O sol entra pela janela do meu quarto. Meus olhos ardem de sono, além do excesso de choro.
Ouço uma batida à porta.
— Entre. — Ouço minha voz sair quase falhando.
— Bom dia, querida. — Minha mãe entra no quarto com uma bandeja de café da manhã. — Você precisa comer.
Nem sei que horas comi ontem e, mesmo assim estou sem fome.
— Não quero.
— Vai ficar doente, filha, se não comer. E se esse homem forçar alguma coisa? Você tem que estar forte para se defender.
Não deixa de ser uma verdade.
Pego a bandeja e começo a comer o pão feito em casa, na companhia de uma xícara de café fresquinho.
Ele vai ter que me amarrar se for... Nem quero pensar, porque não vai ser fácil. Só porque é bonito, não quer dizer que vou me derreter por ele.
Maldito seja!
— Soube alguma coisa do Lucas? — Tento mudar de assunto para evitar esses pensamentos inúteis.
— Quer mesmo saber?
Não, mas preciso... Preciso muito ocupar a minha cabeça.
— Acho que esse é o meu castigo por magoar um cara tão gentil como Lucas.
— Não, você está enganada, querida. Vocês dois são as vítimas aqui, o culpado disso tudo é o seu pai. — Ela coloca um fio de cabelo solto atrás da minha orelha.
— Não o culpe, mãe.
— Como não se ele é o culpado de tudo? Mentiu sobre o emprego e ainda é viciado em jogos. Como não percebi aquele monte de dinheiro? — Ela se martiriza.
Nisso ela tem razão, mas ainda não consigo culpar o meu pai. A única coisa que penso é que farei tudo pela vida dele. Não suportaria vê-lo morrer na minha frente, sabendo que posso ser a solução dos problemas.
— Não foi ele quem me envolveu na história, foi aquele homem horrendo, maldito.
Ele me quer. Ai, que ódio dos meus pensamentos que sempre voam para um lugar onde não quero estar!
Se aquele demônio me tocar, vou vomitar na cara dele.
Pela Santíssima Trindade, vou morrer.
Por que não tenho um ataque do coração agora? Porque seu pai vai morrer se ele não tiver você. Obrigada, subconsciente de merda.
— Verdade, não sabe o quanto o odeio. — Minha mãe rebate. Será que está tendo os mesmos pensamentos sangrentos que os meus? Acho que ela ajudaria com o corpo.
Quem eu quero enganar? Não mataria nem uma mosca, ainda mais uma pessoa.
— Também não gosto dele, mãe. Mas me fale sobre o Lucas.
Estou ficando irritada só de me lembrar daquele homem perverso.
— Ele destruiu a festa inteira, gritou com os pais dele e deu um soco no primo por ter falado alguma coisa sobre você.
Fecho os olhos imaginando a cena, isso não se encaixa com o Lucas que conheço.
— O que foi que eu fiz, mãe? — Cubro o rosto com as mãos.
— Fez o certo. Por mais doloroso que tenha sido, foi melhor assim. Imagina se ele se envolvesse nessa história? Ia sofrer muito ou faria uma besteira. Esse homem seria capaz até de matá-lo.
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Homem de Negócios
RomanceSinopse: Sofia Gonçalves é uma jovem de 20 anos, que busca no amor o seu conto de fadas. Inocente, mas, ao mesmo tempo irredutível, ela acredita em seu "felizes para sempre", na companhia de Lucas, seu namorado. Juntos eles planejam filhos, casamen...