Pills

Happy pills

Nós queremos você peter...

Eu-o-oque?Nã-NÃO!!

*Quebra de tempo*

Mais ou menos duas horas depois...

Corri para casa,enquanto me encontrava em prantos com toda aquela situação maldita,quando finalmente cheguei a porta,a escancarei em total desespero,meu pai estava em casa,gritou alguma coisa mas eu não entendi oque ele disse,corri para meu quarto e o tranquei,e depois me direcionei ao meu banheiro e fiz o mesmo.Me encostei na porta e fui escorregando até entrar em contato com o azulejo frio do chão.Minhas lagrimas escoriam por todo meu rosto quente e vermelho,estava com raiva,com nojo,mas principalmente... com vergonha.Eu me sentia envergonhado,envergonhado por não ser forte o suficiente,por ser tão incapaz de me defender sozinho,por mais machista que isso soasse,eu sabia que se aquela situação se passase com uma garota,ao menos seria justificavel,mas com um garoto?Aquilo era totalmente constrangedor!Como eu poderia dizer isso a alguem?como eu teria palavras para descrever aquele maldito vechame que havia passado?Aquele maldito acontecimento?Como eu poderia?Eu podia sentir um imenso nojo me preencher daquela pele despressivel que estava grudada em todo o meu ser,a aranhava com as unhas descontando todo meu naquela odio naquela porquisse que eu antigamente chamava de "corpo",a ansia que me dava ao lembrar daquele sangue que corria em minhas veias,o nojo que sentia sabendo que não importa oque eu fissese,mesmo que esfregasse o meu corpo até ficar em carne viva,eu nunca me sentiria "limpo" novamente,estava  amaldissoado a viver com aquilo,aquele maldito pedaço de carne podre e miseravel.Sentia meu estomago revirar enquanto soluçava constantemente,alguns segundos depois fui engatinhando até a gaveta da pia,tirando uma pequena caixinha branca que tinha algumas laminas prateadas,pego uma delas e faço varios cortes profundos nos meus braços e pernas,deixando meu sangue ainda quente escorrer pelo meu corpo enquanto pingava no chão.Porque?Era tudo que conseguia pensar,porque?Porque eu insistia tanto em continuar aquele maldito teatro?Oque há para mim nesse mundo miseravel?Cheio de violencia e dor?Eu cansei...Estou tão exausto disso...Fiz meus curativos,e voltei para o meu quarto,coloquei um moletom verde escuro e vesti o capuz,sai de casa de fininho para não acordar meu pai que estava apagado em sua poltrona com duas garrafas vazias no pé da mesma e uma em sua mão direita;E fui até o topo de um predio antigo abandonado que ia de vez enquando quando precisava pensar na vida,mas dessa vez,eu não precisaria pensar em mais nada,estava decidido.Calmamente caminhei até a beirada e  sentei emcima do limite do telhado,e fiquei observando os carros passarem e as pessoas distraidas em suas vidas caminharem,naquele momento eu sentia como se tudo ao meu redor estivesse parado no tempo,como se nada tivesse mais importancia,não,...como se eu não tivesse importancia,eu estava completamente paralizado.Eu não sentia mais nada dentro de mim,eu estava morto.Mas...eu ainda podia caminhar,estava na hora de encerrar com tudo isso de uma vez,respirei fundo,e soltei o ar quente pela boca,me levantei com as pernas tremendo um pouco e olhei para baixo,um frio na espinha percorreu todo meu corpo ao ver a grande distancia que estava do chão,eu estava completamente apavorado,eu coloquei meu pé direito na frente e senti o vento frio bater no meu rosto,e pude perceber uma pequena lagrima quente escorrer pelo quanto do meu rosto,e no segundo que eu enclinei meu corpo para aquele grande e escuro vazio,ouço alguem me chamar.
???-Aqui é um pouco auto pra pular,não?-Disse um homem,com um moletom preto encapuzado,com as mãos nos bolsos e uma calça jeans azul escuro,ele tinha cabelos pretos e olhos da mesma cor,uma pele branca,e alguns machucados em seu rosto,entrando em contraste com aquela pele palida.
Eu-Quem é você?-Falei assustado ao ouvir aquela voz misteriosa
???-Algum motivo especial pra estar aqui?-Disse ignorando totalmente minha pergunta.
Eu-Porque eu deveria te dizer?-Disse neutro,porém levemente encomodado com aquela presença
???-Na verdade não deveria,mas acho que você não tem nada a perder,então,que diferença faz você falar ou não?-Disse ele com um sorriso ironico enquanto dava de ombros
Suspirei fundo,e me virei para aquela figura um tanto quanto sombria e disse:A vida...*suspiro*ela é uma total perda de tempo.Que diferença faz viver ou não?É uma questão de tempo para todos te esquecerem,o ar que respiramos,o sol que sentimos aquecer a nossa pele,os risos bobos que damos sem motivo algum,as lagrímas que soltamos quando estamos sozinhos,oque isso importa?Tudo acaba no final. viramos apenas cinzas em meio a lembranças que ninguem nunca vai lembrar...-Falei enquanto novamente chorava silenciosamente naquela noite.
???-Oque você disse é verdade,mas... realmente acha que vale a pena pensar assim?Olha,ninguem la fora da a minima  pra como você ta se sentindo ou pra que que'você pensa,estão todos muito dístraidos tentando derrubar todos que "amam" para alimentar seus bolsos ganacios por mais dinheiro e poder,mas se não faz diferença nenhuma sua vida...Porque não aproveitar um pouco?-Falou ele se aproximando mais mim-Que tal se divertir um pouquinho?além do mais...A vida é tão curta,não é mesmo?-Concluiu,estendendo para mim um sacinho transparente com algumas pílulas amarelas com um pequeno rosto sorridente,enquanto sorria de forma macabra para mim.
Eu-Oque é isso?-Perguntei desconfiado.
???-O nome é happy pills,o primeiro é sempre grátis.-Suspirou-
Veja bem,se você resolver se jogar desse predio,eu não posso fazer nada,provavelmente,uma ou duas pessoas vão ficar sabendo,e diram para umas amigas como fofoca por ai,mas vai durar no maximo duas semanas até que esqueçam sobre tudo isso.Mas se você quiser dar um pouquinho de sentido pra sua vida,esse é o jeito.
O encarei por uns segundos,e decidi pegar o pacote,afinal,oque eu tinha a perder,não é mesmo?
???-Alias,me chame de Ash,caso você goste,pode falar comigo,eu estou sempre pelos arredores do bairro-disse se virando pra mim-Ah mais uma coisa,-Pausou a fala,enquanto virava seu rosto em minha direção,me olhando com aqueles olhos escuros como a noite-Se divirta-Completou sorrindo sinistramente para mim,até que finalmente se virou e foi embora.
Eu fiquei alguns minutos olhando para o pequeno pacote em minhas mãos,resolvi guarda-lo em meu bolso e voltei para casa,que para minha sorte,estava vazia,meu pai saiu novamente,provavelmente para um bar ou coisa do tipo,e minha mãe estava dormindo.Subi para meu quarto e tranquei a porta,me sentei na cama,encarando aquele saco transparente.Depois de alguns segundos o olhando,resolvi abri-lo e tomar uma daquelas pílulas,peguei duas delas em minha mão um pouco tremula e as observei por uns segundos,e então as engoli sem água.Alguns minutos depois eu começei a me sentir tonto,o quarto parecia rodar,como uma imagem que ia se misturando e criando varias novas cores,eu estava completamente alucinado,eu via seres coloridos a minha volta,estava tudo tão confuso,eu olhei para minha mão,ela parecia como se eu estivesse a olhando em baixo d'agua,se misturando com tudo ao seu redor,aquilo era assustador,mas...um tanto quanto, divertido?Em todos esses anos,eu acho que eu nunca havia me sentido tão...relaxado.Eu me sentia tão forte,seguro,em paz.
Isso durou umas 2 horas aproximadamente,até que o efeito foi passando,e eu me sentia completamente esgotado e acabei por desabar no sono,mas de uma única coisa eu sabia...eu as tomaria  novamente...