Eu tinha passado muito tempo reprimida, com medo do mundo e com medo de quem eu era.Achando que era errado, esquisito ou perverso.
No mundo bruxo cheguei como uma criança dando seus primeiros passos. Não entendia nada, exceto a facilidade que eu tinha para me entender como superior.
Era um sonho.
Poderia se tornar um pesadelo.
Era um vermelho vivo, exatamente do tom do meu sangue que outrora fora derramado ali no meio de tantos outros componentes. O ar naquela masmorra pareceu ficar pesado e por um momento achei que só eu e Draco respirávamos, até que minha mãe soltou uma gargalhada e me abraçou efusivamente. Eu retribui com muita confusão e senti um cheiro forte entre o amadeirado e o adocicado vindo dela.
– Uma fênix vermelha! Ela é uma fênix vermelha! – Bellatrix repetia entre sussurros e pequenos gritos eufóricos. Então ela se baixou ao ponto de me olhar nos olhos e eu pude ver o verde dos olhos dela mais de perto e entendi que, de algum modo, os olhos dela não eram tão vividos quanto os meus. Parecia ser um tom mais opaco, menos florescente... – Você é o ser mais poderoso que já pisou na terra, Hydrae. Contigo, nós somos invencíveis.
Franzi o cenho, exatamente como Narcisa fizera outrora, mas não em desprezo. Apenas com confusão e vendo aquilo como absolutamente ilusório. Mais poderoso do mundo? Parecia tão absurdo.
– Bellatrix! Isso não é coisa que se diga a uma criança. – Narcisa censurou. Bellatrix revirou os olhos, mas percebi meu pai lançando um olhar semelhante ao de Narcisa pra ela.
Eu não era infantil o suficiente pra não entender que eles precisavam de poder pra algo. Poder. Eu tinha esse poder, aparentemente. Eles precisavam de mim. Por um momento questionei toda aquela situação, mas lembrei da conversa que ouvira. Eu fora levada. Não fora abandonada. Podiam precisar de mim, mas sempre me quiseram.
– Rachel? – Era a voz hesitante de Draco.
Dei um pequeno sorriso tranquilizador para ele, mas foi só o que tive tempo de fazer. Tudo ao meu redor rodopiou, escurecendo aos poucos das bordas para o centro até que eu parecesse estar no olho de um furacão. Mãos longas me seguraram e meus olhos queimaram gélidos, então fui jogada na completa escuridão.
[...]
Eu não recuperei a consciência por longas horas, me contaram depois. Todavia, quando acordei, estava num cômodo escuro e numa cama vazia. Uma iluminação precária vinha do canto, um candeeiro, para onde olhei em busca de orientação. Meus olhos, gelados, incomodavam absurdamente; estava perdida e tentando me cituar.
Ali encontrei com Quirrel apoiado na parede.
Pisquei, confusa, e assim que entendi o que via me ergui na cama repentinamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A saga da Fênix - Inocência corrompida
FanfictionRachel Hydrae Black Lestrange não conhecia suas origens, mas odiava a vida de repreensões e censura que levava com os tutores, seus pais adotivos. Sem nunca receber uma informação dos pais biológicos, a menina sonhava com uma família que iria abraçá...