Memórias

Capítulo 01

Depois de se escrever a história, ela não pode ser apagada.
Ela pode até ser alterada, interpretada de diferentes maneiras, é verdade, um pouco manchada talvez, isso depende das pessoas que passam pelo caminho, e as intenções de cada um.
Todos nós estamos fardados a morte, a única certeza de tudo é o fim, você nasce, vive e morre, são essas linhas que vem sendo escritas no livro de cada ser vivo.
Mas, se são essas linhas resumem tudo, o que é importante então? Se a gente não conhece a essência de cada Ser que passa pela nossa vida. Será um Teatro, onde todos fingem, serão todos contadores de história? Histórias, como aquelas que passam na TV.
Parece que nunca são as verdadeiras, nunca dignas de serem linhas escritas no livro.
Nossa mente pode ser comparada a um questionário, algumas pessoas vivem de dúvidas, incertezas, sem respostas, e alguns "levam", a vida inteira para descobrir o sentido disso, tudo resumido em um:
- Por que vou, para onde vou e como vou.
Até o momento existem muitas páginas a serem preenchidas, parece que falta alguma coisa, parece que falta alguém, não sei dizer se é físico ou mental, algumas vezes nos fartamos do que nos falta através do álcool, das drogas, de grandes festas, onde nem se quer lembramos o nome no dia seguinte, fica apenas o: - Por que estou aqui? Para qual lado ir? As dúvidas e as incertezas, tudo tão certo quanto um clarão na noite, como as linhas são continuas o tempo linear, e escritas sempre tortas.
Mas chega a um ponto em que cansamos de procurar o que não se pode alcançar e começamos a escrever finalmente nosso livro ainda que as escritas estejam tortas e não tão linear, mas ainda assim com fé em ser o autor destas linhas, disposto a encarar o sucesso da obra, as críticas e também os vexames.
"Que bem sucedido é esse que tem que tomar antidepressivo".
As pessoas anseiam pela sexta feira, mesmo sabendo que não poderão fugir da depressão da segunda, e o que restou foi vazio novamente, e como de costume vamos de novo cair nas incertezas e nas dúvidas, será que a realidade não é um teatro a final de contas.
Todas essas escritas, datilografadas, até aqui parecem nada mais nada menos que um grito, talvez de desespero.
Por querer encontrar uma Luz, as linhas Claramente dizem me ajuda. - Alguém está aí? Eu estou falando! Gritando!, mas ninguém ouve e novamente tudo não passa de dúvidas e incertezas.
Tudo tem um começo, meio e fim, a diferença é que o fim a gente já sabe e o início é incerto, tudo vai de como agimos neste meio, e só assim dizer se é bom ou ruim, mas isso não garante que você será feliz ou triste, simplesmente chegou em um consenso com a vida, apenas isso.
Meu início foi escrito, por um menino com medo, raiva, tristeza, e solidão, não sabia mais para que servia meu corpo,
Não sabia se era meu, ou se minha existência, era tão fútil que isso não importava, nem mesmo para meus pais e menos ainda para pessoas a minha volta.
Meu nome, estava no lixo, meus pensamentos, ainda estavam tão vagos, mesmo essas linhas estando sendo escritas por um menino de apenas 11 Anos, pelo menos neste início!
Mas como tudo o que é torto e desarrumado temos que arrumar, limpar, manter as coisas no lugar,
Deixaremos como se o lugar fosse novo, mais esperançoso, que na introdução, afinal, com 11 anos não consegue-se completar o livro.
Sinceramente sinto orgulho em dizer-lhes que continuo escrevendo, como? Sozinho, mas não sem ajuda, na verdade, o que realmente aconteceu é que fui salvo, mas como?
Em minhas páginas, uma das salvações, foi o afeto e minha mente que havia se transformado em uma noite vaga, foi iluminada por uma luz e uma vós calma que dizia:
- Não precisa gritar, estamos aqui.
Com muito superficialidade, essas linhas contaram o início e um pouco do meio de minha obra, mas através dessas memórias, acredito que seu início não terá tantas incertezas, assim como o meu teve.
O propósito na minha história é falar do amor. Que a Luz desse sentimento único ilumine quem tem dúvida sobre sua Própria história, e que você também possa ouvir:
- EU ESTOU AQUI!