I can't sleep ❁ minsung

único; insônia, declarações e beijinhos.

O relógio marcava 02:37 da manhã e Jisung ainda nem havia pregado o olho. Passava das onze e meia quando ele se despediu dos amigos, desejando boa noite e se jogou na cama confortável. Os minutos foram passando, logo se transformando em horas e ele ainda estava acordado. Não conseguia dormir de jeito nenhum. E não era como se não estivesse com sono, porque os olhos pesados e o raciocínio lento eram óbvios indicativos de que sim, estava morrendo de sono. Porém, quando fechava os olhos, milhares de pensamentos surgiam e dormir era simplesmente impossível.

E o Han até já havia tentado fazer algo para mudar isso. Havia feito o exercício de respiração que, na internet, dizia que o ajudaria a dormir rapidamente. Tinha escutado música e até tentado escrever algumas, na esperança de que algo ajudasse sua mente, mas nada adiantava.

Suspirou pela milésima vez naquela madrugada. Jisung já estava irritado, perdendo a paciência com ele mesmo. Sentia que, se passasse mais alguns minutos acordado, iria enlouquecer. Claro, ele sabia que não iria, já que possuía um grande histórico com insônias, nas não era como se a sensação fosse passar.

E ele também sabia que a porta do quarto ao lado provavelmente não estava trancada, já que o garoto doce, que agora dormia serenamente, sempre a deixava aberta, só esperando por um Han Jisung frustrado e com sono. Só que ele já havia incomodado Lee Minho tantas e tantas vezes que até se sentia mal de voltar a faze-lo. Amanhã o dia seria cheio, com seções de fotos e mais alguma coisa que ele não lembrava e se BangChan descobrisse que os dois haviam passado a madrugada toda acordados, provavelmente os mataria. E também Jisung não teria coragem de acordar Minho do mesmo jeito que fazia quando eram novos. Então, não, ele não iria acordar Minho, se alguém ali fosse ser xingado no outro dia, seria somente Jisung.

Era estranho pensar que, quando o Stray Kids ainda nem existia, o Han precisava lidar com as crises de insônia sozinho e aí, de repente virou treinee, conheceu os outros oito garotos, passou por tantas e tantas coisas com eles e junto a tudo aquilo, encontrou uma família. E no meio disso, havia Lee Minho. Desde o início ele havia se destacado em meio aos outros. No momento em que Jisung colocou os olhos no Lee, ele soube que, em um futuro próximo, se apaixonaria.

E não deu outra, já passavam anos e ele ainda estava apaixonado. Mas também, como não iria se apaixonar se, mesmo na época de treinee, quando nem se conheciam direito e dividiam um dormitório apertado, Minho deitava ao seu lado e conversava com ele até que a insônia desistisse e o mais novo finalmente caísse no sono? E mesmo depois do début, as coisas não mudaram. Sempre que a insônia de Jisung aparecia, Minho estava lá para ajuda-lo.

Mas quando já fazia um bom tempo da estréia e todos sabiam quem eram os oito garotos — porque o caminho até ali havia sido longo e as perdas, inevitáveis — do Stray Kids, todos se mudaram para uma casa maior, onde cada um possuia seu quarto e agora Jisung não contava mais com o Lee por perto. E por mais que Minho tivesse deixado claro que ele poderia acorda-lo quando precisasse — mas o Han nunca o fez, a vergonha e a falta de coragem não deixavam —, Jisung não queria ser o culpado pelas olheiras do outro no dia seguinte.

Suspirou, outra vez, rolando na cama e apertando os olhos com força.

Pensou em ir até o quarto de Felix, pois sabia que o Lee era acostumado a virar a noite, porém tinha certeza que Changbin estava com ele e, bem, Jisung não queria estragar a felicidade do melhor amigo.

Rolou na cama mais uma vez, esticando os braços e, totalmente sem querer, esbarrou a mão no despertador que ficava ao lado da cama, vendo-o cair com um barulho estrondoso.

Ótimo, agora todas da casa vão acordar.

Não se passaram nem dois minutos até que escutou passos no corredor. Imaginando ser Chan, ele puxou as cobertas até tampar o resto e fechou os olhos, fingindo dormir. Escutou o barulho da porta abrindo, passos adentrando o quarto, silêncio, e, quando achou que a pessoa iria dar meia volta, acabou se surpreendendo.