Filha Do Impossível

🐯 Tefari 🐯

Raiva toma conta de mim de forma incontrolável.
Como essa mulher pode ser tão perversa?
As celas ao meu redor começam a tremer.
— Tefari...
Bomani tenta me acalmar.
Meus olhos enchem de lágrimas por conta do ódio acumulado em meu corpo.

— Tefari se eles descobrem seus poderes você estará morta, seus pais morrerão. Se controla.

Meu amigo toca no meu braço, seu toque e suas palavras me trazem a realidade.
Minha raiva diminui gradativamente.

Encaro o dragão mais decrépito que existe ali. Sim esse foi o dragão que separaram pra mim. Todos os outros foram levados para o torneio mais cedo. Só ficou Tao, um dragão gordo e cego de um olho e Indominus.

— Ela não vai vencer, Bomani, ela não vai vencer.
Digo controlando a voz.

Essa disputa não será uma mera demonstração de forças entre dragões, é uma guerra interna entre mulheres.

— Essa é a oportunidade de você desistir desse plano.

Ignoro meu amigo, assim como o dragão horripilante e sigo até a cela mais afastada dali.

Indominus segue descansando guardado por um feitiço que reforça as grades da cela.
Quando me aproximo ele abre os olhos preguiçosamente.

— Está na hora de você mostrar o seu poder.— digo a ele.

Concentro-me na cela, sinto a resistência do feitiço, mas meu poder é maior. Fecho as mãos e as barras que entortam devagar, meu corpo quer fraquejar pois nunca lutou contra um feitiço, porém antes que ele ceda arranco as grades.

— Não Tefari!
— Fica aonde está, Bomani!— ordeno enquanto Indominus me encara curioso.

Depois de um silêncio incômodo o dragão sai da prisão desconfiado.
Seu tamanho causa uma sombra enorme sobre mim.

— Eu tenho ciência do seu poder— declaro— sei que pode me matar com apenas um sopro, mas sei que também pode fazer coisas gloriosas, por isso o libertei. De hoje em diante não se chamará mais Indominus, teu nome é Gloriosum.

— Lindo discurso, Tefari. Mas nós vamos morrer.— Bomani grita amedrontado.

A criatura parece me entender, só que num instante algo parecido com medo surge em mim.

Indominus infla o peito e de sua boca é expelido fogo.
Bomani grita e eu fecho os olhos em defesa.
Sinto um calor incomodo, ainda ouço Bomani gritar e quando abro os olhos as chamas formam um pequeno muro ao meu redor.

Eu aceito, Guerreira.

Uma voz imponente surge em minha cabeça.

— Você fala...?

Sim, só você pode me ouvir. Agora pede pro seu amigo calar a boca ou vou comê-lo.

As chamas cessam e consigo ver Bomani correndo até mim e me abraçando forte.

—Deixe de ser tolo! Não vou morrer tão fácil assim, terei uma morte gloriosa .

— Não sei porque ainda me preocupo contigo, sua filhote de jafel.

Então eu consigo rir antes de montar no meu novo dragão para uma luta sanguinária.