O dia surgiu radioso, com sol e uma brisa fresca soprando. Era o outono que se aproximava, amenizando o calor típico do Texas.
Helena se levantou cedo. Tomou um banho de ducha, vestiu-se, se perfumou e penteou os cabelos negros, prendendo-os no alto da cabeça. Olhou-se criticamente no espelho. Sorriu para sua imagem. Estava ótima, nem parecia que havia saído de um hospital há vinte dias.
Pensou em Alex e seu sorriso morreu. Estava muito magoada com ela. Alex havia sido um triste engano em sua vida. E reconheceu que a culpa não era de Alex, ela quem havia iniciado tudo. Alex a havia avisado que não estava pronta para outra relação séria. Mas ela deixara sua libido decidir sua vida amorosa, encantada com a beleza de Alex, com o jeito dela fazer sexo. Havia sido uma idiota! Por que não havia apenas tido uma noite de prazer e ter se retirado sem convidá-la para ir para sua casa? Não estaria agora sofrendo uma decepção. Mas ia recuperar-se disso.
O belo rosto de Sean surgiu em sua mente. Lembrou do beijo que trocaram, quando ela a confundiu com Alex. Sean tinha uns lábios deliciosos, e ela havia retribuído o beijo, sentira a língua dela acariciando a sua, o corpo estremecendo. Depois havia recuado, com certeza por medo.
Helena sorriu. Sean havia gostado do beijo. E depois, no jantar, havia notado os olhares dela. E a declaração que estava triste porque ela ia embora. Ela a desejava, tinha quase certeza. E ela também se sentia atraída por Sean, talvez por sua semelhança com Alex. Mas se conseguisse conquistá-la, faria tudo para não a comparar com a irmã, porque Sean merecia ser amada.
Desceu para o primeiro piso e viu Sean de pé junto à janela, fitando a paisagem com olhar pensativo. Ela estava com culotes de montaria e botas de cano longo e Helena admirou o corpo esguio, sentindo um arrepio de desejo.
Sean ouviu seus passos e voltou-se. Ao vê-la, enrubesceu e sorriu timidamente.
-Já de pé? Pensei que ia acordar um pouco mais tarde.
Helena sorriu e aproximou-se com um sorriso malicioso.
-Bom dia, Sean. Já descansei o suficiente. E pensei que podia acompanhá-la na sua cavalgada diária que faz pela manhã, que você me contou.
-Oh, claro... – Sorriu Sean, observando a roupa de Helena – A calça jeans e a blusa de algodão estão adequadas para cavalgar, só falta um chapéu para proteger sua cabeça do sol.
-Não tenho chapéu – Disse Helena, decepcionada.
-Isso não é problema, eu possuo vários. Posso dar um para você, espero que tenha a cabeça do tamanho da minha. Vamos tomar o desjejum, depois veremos isso.
Foram tomar o desjejum na varanda, um hábito de Sean. Helena olhou a mesa, impressionada. Havia ovos mexidos, panquecas, bacon, torradas, suco de laranja, café e frutas diversas.
-Uau, vocês se alimentam com isso tudo no café da manhã?
Sean riu, servindo-se de café.
-A vida no campo dá apetite. E é claro que gastamos muita energia com trabalhos físicos. Eu tenho vinte empregados na fazenda para manejar o gado, mas gosto de ajudá-los a laçar e marcar gado, a cuidar das crias, coisas assim.
Helena a fitou com malícia proposital.
-Pelo corpo que tem, prova que sabe se cuidar, Sean.
Sean enrubesceu e baixou os olhos com uma timidez encantadora. Comeram em silêncio e Helena aproveitou para ficar admirando-a disfarçadamente. Sean era linda! Os cabelos negros estavam presos em um rabo-de-cavalo, mostrando o pescoço pálido. Ela parecia tão tranquila. Como seria esse rosto com uma expressão de desejo?
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Garota da Moto (Versão Vauseman)
FanfictionPiper é uma garota rica que tem sua vida dirigida por seu avô. Mas na festa de seu noivado sua vida vai dar uma reviravolta, quando conhece Alex, a garota da moto.