17/09/1831

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Para "A Dama rebelde"


  Olá, enigmática dama, há dias procuro palavras belas para iniciar uma conversa  louvável com sua pessoa, desconheço seu nome, sua fronte, e venho pressentindo qual  seria sua  formosa voz.
    Desconhecendo isto, não lhe considero amiga do peito, mas não te apavores, vosmecê és presdetinada ao meu lado pelo que dizes as mulatas que aqui servem.
     irei expender um pouco sobre quem és  Marcela da Rosa Fonseca. Sou  filha de um respeitável  e casmurro senhor de fazenda, João da cunha Fonseca e de uma falecida  madame afável Daniela da Rosa. Antes de tudo não lhe deixes falsear a mente, sou oposta a seus costumes, maneiras e preconceitos, se tu és da mesma laia carrancuda e indobravel que meu pai, lhe aconselho a não retornar minhas humildes cartas, deste tipo de gente não quero conversa, procuro escrever a vosmecê porque há falacias entre os cafeicultores que aqui passam, que tu serias tão rebelde quanto eu.
"- Acredite senhor João, há uma jovem dama pela capital que me lembras sua filha como nunca, tão cabeça dura como vosmecê." Ele dizes apontando para mim  oque  me levas a gargalhar na hora, me digas, serei eu tão carrancuda como ele dizes? "-tens certeza que o senhor não deixou crianças bastardas pelas cidades?" Ele gargalhou tão alto que me surpreendeu, não deixarias de lhe contar este fato memorável
   não tens ideia de como  delícious meus ouvidos saber de sua existência e que poderias ser minha correspondente de cartas.
    Retornando ao causo de minha fronte, sou alta, branca como seda, cabelos formosos e negros como a pele de Berenice que me serve o café ao amanhecer, recebi de herança de minha mãe olhos verdes, " a inocência dos anjos cingem minha fronte de um resplendor misterioso que fascina." Sou cortejada por vários varões ao dia e isto me causa atrasos a minha escrita, sou limitada a poemas, e as rosas sempre vermelhas entediam meu olhar e poluem a vista de minha janela.
     Devo lhe contar sobre como és a fazenda que restringe minha liberdade, embora sua beleza sejas  o "espetáculo mais tocante que a terra pode oferecer!", são enormes pedaços de terras onde foram semeadas incontáveis sementes de café, ao centro das plantações irá encontrar um grande casarão de dois andares, branco com janelas azuis que arremedam o céu, e rodeada por girassóis e rosas, no alto da casa na enorme sacada que possui margaridas ao redor se encontra meus aposentos. E ao fundo do terreno principal há uma pequena casa de madeira enfraquecida, lá dormem os empregados, menos Berenice, pois meu coração a adotou como mãe de alma então ela descansa em meus aposentos em um quartinho apenas dela, mas meu pai se recusa a aceita-la por culpa de sua cor, e eu lhe retruco dizendo lhe que a alma não  se importa com as cores, se quiseres em outra carta lhe conto melhor esta história.
      Creio que lhe contei tudo que minha mente confusa desejará, e oque minha fraca pena conseguiu aguentar, peço que aceites ser minha companheira solene de alma, me corresponda com cartas e abondones sua fronte enigmática me dizendo como te pareces, descreva vossos olhares, me reveles seu jeito de pensar, mostresse confiável ao meu coração.

   De sua formosa, Marcela

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