Garota da Moto (Versão Vauseman)

Capítulo 12

O avião procedente de New Orleans pousou suavemente no aeroporto de Amarillo e começou a correr pela pista, diminuindo a velocidade gradativamente.

Alex olhava pela janela sentindo uma grande emoção ao ver novamente sua terra e estar de volta em casa. Ao seu lado Helena a observava, tentando adivinhar o que se passava em sua cabeça.

Alex havia telefonado para a irmã para avisar de sua chegada e que estava levando uma amiga para hospedar na fazenda. Mas soube pelo empregado que Sean não estava ali, havia viajado para Amarillo logo depois do enterro de seu pai.

Alex havia desligado chocada com a notícia. Havia chorado a noite inteira, se culpando, dizendo que era uma péssima filha e irmã, por não estar presente nessa hora triste. Helena havia antecipado as passagens para o dia seguinte, com a inesperada notícia. E agora Alex parecia conformada. Havia sido convencida por Helena que ela não tinha culpa de estar longe. Seu pai estava doente há anos, como ia adivinhar que ele ia morrer naquele mês?

Alex estava agora pensativa. A morte de seu pai iria mudar a vida de Sean. Mesmo com uma enfermeira, ela dedicava muito tempo ao seu pai, quando não estava cuidando dos negócios. Ela agora teria mais tempo para dedicar-se à ela mesma. Talvez voltasse a viver, e não vegetar, naquela casa triste. Sean devia vender a mansão de Dallas e viver na fazenda de Amarillo, ela amava a vida campestre.

Sua relação com Sean também ia mudar. Estava farta de viver escondendo da irmã sua verdadeira personalidade, deixando-a pensar o pior. Tinha que mostrar à ela quem era verdadeiramente, mesmo que isso chocasse Sean. Não mostraria isso com palavras, mas com atitudes. E estava começando levando Helena para ela conhecer. Se a reação de Sean fosse forte, iriam para um hotel.

Helena tocou sua mão e Alex voltou-se, sorrindo. Helena estava tensa e Alex a entendia. Ela ia conhecer sua irmã e além disso, estar hospedada na mesma casa. Apertou a mão dela, tentando transmitir confiança. Mas na realidade, estava com medo da reação da irmã, quando a visse. Ela ia acusá-la de irresponsável, egoísta e louca, com toda razão. Não estava presente quando mais a irmã precisou dela.

O avião parou no terminal e os passageiros começaram a sair, se dirigindo para o setor das bagagens. Alex pegou as malas e as colocou em um carrinho, se dirigindo com Helena para a saída. Minutos depois, elas estavam dentro de um táxi rumo à fazenda.

Alex notou a tensão de Helena e a distraiu durante a pequena viagem falando sobre as atrações da cidade. Amarillo era uma cidade com museu, zoológico, teatro e outras atrações, mesmo sendo uma cidade de economia predominantemente agrícola.

Uma hora depois chegaram à fazenda. Alex havia mostrado as terras e o gado com evidente orgulho e Helena estava impressionada com a imensidão da fazenda. Não sabia que a família de Alex era tão rica.

O táxi parou diante da casa e elas desceram. Alex retirou a bagagem do carro ajudada pelo motorista, enquanto Helena olhava para a casa, impressionada. Era uma imponente mansão rural.

Seu olhar caiu sobre a mulher que as olhava da varanda. Não podia vê-la direito na sombra, mas parecia alta e imponente.

Alex pagou ao motorista e pegou as duas malas, passando por Helena e falando:

-Venha, vamos sair desse sol quente.

Subiram os degraus e Alex parou quando viu a irmã fitando-as. Ela colocou as malas no chão e sorriu para a irmã timidamente, esperando as inevitáveis censuras.

Mas surpreendentemente Sean se aproximou e pousando as mãos nos ombros de Alex, a encarou com evidente emoção.

-Alex! É tão bom ter você de volta! – Disse Sean, com voz emotiva – Agora somos só nós duas, Alex, nosso pai se foi!