Capítulo 2 - Momentos Importunos

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    –– Já pensou em contar para ela?

     Tereza perguntou enquanto via Eliel olhar para o céu estrelado, ele apenas a envolveu ainda mais em seus braços, como se a quisesse protege-la do frio que fazia.

    –– Já - Respondeu soltando um suspiro -  mas não sei como.

    –– Segurar segredos nunca acaba bem.

    –– Faz tanto tempo – Disse Eliel reconfortando-se no carinho de sua mulher que, ao olhar para as árvores mais próximas pode ver e admirar os vagalumes – apenas queria que ela cumprisse com a palavra, assim ficaria mais fácil explicar para Kely.

    –– Só não espere demais dos outros está bem?

    Com isso Tereza o beijou, o momento era perfeito, a brisa, o cenário tranquilo do meio ambiente em meio àquela noite, e a lua que tornava o momento romântico.

    Eliel encarou sua amada Tereza, seus olhos se admiravam, carinhos eram trocados e ambos se viam na necessidade de se abraçarem e se afundarem em uma troca de beijos.


     O salão era grande, em seu centro além de ser coberto por um grande tapete vermelho havia uma mesa redonda com detalhes esculpidos em forma de cavaleiros e guerreiros, ao fundo do salão, além de duas estatuetas de armaduras segurando em suas...

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     O salão era grande, em seu centro além de ser coberto por um grande tapete vermelho havia uma mesa redonda com detalhes esculpidos em forma de cavaleiros e guerreiros, ao fundo do salão, além de duas estatuetas de armaduras segurando em suas mãos espadas e escudos, havia em seu meio dois tronos, e um deles era ocupado por um rapaz forte, seu cabelo se estendia até os ombros enquanto usava a coroa que lhe dava total domínio sobre o reino, e apesar dos devaneios o distraírem, procurava manter um legado.

    –– Algo o distrai?

     Uma voz familiar partiu na entrada do salão tirando o rei de seus pensamentos, levantando-se do trono e caminhando em direção ao homem de aparência um tanto avançada, o abraça de mostrando-lhe alegria por vê-lo.

    –– É bom tê-lo aqui de volta pai, como foi sua viajem?

    –– Foi peculiar – respondeu-lhe com um fraco sorriso – e tanta coisa para aprender, mas conte-me Lucius, como tem sido as coisas?

    –– Tentando manter o reino em ordem, no que é uma tarefa bastante difícil, não sei como meu irmão conseguia.

    –– Ele foi um bom rei, e atendia as expectativas de seu povo - Comentou enquanto mostrava um sorriso um tanto que contente, porém, olhando para o seu próprio filho a sua frente o viu um pouco tenso - Por acaso ainda se atormenta com a morte do seu irmão?

    –– Apesar de todos esses anos, ainda não me conformei.

     Lucius respondeu, havia tristeza em seu olhar, ainda inconformado pelo o que aconteceu ao seu irmão. Sendo consolado pelo pai o sentiu tocar-lhe sobre o ombro.

    –– Saiba que foi um dia difícil para mim também meu filho, mas precisamos ser fortes para seguir em frente.

    –– Apenas quero encontrar quem causou isso, para faze-lo pagar pelo que fez.

    –– Eu estaria mentindo para mim mesmo se eu não quisesse o mesmo, mas isso não o tornará melhor, apenas te tornará igual se não pior.

    –– E o que quer que eu faça? Ainda sinto bem aqui no peito, a dor... a raiva crescendo... isso está me mantando.

    –– Saia um pouco, lembro-me de que você gostava de aventuras.

    –– Não posso deixar o reino assim sem mais nem menos.

    –– Se esse for o caso eu posso cuidar em sua ausência.

    –– Tem certeza de que será uma boa ideia?

    –– Eu sou o Lorde do reino e conselheiro do rei, não há com o que se preocupar.

     Ao ver o próprio pai falar sério, Lucius o abraça, como se precisasse do conforto de suas palavras, e talvez realmente precise já que dês de que assumiu o trono as únicas viajes que fizera foi para o proveito e benefícios para o seu povo, então tento em suas mãos uma oportunidade de sair um pouco do castelo, se prepara então para iniciar com sua jornada.

     O céu estava limpo e não havia indícios de nuvem, um belo dia para cavalgar, e ao montar em seu cavalo branco, com vestes simples e uma espada em sua cintura, parte para os portões do reino, com a intenção de procurar aventura em sua viajem deixando o reino aos cuidados de Urien.


     Seu olhar mostrava o quão derrotado se sentia, a única visão que possuía era de um cenário decadente de uma cela imunda, lugar de onde o jogaram já fazia tempo, a barba grande já não lhe causava mais desconforto enquanto suas mãos ainda perm...

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     Seu olhar mostrava o quão derrotado se sentia, a única visão que possuía era de um cenário decadente de uma cela imunda, lugar de onde o jogaram já fazia tempo, a barba grande já não lhe causava mais desconforto enquanto suas mãos ainda permaneciam acorrentadas na parede. Seus pensamentos já não lhe viam mais, como se o que tivesse ali na cela fosse apenas um corpo sem quais quer resquício de esperança.

     Um barulho de passos se aproximava, isso já não era mais novidade para o prisioneiro já que sabia muito bem quem era e o que queria, o ranger da porta da cela se abrir estendeu-se pelo corredor que era iluminado por algumas tochas, não haviam guardas naquela parte do castelo para assegurar de que alguém fugisse, já que o calabouço se encontrava abaixo do castelo não via muita utilidade em deixar algum guarda ali, já que existira apenas uma entrada e uma saída, a fuga seria algo difícil de se realizar.

     O prisioneiro levantou a cabeça, para encarar o homem que estava em pé a sua frente, trajado em um manto branco e um capuz sobre a cabeça.

    –– O que você quer de mim dessa vez Urien?

     O prisioneiro perguntou secamente, sua voz estava fraca e sem energia como se não comesse havia dias.

    –– Você está péssimo pelo o que vejo, por acaso não estão te alimentando?

    –– Não é coisa sua demostrar importância, então diga-me logo o que você quer.

    –– Falando desse jeito faz parecer que eu sou o inimigo....

    –– Não, inimigo não.... Você é pior.... – Ao dizer tais palavras Urien acerta um soco no estomago do prisioneiro o fazendo gemer de dor, ao recuperar o folego que havia perdido após levar o golpe demostrou um sorriso de canto – é bom saber que ainda o tiro do sério.

    –– Você não entende...

    –– Claro que entendo, entendo que você enlouqueceu e acha que tudo e todos ao seu redor são uma ameaça para você.

    –– Estou vendo que é inútil tentar enfiar algo nesta sua cabeça, então responda-me onde ela está.

    –– Mesmo se eu soubesse nunca diria a um velho tolo como você... então faça-me um favor e me mate de uma vez.

    –– Não posso mata-lo, ainda não, tirei tudo de você....

    –– Não tirou nada de mim? VOCÊ ME TIROU TUDO O QUE TINHA... A MINHA LIBERDADE, A MINHA FAMILIA, VOCÊ ME DESTRUIU E AINDA TEM A AUDÁCIA DE DIZER QUE NÃO TIROU TUDO DE MIM!?

    –– Quando eu a encontrar, e vou encontrar, este reino, aliás, todos os reinos ao qual você lutou para manter a paz virará ruinas, lembranças esquecidas e o único reino que irá prevalecer será o nosso.

    –– Urien, quando sair daqui eu mesmo farei questão de lhe matar pelo o que fez, então guarde bem estas palavras.

    –– Eu farei o que você já mais teve coragem de fazer, não só as criaturas imundas que você abraçou como um igual, mas todos os reinos irão se curvar ao nosso, e quando encerrar, qualquer conflito, qualquer sinal de rebeldia deixará de existir.

     Ao ouvi-lo o prisioneiro então temeu, não por si próprio, mas por todos, e vendo Urien deixar o local sem ao menos olhar para trás, abaixou a cabeça enquanto o silencio voltava a dominar a cela.












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