TODO O SOFRIMENTO PARA ELE, AINDA SERÁ POUCO!

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No outro lado da cidade, Paulo, havia passado todo o dia, em frente ao barranco. Mas, devido a sua imensa e intensa covardia; não tivera, á coragem necessária, para colocar um fim, em sua vida miserável.

Acabara sim, adormecendo, feito um sem teto ao relento. Quando despertara, se dera conta, de que já era tarde da noite. E pensou, que de alguma forma; teria que arranjar forças; Sabe Deus de onde, para se levantar do chão "LITERALMENTE", entrar em seu carro outra vez, retornar a sua residência e continuar a viver.

É óbvio, que sabia muito bem, que teria que enfrentar e responder, por todas ás consequências de seus atos mais recentes. Certamente, criminalmente falando também.

Com muito custo, conseguiu enfim, se levantar lentamente e mesmo, com toda á dor e sofrimento; que lhe dilaceravam por dentro; entrou em seu veículo e foi rumo a sua casa. Quando lá chegou, se surpreendeu, pelo fato, de não encontrar, uma viatura, repleta de policiais, á sua espera, prontos para lhe prender.

Então, se recordou, que á casa de Milena e Caio, possuía paredes, á prova de som. O que provavelmente, impedira os vizinhos, de ouvirem o barulho do tiro.

Além do mais, com todas ás providências, que teriam que serem tomadas, para o enterro do rapaz; era provável, que ainda, não tivessem o devido tempo, de o denunciar. O que poderia até, lhe dar tempo, para providenciar a sua fuga; se assim o quisesse.

Não desejava fazer isto, no entanto. Iria fugir para que, afinal!?... De que adiantaria, ir para o mais longe, que pudesse e conseguisse; se o peso de um assassinato e principalmente, de todo o mal, que causara á mulher; que mais amara, em toda a sua vida; o acompanhariam, para todo o sempre, independentemente, de onde quer que fosse ou com quem estivesse!?

Sua vida, estava acabada. Não havia mais, nenhum sentido ou razão, para o que quer que fosse.

Iria se deixar ficar, por ali mesmo, á espera, do que quer, que tivesse que vir. Enfrentaria o seu destino. Que sabia, dali por diante, ser de completo frio e total solidão.

Milena!!!!!!!!!!... O nome, lhe veio á mente, com uma pontada aguda de dor no coração.

A perdera...irremediavelmente!!!!!!!!!!... A perdera...para...sempre!!!!!!!!!!

Caiu no chão da sala e se deixou submergir, por sua tristeza e sofrimento. Nem sequer tentou, suprimir á choradeira, que o acometeu; o fazendo cada vez mais soluçante e lamentoso.

Seus gemidos, sobrevinham do mais profundo do seu espírito. Era uma enxurrada incontrolável; que parecia, que o iria afogar. E não existia nada, nem ninguém, que tivesse o poder, de o salvar, desta sua catástrofe interior; que ele mesmo, provocara.

Estava agora porquanto, colhendo á tempestade, que plantara antes. Se não teria de novo, a sua amada; não havia mais ninguém a culpar; senão a si próprio.

Simplesmente, não conseguia parar de pensar em Milena. E em consequência disto, o choro, só aumentava.

Era um ciclo vicioso. Quanto mais pensava, mais o pranto, se intensificava e á tristeza, o torturava assaz e de forma irremediável.

O sofrimento, que estava sentindo neste instante; apesar de saber, que era merecido; era horrendo e o fazia, cada vez mais, querer que Deus, se Apiedasse dele e lhe levasse embora dali; de uma vez por todas; para qualquer lugar que fosse. Desde que neste, ele, pudesse enfim, encontrar a tão almejada paz e não houvesse, todo este tormento.

Tinha á certeza contudo, de que por não ser merecedor, nem mesmo, Desta Dádiva Divina, por ser um pecador nato; seria obrigado, a continuar a sua caminhada, aqui na Terra mesmo. Com o coração, triturado e á alma, esmigalhada.

Quando depois de algum tempo, conseguiu enfim, se conter, foi praticamente se arrastando; que pôde ficar em pé de novo. Ao fazer isto, se encaminhou até o bar; aonde pegou a primeira garrafa de bebida e começou a beber, no gargalo mesmo e de forma ininterrupta.

Sentia á garganta queimar e o álcool, descer para o seu estômago, como brasas de fogo, que incendiavam o seu interior. Porém, queria mais, era ir para o quinto dos infernos logo!

Já não tinha mais absolutamente nada, que pudesse ser perdido ou que lhe prendesse a este mundo cão. Portanto, tudo e qualquer coisa que viesse, seria lucro.

Seu desejo, era sair destruindo tudo e todos, que tivessem á audácia, de cruzar o seu caminho. Queria descontar as suas mazelas, em qualquer coisa ou  pessoa.

Desejava, com todo o desespero, ter o dom, de arrancar de dentro de si mesmo, este incomensurável vazio; que o destruíra de forma inapelável. Entrementes, como não tinha; iria descontar, toda a sua frustração, se alcoolizando, o máximo que pudesse.

Já completamente bêbado, tonto e sem nenhuma noção, do que estava fazendo; subiu até o seu quarto e pegou o celular. Daí, ficou olhando nele, uma coleção de fotos e vídeos; aonde continha imagens, gravações e áudios de Milena.

Tão linda, é a sua amada!... Tão cheia de charme e sensualidade também!...

Doce...como o...mel!... E ardente...como o...fogo!...

Sentia tanto a sua falta!... Como jamais imaginara, que iria sentir, a de alguma mulher um dia!

Pensar que nunca mais, por causa de sua específica asneira, iria poder, a ter em seus braços, sua cama e fundamentalmente em sua vida; o fazia se sentir, o mais miserável dos seres humanos. Abriu uma gaveta da cômoda e encontrou uma camisola dela; que a mesma, em algum dia do passado recente dos dois, havia esquecido lá.

Ainda continha, o cheiro dela. E Paulo, a aproximando bem de suas narinas; o inalou, exageradamente.

Aquele perfume, que somente, a sua musa inspiradora, possuía; fora o caminho do Paraíso; que agora sabia, eternamente, estar perdido para ele. Fechou os olhos. E se deixou levar...pelas lembranças!...

Momentos tão lindos!... Em que a tivera...nas palmas de suas mãos!... E...a deixara escapar!... Pra não mais...voltar!...

Pensando nisto, sentiu a comiseração, que tinha sido momentaneamente, adormecida pela bebida; despertar, com pleno vigor, o fazendo, irromper em lágrimas novamente. Parecia, que nunca mais, enquanto respirasse; iria conseguir parar de chorar.

Quando devido á intensa bebedeira, não conseguira mais, se manter em pé; se jogou, largado na cama; abraçado a lingerie encontrada. Com o passar de algumas horas; vencido afinal, pela exaustão, acabou adormecendo!...

Para mergulhar em um sono, de o início de uma vida; que seria...um pesadelo...sem fim!... Pois, teria que ser vivida...sem Milena!... Que era... toda a sua razão e motivo...para que um dia, tivesse querido...viver!... Todavia, se apartara dele...nas curvas...do caminho!

Amor Além da Vida( Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora