Capítulo 3

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Os preparativos do casamento continuam a todo vapor.

Minha mãe tomou à frente de tudo, porque não estou mais em clima de festa. Parece que estou, na verdade, morrendo por dentro.

Mais ânimo, Sofia! É o que meu subconsciente diz, no entanto, ignoro-o completamente.

Nem vontade de ler eu tenho. A leitura é o meu hobby; amo a forma como me faz viajar por mundos desconhecidos, enxergar possibilidades e ter sempre a esperança de um final feliz.

Minha mãe entra no quarto, trazendo nas mãos o meu almoço, mesmo depois de ouvir milhares de vezes que não estou a fim de comer.

— Não pode ficar assim, querida, vai adoecer.

Ela senta ao meu lado na cama.

— Só queria morrer, mãe. — Choramingo em um momento de fraqueza. Não há esperança para mim.

Os soluços chacoalham meu corpo enquanto ela me envolve, segurando-me nos braços até o momento em que adormeço depois de uma crise de choro.

Menos de uma hora, acordo e descubro que não estava sonhando.

Ainda precisarei ir embora com um cara excêntrico e sem piedade. Meu Deus, eu nunca mais veria o Lucas, nem mesmo a minha família. Choro por mais tempo.

Não sei como ainda consigo ter lágrimas para chorar.

***

São 16h, e minha mãe me avisa que se encontrou com Lucas enquanto terminava de resolver alguns detalhes do casamento.

Segundo o que está me dizendo, ele virá ao meu encontro mais tarde.

Não poderia falar sobre o que aconteceu para ele, nem sei se conseguiria em algum momento.

Peço para ela dizer que não estou em casa. Devo terminar com ele o quanto antes, mas certamente não conseguirei fazer isso hoje, mesmo em véspera de casamento.

Estou despedaçada.

— Amanhã você vai se casar, querida. Não vou deixar que desista desse sonho, não posso permitir.

— Melhor terminar com isso, mãe, vai ser melhor e mais justo com o Lucas. Não posso envolvê-lo nessa loucura.

Não o meu doce Lucas.

— Eu sei. — Ela me abraça mais forte.

***

Às 19h, Lucas aparece, e minha mãe faz o que eu pedi. Fico olhando pela janela, apoiando as mãos no vidro, desejando poder tocá-lo, acalmá-lo e dizer que tudo ficará bem; mas não vai. Então apenas o vejo se distanciar da minha casa com o carro do pai dele. Meu coração se parte.

Depois disso, o telefone não para de tocar. Lucas é bastante persistente, não desistiria fácil. Só há um jeito de fazê-lo me odiar e, para que isso aconteça, terei que machucá-lo profundamente.

A dor rasga meu peito, me deixando sem ar, sem brilho.

Eu me sinto vazia.

Minha mãe vem ao meu quarto outra vez, depois de não aguentar mais o telefone. Eu não aguentava mais nada, nem minha própria mãe.

Reviro os olhos quando ela começa a falar:

— Filha, você deveria atender, ele vai continuar ligando. Dê pelo menos uma boa noite de sono ao garoto, ele também não merece essa falta de informação.

Homem de NegóciosOnde histórias criam vida. Descubra agora