22/09/1831

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     Querida Marcela, recebo tua carta de coração aberto e lhe devolvo palavras com humildade, sou Eliza Oliveira, mas não devo lhe contar sobre quem me criou, as raizes que me levantaram não me agradam e creio em meu peito que não irás te agradar com tais fatos.
 

        Vosmecê não és parecida com ninguém que possuo em mente, lhe imagino com uma mente  perspicaz, a ousadia seria  lhe descreve melhor, deves ser tagarela pelo modo que li seus ligeiros versos, és feroz como o mar e eficiente como o chá, Marcela.

        gargalhadas se soltaram de minha boca ao ler tais palavras de uma carta, quem dirias que algum dia tal presença iria me escrever, prometo lhe mostrar ser digna de sua confiança, não sou um livro aberto, tenho noção disso,  mas ainda assim me esforçarei para que não me vejas mais como uma enigmática moça, começarei lhe contando sobre minha fronte.

     Sou alta como uma árvore em plena primavera, possuo a pele rosada de um pêssego, minhas maldições são as sardas que cobrem  meu rosto e o longo cabelo cor de fogo que o diabo me presenteou, em minha linhagem não há tais maldições, creio que o próprio príncipe do inferno resolveu me castigar por pecados passados ou pela minha lingua tão rápida.gosto de me comparar as laranjas, pois vossas cascas afastam quem apenas quer apertar e são cítricas e doces para quem tem paciência de descobrir o interior.

      Sou tímida, porém me encontro em um grande plano futuro, pretendo possuir uma grande fazenda e cultivar as mais diversas frutas, sou fascinada pelas suas vidas poéticas e trágicas, ser poderosa sendo mulher neste mundo  não está  ao meu alcance, mesmo  meu ventre sendo criador da vida, por tal motivo, quero casar, mas não devota de amor, e sim de poder, um homem aos meus pés e uma fazenda a minha mão são presentes suficientes para satisfazer  meu ego.

      Gostaria de um fato excêntrico? Pois eu lhe conto, e posteriormente quero saber, qual forma de perecer traria à sua alma paz?, a minha alma iria com paz se voltasse ao mar, perecer afogada junto do amor de minha vida, violando todas as regras já ditas pelo homem em minha solene existência, "do pó o homem veio, do pó voltará" "cabelo de fogo, deve ser queimado", creio que no fundo do oceano, a solidão atacará a todos que pertubarem meu sono eterno.

        Contei-lhe um segredo e espero que me permita ser curiosa a respeito dos seus, e quanto as suas histórias, saciaria minha curiosidade se vosmecê  compartilha-sê está sobre sua  mãe preta de alma.

  Com amor, Eliza.

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⏰ Última atualização: Feb 03, 2020 ⏰

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