Tudo ocorria bem para o Detetive Patrick Collins até a fatídica noite em que sua filha Amy foi assassinada por alguém extremamente cuidadoso, o que virou sua vida de cabeça para baixo.
Após três anos sem nenhuma solução sobre o caso, ele recebe...
Já estava anoitecendo, e como de costume em Vallejo, na Califórnia, as luzes dos postes estavam acendendo aos poucos, iluminando as ruas que já estavam com pouco movimento. Mesmo que a cidade seja considerada segura, alguns pais preferem não arriscar e já haviam começado a buscar seus filhos que brincavam na rua, levando-os para suas respectivas casas. Um homem alto, ainda usando seu uniforme de trabalho, caminhava tranquilamente pela calçada em direção a sua casa. A delegacia era consideravelmente perto, e no dia de hoje não iria precisar da viatura. Ele observava atentamente cada movimento de cada pessoa que passava ao seu lado, quase que de forma involuntária. Afinal, ser perceptivo era parte de seu trabalho. Balançava o chaveiro cujo estava preso entre os dedos, no ritmo da música que cantarolava. Essa noite de fato seria especial e quem sabe até marcante. Como todos os dias, ele passava por sua vizinha que quase sempre estava sentada na varanda observando a rua. Já nem se importava mais com as fofocas que sairiam da boca daquela senhora, apenas a cumprimentava antes de entrar.
—Boa noite, Senhora Miller. — E como sempre, não recebeu nenhuma resposta. Apenas um olhar desconfiado que o fez se perguntar mais uma vez se ela era realmente humana e não um robô.
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Após abrir a porta de casa, mal teve a chance de entrar antes de ser recebido com um abraço caloroso de sua filha. A garota por sua vez usava uma blusa listrada e calça legging, e estava com os cabelos loiros um pouco bagunçados.
—Amy, você tem que parar de me assustar assim. Um dia você vai matar o papai de susto. — Sorriu enquanto a observava. Amy havia crescido tanto em pouco tempo, e isso de certa forma o deixava assustado.
—Tem medo de que eu seja um assaltante? Talvez eu deva roubar certa quantia de dinheiro da sua carteira. — Ela afastou-se, dando espaço para que seu pai finalmente pudesse entrar.
A rotina dos dois havia se tornado monótona há muito tempo, desde o falecimento da mãe de Amy. Porém eles nunca tiveram problemas, pelo menos nada tão grave. Amy chegava da escola por volta das quatro e meia da tarde e ajudava no que podia dentro de casa enquanto seu pai não voltava do trabalho. O mesmo sempre chegava, ou tentava, às seis em ponto e mesmo que cansado, ainda ajudava a preparar o jantar. Mas no dia de hoje seria diferente, e isso parecia ser uma coisa boa para ambos. O celular do detetive começou a tocar logo após o mesmo deixá-lo sobre o sofá, o que despertou um sorriso sapeca na garota. Ela pegou o mesmo, e antes que pudesse anteder seu pai o pegou de volta.
—Jackie está ligando pra confirmar o encontro, não é? — Sentou-se sobre o braço do sofá, aguardando ansiosamente a resposta.
—Sim, mas eu não tenho certeza se vou. Você é muito nova pra ficar sozinha em casa, ainda mais durante uma noite inteira. — Ergueu uma das sobrancelhas enquanto encarava a garota. Adoraria provocá-la para ver sua reação.
