Capítulo 3

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Anne

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Anne

Bebi mais um gole de meu vinho e fiquei observando Rafael terminar de temperar a salada.

De repente, uma voz interior me alertava que esse cenário todo que ele tinha criado era só para conseguir atingir seu objetivo, que era me fazer aceitar sua proposta.

Porém, algo me dizia que no futuro nossa convivência não seria um mar de rosas. Rafael e eu, nunca nos entendemos juntos, brigavamos muito no passado e sinceramente não acreditava que isso iria mudar mesmo depois de todos esses anos.

— Andei lendo que você se tornou uma coreógrafa bem sucedida. —Diz ele com a cabeça baixa focado na salada que estava fazendo.

Dei um suspiro e fiquei por alguns instantes calada. Precisava me manter na defensiva, pois não sabia o joguinho que Rafael estava tentando fazer. Ele nunca gostou de mim por motivos que jamais compreendi. E aquela noite na estufa foi a prova disso.

Mesmo depois desses anos eu nunca esqueci a maneira cruel que ele me tratou. Naquela época ele fez eu me sentir como se fosse lixo, mas não deixaria que isso acontecesse denovo.

— Pois é — Respondo e levo a taça aos meus lábios dando um gole em meu vinho...

O jantar foi tranquilo, conversamos sobre coisas triviais. Rafael se mostrou um belo anfitrião.

Quem olhasse para nós dois sentados jantandos juntos e conversando civilizadamente diria que a gente não se odiava no passado.

Assim que terminamos de organizar a louça, fomos até a sala. Conclui que havia chegado o momento de dar a resposta que ele tanto desejava.

Me acomodei no sofá, enquanto Rafael pegava uma bebida para si.

— Quer beber algo Anne? — indaga ele.

— Não, obrigada. — recusei, pois não já havia tomado duas taças de vinho durante o jantar e não achei prudente beber mais.

Fiquei observando Rafael servindo seu drink. Notei que ele havia mudado um pouco desde da última vez que o vi.

Mesmo naquela época ele já possuia porte de atleta, mas agora seus músculos estavam bem mais trabalhados. Suas feições assumiram as marcas dos anos, que serviram para deixá-lo ainda mais lindo.

Rapidamente me repreendo por ter esses pensamentos desenfreados.

Rafael andou até a poltrona com seu copo na mão e sentou-se de frente para mim.

O silêncio que se instaurou a seguir foi perturbador.

Aproveitei que ele estava olhando para sei copo e continuei observando-o. Neste momento, ele levou o copo até seus lábios e sorveu um gole do líquido.

Aquele simples gesto mexeu comigo. Não sei explicar, mas senti uma vontade incontrolável de passar minha língua no corto dps lábios de Rafael.

"Pare com isso", alerta meu subconsciente. Com toda certeza se fizesse isto acabarei sendo rejeitada de novo.

Você de novo? (Quadrilogia Mulheres Negras - Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora