Como dizer do que faço - Folha (1)

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Sabe, agora me veio que durante tudo isso que tento te dizer do que faço, sobressai-se aos olhos o conceito de estranhamento em pleno funcionamento. O estranhamento, uma experiência. Assim como as experiências de "agramaticalização" (DELEUZE; GUATTARI, 1977) e de deslocar o texto em suas relações com o seu lugar: o papel.

Estranho. Algo mexe comigo. Estranhamos e sentimos algo. Talvez inominável. Algo que te inquieta. Em contato com aquilo, já não se pode mais ser o mesmo. O estranhamento desassossega. Ele quer isso: te tirar do lugar. Tirar teu pensamento do lugar. Só assim, talvez, o pensamento possa se "desterriorializar" (DELEUZE; GUATTARI, 2017b). E, ao se "reterriteriolizar"(ibdem), terá um pequeno índice de diferença. O pensamento deixa de ser o mesmo. Passa a ser diferente em algum gradiente. E o estranhamento um ponto de entrada possível desse processo dediferenciação.

Sem título & com muitos nomes - ÔmegaOnde histórias criam vida. Descubra agora