Capítulo quatro - Eu sei o que você fez no verão passado.

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Anteriormente neste livro:

(Precisa contextualizar vocês que leram faz tempo, sinto muito ❤️)

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(Precisa contextualizar vocês que leram faz tempo, sinto muito ❤️)

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Ele continuava sorrindo.

Um sorriso ao mesmo tempo radiante e instigante, como se ele realmente  estivesse contente em vê-la, assim como estava ciente de que atiçava a sua curiosidade convidando-a a desvenda-lo; um sorriso que Ariella tentou com todas as suas forças não olhar, mas não conseguiu.  Assim como não conseguiu evitar analisar cada traço de seu rosto simétrico.

Na primeira vez em que o vira, em seu momento de agonia durante a ascensão, não fora possível enxergar nada além de seus olhos dourados. Entretanto, o restante de sua aparência era ainda melhor que nos sonhos: o espesso cabelo ruivo, os ombros largos, a postura confiante e o sorriso sedutor eram familiares o suficiente para não deixar dúvidas na jovem; o protagonista de seus sonhos perturbadores estava mesmo ali, a poucos passos de distância.

E ela não tinha ideia de como agir. Sabia que estava sendo estúpida e descuidada parada como uma estátua à frente do rapaz sem proferir nenhuma palavra, mas o que poderia fazer? O que poderia fazer quando vê-lo ali tão real tinha inibido todos os seus instintos? Tinha adormecido todos os seus mecanismos de defesa? Tinha aplacado qualquer tipo de reflexo rápido? E a única coisa que ela sentia era o sangue correndo tão rápido em suas veias que ela podia até ouvi-lo bombeando em seus ouvidos.

Ele a afetava, e isso era tão óbvio para ela quanto o céu era azul do lado de fora. Mas por que? Era a pergunta sem resposta. Por que, depois de meses tentando aprender a agir como uma humana, a simples presença dele a deixava tão exposta e vulnerável?

Por que ele estava ali? Será que ele se sentia da mesma forma? O que queria com ela? Quem era ele? Para sua infelicidade, ela sabia a resposta para a última pergunta, apesar de não entendê-la completamente.

Eu sou você.

Ariella precisava reagir. Precisava de respostas e precisava agora.

Então deu a ordem a si mesma; se recompor, abraçar a calma inabalável e limpar qualquer vestígio de surpresa de seus traços. E seus punhos, caídos rente ao seu corpo, imediatamente se fecharam, determinados; seus olhos, antes tomados pelo choque foram inundados com determinação.

— Ari, está tudo bem? — uma voz cheia de preocupação soou ao seu lado, no mesmo instante em que tocava seu braço.

Amanda.

A jovem piscou seus olhos e desviou sua atenção para a morena ao seu lado, parecendo finalmente reconhecer o mundo a sua volta, onde ela era o centro das atenções.

Criaturas Celestiais - A Queda  [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora