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Longitude

O céu junto com toda sua beleza está do mesmo jeito. Nada mudou para ele, é e sempre será divinamente deslumbrante. Mas ao olhar para o céu não consigo não pensar na Lawren e não recordar do seu olhar naquela noite estrelada. Porém não consigo esquecer dos meus pais, com será que estão? O que eles devem está escondendo deve ser algo sério.
— Meu amor. Ouço uma voz animada ao ver com minha tia.
— Chegamos.
Minha tia grita.
Esse carro parece que vôo de tão rápido que foi.

— Rigel de hoje em diante você vai trabalhar.
Mesmo andando minha tia não consegue ficar calada.
— Vai ajudar seu tio na loja e se quiser estudar sobra tempo a noite.

Nossa trabalhar eu nem sei por onde começar.
— Tudo bom meu filho?  Um senhor me pergunta alegremente. — Aperta minhas mãos com um sorriso no rosto.
— Estou bem sim. Obrigada. entrego a mesma simpatia.
— seja bem vindo.
Ele aparenta ser um homem legal. Bem mais calmo e tranquilo que a minha tia. Mas como os dois são um casal?

— Entendeu Rígel? Suspira próximo.
Minha tia é direta e um pouco arrogante também. Mas eu mereço.

— Tudo bem tia. Falo tão baixo comparado aos gritos dela que nem sei se ela escutou.
— Liga para aqueles seus amigos e diz que não vai mais joga bola a noite na praia! Diz que você tem mais o que fazer agora.
Minha tia joga o telefone em meus braços. Provavelmente ela deve estar falando do Josh e Biel.
— Ok tia. — Suspiro.
Não sei quanto tempo vou suportar. Tenho que ma

— Não adianta ficar com essa cara fechada. Sei que não vai adiantar de nada.
Minha tia parece estressada. Mas isso não me contagia.
— Seu quatro é o da direita do corredor.
Ela aponta e segue andando.

Meu quarto não é tão grande quanto o meu anterior mais é legal também. Da para se organizar direitinho.
Vou ter que colar as fases da lua no melhor canto da parede. Afinal, será aqui que vou conversar com mais intimidade com meus pais.
A janela é grande e tem uma vista incrível para o céu.

O universo é cheio de mistérios mas a vida ainda ganha dele. Meu pai dizia. Lembro que perguntei:
—  Do que é composto o universo papai?
E ele respondeu com um brilho no olhar de quem estava orgulhoso pela minha curiosidade.

— O universo é composto por aglomerados de galáxias, com nebulosas, estrelas, cometas, planetas e seus satélites, e tudo que neles existem.
Meu pai sempre admirou cada detalhe da natureza sempre achei isso lindo nele. Tudo que eu perguntava ele sabia responder.

Mas agora estou completamente sozinho, abaixo dessa imensidão estrelar que me congela e faz com que eu queira ouvir a voz de meu pai. Sentir a preocupação da minha mãe.

— Já acabou de arrumar esse quarto? Tomo um susto e volto para a realidade com a voz da minha tia.

— Sim. Já vou. Tento gritar.
— esse menino só vive no mundo da lua. Minha tia comenta.
Busco reerguer minhas forças e vou de encontro a minha tia.

Meu telefone toca:

— Lin? Está tudo bem? Fui até sua casa mas estava trancada.
A voz da Meline me faz recordar a voz de alguém próximo.

— Estou bem sim. Meus pais me mandaram morar na casa da minha tia. Tenho que obedecer... Talvez essa seja a melhor forma de ajudar
já que não sei qual é o real problema.

— Respiração funda.

— Estou preocupada com você...
Uma pausa.
— Se cuida ta? qualquer coisa só me ligar.

— Tudo bem Mel. Não precisa se preocupar. Olha você tem visto o Josh? Faz uns dias que não vejo ele.

— Não! Quero o Josh bem longe.
— Sorrio. — o amor de vocês é lindo.
Ouço uma gargalhada do outro lado da linha.
—  Se Cuida besta. Depois me conta essa história de mudança direitinho.

—Tá..
—Você vem ou não vem Rigel? Minha tia dispara outro grito.

— tá certo. Preciso desligar, beijos.
Com o telefone desligado vou ver o que a minha quer.

Pede para seguir ela. Caminhamos até o jardim.
Não sabia que por trás da sua casa existia um jardim.
— Fascinante. —suspiro surpreso.
Quanta beleza em um só lugar.

—  Gostou né? Seu tio é louco por isso aqui. Você vai aprender a ser jardineiro e vai vender flores com seu tio.
Os olhos da minha tia muda olhando as diversas flores. E por alguns minutos ela fica calma. Que para mim é uma surpresa.

—Nem sei como agradecer a vocês.
Estou sem palavras confesso, eu não mereço.
Minha tia é toda estressadinha sem motivos. Mas o coração dela é repleto de amor. Percebemos isso nas pequenas atitudes das pessoas. Como a minha tia, ela grita muito, mas por dentro ela agradece. Talvez esse seja o segredo.

— precisa agradecer não. Amanhã mesmo você começa a observar seu tio para ir aprendendo e logo em seguida vai trabalhar na loja.
Minha tia se retira e me deixa sozinho.
A beleza é composta por cores. E isso aqui a minha frente é uma verdadeira obra de arte.

— Venha menino! Vamos conhecer a loja. Ouço a voz do marido da minha tia ordenando.

— já estou indo seu...
Lembrei ainda não sei o nome dele é nem o da minha tia.
— Joel. Meu nome é Joel.
Ele percebe que fico sem graça.
—estou indo seu Joel. — abro um meio Sorriso.
Me aproximo.

— sabia que respirar ao lado das flores te acalma de qualquer coisa ruim que tenha te acontecido?
Joel explica tocando na pétala de uma flor.  Toda sua atenção e cuidado é naquela flor no momento. Nada é mais importante que aquela flor para ele nesse momento.
— Minha tia gosta desse jardim? Pergunto curioso pois minha tia não parece ser do tipo de gosta de rosas.
— Sim. Nós dois sempre fomos apaixonados por esse jardim.
Ele explica.
— Você tem quantos anos jovem? Observa minha expressão.
—  19 senhor. — Respondo baixinho.
— Não precisa me chamar de senhor. Sou velho mas não precisa ficar me lembrando.
Seu Joel não tem aparência de velho. Pelo que me parece está bem em forma. Ele é daqueles homens que se dá bem com todo mundo ao que me parece.
— Seu nome é? Olha nos meus olhos repentinamente e isso não me assusta.
—  Colin. -— A Tereza te chama de Rígel. Se não me engane. Não é mesmo? Ele brinca sentando no banco. Aproveito e sento também.
Descobrir que o nome da minha tia é Tereza. Há tempos que só chamava ela por tia.

—  Sim. É que meu nome é Colin Rígel.
— Nome bonito rapaz! Olha para o céu e continua: — Seu pai sempre me falou que seu nome seria Rígel. Falávamos de você antes mesmo de você estar formando dentro da barriga de sua mãe.
O senhor Joel parecer lembrar de algo enquanto fala.

Meu pai nunca me contou que tinha amigo chamado Joel.

— Meu pai nunca me falou de você. Solto.
— Não? Nos conhecemos por conta da sua mãe.
— Seu pai sempre falou que quando tivesse um filho colocaria o nome de Rígel. Porque é nome de uma estrela.
Sempre que fala do meu pai ele para e observa o céu.
— Você não sabe como seu pai era curioso quando era jovem. E bonito assim como você. Mas ele sempre foi romântico. E você... Parece que é virado né?
De onde ele tirou que sou virado? talvez minha mãe contava da minha vida para meus tios.

— Eu sou virado? — Sim você é. Me interrompe.
— Eu era assim igualzinho a você quando era jovem. Só pensava em meninas. Mas quando encontrei a Tereza... Entreguei todo meu amor a ela.
— mas... Você e meu pai eram próximos? Faço outra pergunta.

— Fomos um dia. Eu e seu pai éramos amigos íntimos mais discutimos por coisas que hoje considero inúteis. Talvez em outra ocasião eu te conte. quando o seu pai voltar.

— Mas vamos conhecer a loja? Percebo que logo após falar do meu pai ele muda de assunto.
— Precisamos trabalhar! — Levanta.
— Hoje a nossa funcionária não pôde vim. Lamenta.
— Vocês tem funcionária? Pergunto surpreso.

— Sim. A Aurora já está conosco há um bom tempo. Explica enquanto caminha.

Estrela BináriaOnde histórias criam vida. Descubra agora