Nunca pensei que se tornar adulto seria tão traumatizante, algo tão complicado e agonizante. É assustador toda a pressão externa que sofremos para ter uma vida bem sucedida, um ótimo emprego, a independência, um relacionamento estável, mas eu não tenho.
Tenho 23 anos, moro com minha mãe e minha irmã mais nova, trabalho em uma cafeteria, e estou no ápice da minha crise existencial e ansiedade. Eu nunca me senti tão inútil como estou me sentindo agora, mas eu estou decidida a mudar. Me escrevi na faculdade de fotografia e consegui uma bolsa, minhas aulas começam hoje, e pra ser sincera estou me sentido apavorada, meu coração parece que vai sair por minha boca, estou com medo. Perdi tanto tempo da minha vida acomodada no meu emprego estupido, me conformando com o salario baixo que me ajudava em casa, que esqueci de viver pra mim, mas sabe quando bate aquela revolta e você quer mudar de vida, precisa mudar de vida! Então. Eu estou decidida.
Hoje e meu primeiro dia na faculdade, estava tão ansiosa que não segurava o nervosismo dentro de mim. Me olhei uma ultima vez no espelho fazendo os últimos retoque da maquiagem para esconder aquelas olheiras, e que olheiras, não consegui dormir a noite inteira ansiosa.
“Bom dia meu amor.” Ouvi a porta se abrir e a voz de Timothée ecoar pelo quarto, me virei rapidamente sorrindo e corri ate ele o abraçando forte.
Eu precisava daquele abraço, Timothée e meu melhor amigo, nos conhecemos no colegial quando se mudou para são francisco, a nossa química foi tão forte, que logo no primeiro dia ele já sabia da minha vida inteira, parecia que nos conhecíamos a anos.
“OI.” disse alto o apertando.
“Ai Luísa, não me aperta.” resmungou me soltando e bagunçou meu cabelo. Olhei em reprovação e arrumei o mesmo. – Como está a mais nova universitaria? – questionou sorrindo.
“Está bem, acredito eu, fiquei sabendo que ela não dormiu a noite ansiosa.”
“Bem a cara dela, aquela louca.” gargalhei revirando os olhos e peguei minha bolsa, com meu material, fui ate minha cômoda e peguei minha câmera.
“Poderíamos tira uma foto para marcar esse momento.” Timothée assentiu e tiramos a foto. E seguimos para a cozinha, tomamos nosso café em silencio.
Ao avançar dos minutos minha mãe nos apressava, iriamos pegar carona com ela, já que a faculdade fica uns 15 minutos daqui.
“Vamos Luísa!” Minha mãe me apressou uma ultima vez tomei o ultimo gole de café e juntamente a Timothée corremos para o carro.
Ficamos em silencio ate a faculdade o percurso tão conhecido por mim, hoje me aterrorizava. O percurso que fazia para o café que e praticamente dentro do campus me assustava, já que hoje não iria para o café e sim para o meu primeiro dia de aula. Aquilo me aterrorizava, eu sentia meu corpo cada vez mais duro a medida que me aproximava, o ar se fez falta, e as arfadas eram audiveis. Senti os braços grandes e aconchegante de Timothée me abraçar e seus lábios Tocar minha testa em um beijo casto.
“Vai ficar tudo bem.” Olhei para ele vendo seus lábios se curvarem em um pequeno sorriso, sorri em retribuição e o admirei por alguns segundos. “Lembra o que te ensinei?” assenti e fechei os olho. “Respira fundo... se imagina em um campo de girassóis...” ouvi o ranger da janela de nosso carro velho se abrir e o vento bater em meu rosto. “Respira fundo... sente o ar.” Aos poucos fui me acalmando, mas ainda sentia um frio na barriga e meu coração acelerado.
Timothée sempre me ajudou com minhas crise de ansiedade, eu tenho sorte em ter os melhores amigos do mundo, Louise e Timothée sempre cuidaram de mim, assim como também cuido deles.
“Lu.” Ouvi a voz repentina das minha mãe ecoar pelo carro me fazendo pular em um susto e Timothée me apertar no abraço gargalhando.
“Ai meu Deus.” Abri os olhos vendo que estávamos em frente a faculdade. “Tudo bem esse e meu momento, eu consigo, eu consigo.” Continuei falando repetidas vezes em minha mente pra mim mesma.
Eu não poderia desistir agora, é meu sonho cursar a faculdade, ser bem sucedida, proporcionar uma vida pra mim, minha mãe e minha Irmã, uma vida que nunca podemos ter, uma vida de paz, felicidade e sucesso. Não posso deixar o medo estragar tudo e só questão de tempo, de costume, vai da tudo certo.
“Você consegue, mas primeiro teria que sair do carro.” Timothée disse brincalhão.
“Ah, sim, claro.” Peguei minhas coisas e sai do carro, logo em seguida Timothée e minha mãe.
Minha mãe veio até a mim com seus olhos cheio de lagrimas e me abraçou forte.
“Oh, minha filha, a mamãe está muito orgulhosa de você e eu sei que você vai conseguir.” Ela se afastou de mim segurando em minhas mãos. “Nos passamos tanta coisa minha querida, não deixe que nada estrague esse seu momento, eu sempre vou estar aqui, lembra da nossa promessa?” assenti. “Sempre será eu, você e a Rachel e nada quebrará essa aliança.” Assenti lembrando da promessa que fizemos desde a separação de meus pais.
A nossa vida era um inferno, meu pai era um alcoólatra, que vivia nos humilhando e gastando nossas economias no seu maldito vicio, nos negavas as coisas, passava meses e meses sem nem olhar na cara da minha mãe, ela abriu a mão de tantas coisas para dar uma vida digna pra mim e minha irmã. A cinco anos eles estão separados e a nossa aliança surgiu dai, a nossa independência e prometemos pra nos mesmas que nada nem ninguém estragaria a nossa família, a nossa felicidade, a nossa união e nosso amor venceria tudo.
“Eu te amo.” Falei a abraçando forte.
“Também te amo minha querida.” Ela se afastou entrando no carro. “Vou indo meus queridos, antes que o pai do Timothée me demita,” ela riu.O senhor Chalamet ofereceu um emprego para minha mãe depois que meus pais se separaram e recentemente que eu fui aceita na faculdade, a promoveu no emprego já que eu trabalharia meio período.
“Quando chegar quero saber de tudo.”
“Cada detalhe.”
“Tchau meus amores.”
“Tchal senhora Fitzalan.” Acenamos e ela saiu cantando pneus. “Vamos que não quero que chegue atrasada no seu primeiro dia de aula.”
“Vamos, acho que a Louise deve esta surtando ela esta nos esperando na secretaria.”
“Verdade tem a chaveirinho.”
“Para de zoar a minha amiga!” falei rindo e lhe dei um tapa.
Louise e minha melhor amiga desde que me entendo por gente. Nossas mães são melhores amigas de infância, e a nossa vida e muito ligada, é muito curioso a nossa coincidência.
Nossas mães engravidaram na adolescência, quando minha mãe estava gravida de seis meses, um pouco depois a mãe se Louise descobriu sua gravidez estava com tres meses de geatação, porem ela era de risco, teve muitas complicações. Quando eu nasci, dois dias depois Louise nasceu, pois teve que fazer seu parto prematuro, pois Louise e sua mãe corria risco de vida, Louise nasceu com alguns probleminhas de saude por conta disso, ficou três meses na incubadora. Ela e baixinha e franzina, acredito que seja por seu parto prematuro e esta ai seu apelido de chaveirinho dado por Timothée – o qual ela odeia - por ser muito franzina. Ah, e também tem nossos nomes, Luísa e Louise, tudo muito planejado por nossas mães.
Assim que chegamos a secretaria já podemos avistar Louise sentada em um dos bancos, ao nos ver, um enorme sorriso e veio em nossa direção.
“Bom dia meu girassol, meu raio de luz, minha alma gêmea.” Gargalhei e a abracei forte.
“Bom dia coisa trevosa, meu dia nublado.” Louise fez um toque com Timothée.
“Fala chaveirinho.” Louise fechou ao olhos respirando fundo e o ignorou.
“Se Timothée não namorasse diria que a qualquer momento vocês ficariam juntos, isso e sinal de amor reprimido.”
“Se toca Luísa, eu hen.” Louise revirou os olhos e eu gargalhei, Timothée fingiu surdez e nem deu bola pra mim.
Acho engraçado o sentimento de amor e odio de um pelo outro, mas como digo; é a amizade moderna de hoje em dia, se provocam o dia todo, mas se amam.
Mas sem mais enrolação, porque não quero perder minha primeira aula no meu primeiro dia da faculdade, peguei minhas aulas, minha chave do armário, como não preciso de dormitório, teria um armário para guardar minhas coisas. Resolvi os demais e segui pra sala, estava ansiosa pelas aula.
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Little Sunflowers - Timothée Chalamet
FanfictionA sociedade e cheia de esteréotipo: padroes de beleza e de uma vida bem sucedida financeiramente e amorosa. Em meio a tantos problemas pessoais e externos Luísa decide mudar de vida e buscar a sua tão sonha vida perfeita.