humano! Yoongi o que te deu na cabeça?
— O que te deu na cabeça. Ele é um primavera, na verdade, nosso príncipe.
— Eu não sou...
— Mostre.

Jimin me olhou desesperado, ele não sabia o que fazer. Afastei Hoseok apesar dele tentar me manter atrás dele, fui até o Jimin e segurei suas mãos.

— Ok, concentre-se no chão e pense em uma flor.
— Espere um pouco. — Hoseok se aproximou de nós dois e encarou Jimin. — Suas íris estão vermelhas, é você pode não ter aroma de primavera mas ainda tem os olhos de um.
— Acredita agora? Ou eu vou morrer?
— Acredito e não acredito que não me contou que tinha um namorado primavera, s/n.
— É por que eu não tenho. — Eu o encarei querendo que ele parasse de falar.

Soltei as mãos do Jimin. Suas íris ainda ficavam vermelhas para mim mas não significava que ele quisesse algo comigo, assim como ele mesmo tinha dito, talvez ele quisesse apenas não me amar mais.
Yoon tinha razão em dizer que nos apaixonamos por fadas e elfos, Jimin nunca conheceu outra fada senão eu, ele provavelmente gostaria de outra fada... Mesmo que ela não fosse uma primavera.

— Bom. — Yoongi estava impaciente. Ele gosta de fazer tudo certo e regrado. Agora que estávamos em casa, ele se parecia mais ainda como antigamente. — Perfeito seus pais estarem no palácio, é para lá que nós vamos.


JIN P.O.V.

Eu estava sentado nos meus aposentos fingindo que nada de ruim estava acontecendo. Meu inverno tinha sido morto na fuga de Yoongi e desde então eu me sentia... Sozinho.
Meu pai enlouqueceu, casou com a minha tia o mais breve possível e transformou a vida de todo reino em um inferno.

— Príncipe Seokjin. — Escutei um dos guardas do meu pai me chamar. Talvez se eu fingisse estar dormindo... — O rei convocou a sua presença na varanda.

E com essa simples palavra, convocou, eu me levanto apressado e abro a porta.

— Avise-o que estarei lá em um minuto. — Pedi.

O guarda assentiu e foi embora. Coloquei meus sapatos, paletó e ajeitei brevemente meu cabelo. Praguejei ao lembrar que não tinha meu inverno para abrir um portal para mim, fui pelas escadas mesmo e cheguei ofegante no salão.

— Você disse um minuto, Jin.
— Desculpe pai. — Me curvei. Minha tia estava no seu lado direto do trono. Sua face levemente roxa, não usávamos máscaras como os verões então era impossível de esconder a agressão que sofrera do meu pai. — Como tem passado, tia?

Não tínhamos oportunidade nenhuma de conversar desde a nossa pequena rebelião que resultou na fuga de Yoongi. Meu pai só não nos matou por sermos a única família dele... Creio eu ser isso, talvez ele tenha mais algum interesse obscuro.

— Bem, muito bem.
— Sorria, Haewon. — Meu pai ordenou. — E você, sente-se a minha esquerda. Eu sentei como ele ordenou e minha tia sorriu forçado. Meu pai levantou. — Bom dia, Avalon —. As fadas e elfos abaixo de nós se curvaram. — Hoje, eu recebi uma denúncia... De traição. —. Olhei para baixo quando vi um movimento. Os guardas reais estavam trazendo um senhor... Pelas roupas um inverno. — Como podem ver, temos não só um ladrão como também um traidor de Avalon. Ele ousou entrar no Além Portal sem meu consentimento e roubar comida feita por eles. Esse inverno merece o que?
— Punição!
— Castigue-o!
— Coloque-o na solitário para invernos!

Enquanto a população olhava para o pobre elfo, os guardas e apoiadores do meu pai gritavam essas coisas como se o senhor merecesse mesmo.

— Kangdae. — Minha tia o chamou. — Não está pensando em...

Na frente de todos meu pai lhe bateu forte no rosto.

— Apenas fale quando eu ordenar. — Ele se irritou.
— Sim. — Ela pôs a mão no rosto. Meu pai levantou sua mão novamente. — Sim, meu rei.
— Bom. — Meu pai. — Continuando, meus súditos vocês ainda tem muito a aprender, esse elfo será morto por traição ao reino.

Todos exclamaram horrorizados mas ninguém disse nada, qualquer fala contra o meu pai era pena de morte. Diante dos meus olhos vi uma jovem fada começar uma pequena rebelião, em um instante sua cabeça foi parar no chão. Um inverno a havia decapitado.

— Eu não quero ver isso. — Murmurei e levantei.
— Onde acha que vai?
— Já julgou o elfo, não preciso ver a carnificina a seguir.
— Sente-se, Seokjin.

Não sei por que decidi teimar, talvez a cabeça decapitada da fada tenha sido demais para mim.

— Não.
— Não? — Meu pai riu. — Está dizendo não para mim?
— Jin, por favor. — Minha tia me olhou preocupada.
— Já chega, pai, você está louco.
— Quando bastar, eu direi! Você será castigado, Seokjin.

Senti raízes me segurarem pelos braços e pés. Uma das vantagens de ser rei era ser o elfo mais forte de toda Avalon, nem se eu quisesse muito poderia ir contra ele.
A menos que eu fosse o legítimo herdeiro, o que eu seria se não fosse por circunstâncias do destino.

— Kangdae, não faça isso, é seu filho!
— Acho que também quer ser castigada não é, Haewon?

Minha tia se calou. Quando eu ia ser levado pelos guardas, ouvi uma bagunça vindo dos plebeus.
Me soltei e corri para ver... Tinha uma voz familiar gritando...

— Parem todos! O verdadeiro rei está aqui!

Não pude acreditar no que vi. Yoongi e s/n! Eles estavam aqui e tinham trazido um humano!
Quando meu pai ia dar uma ordem, minha tia o prendeu com raízes e o afastou... Ele tinha perdido a força?

— Povo de Avalon. — Minha tia sorria como eu nunca tinha visto antes. — Curvem-se diante do verdadeiro rei. Jimin.

Um Amor Mágico - Imagine JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora