Acordei com o som do despertador, dormi feito uma pedra, tive uma noite de sono descente sem qualquer tipo de sonho. Tomei meu café da manhã no mais absoluto silêncio, logo após um banho tranquilo e demorado liguei para Rose:
- Bom dia, já tá pronta?
- Que horas são? –ela perguntou sonolenta.
- Rose! Eu não acredito que você ainda nem acordou.
-Te peguei! Já estou pronta sua besta. - falou dando risada.
- Acho bom, já estou saindo aqui e besta é você.
Meu humor tinha melhorado, só o fato de não ter sonhado nada ontem já era um ponto positivo no meu dia. Acordei me sentindo relaxada e com a impressão de que alguma coisa boa ia acontecer hoje. Liguei o som do carro e procurei uma música pra cima que me refletisse meu humor saí dançando e cantando. A casa da Rose é só à três quadras da minha, quando cheguei lá a música ainda tocava.
- Bom dia! Começou o dia animadinha? - ela disse isso já dançando.
- Com certeza, bem pra cima.
- Amém pra isso! Dormiu bem? –perguntou sorrindo enquanto colocava o cinto de segurança.
- Feito uma pedra. E aí quer ir tirar a botinha com emoção sim ou claro?
- E isso quer dizer o que exatamente?
Acelerei o carro e sai rasgando o asfalto. Ela deu um grito e jogou as mãos pra cima. Eu também tenho meus momentos, nem sempre piso no freio.
- Uhuuuul, com emoção sempre!
- Ainda bem que tenho você pra por juízo na minha cabeça tonta! - gargalhamos.
- Pra isso que serve a melhor amiga.
Voltei a velocidade segura para a via quando chegamos numa parte mais movimentada. Chegamos a clínica e logo fomos atendidas pelo ortopedista da Ro. Ele nos encaminhou para o setor de retirada de gesso, não demorou nem vinte minutos e lá se foi a botinha. O médico recomendou o uso de sapatos confortáveis por mais duas semanas e fisioterapia, o que não agradou muito a paciente dele. E lá fomos nós de volta pra casa da Ro, ainda eram nove e meia quando chegamos. Tínhamos que finalizar um trabalho para apresentar hoje, quando estávamos discutindo quem ia falar o que, meu telefone começou a chamar. Nem olhei de quem era o número e fui logo falando:
- Alô.
- Bom dia. É a senhorita Caroline Stuart? - era a voz da secretária do escritório de advocacia, o do emprego.
- Bom dia, sim sou eu. - meu coração acelerou, minhas mãos gelaram automaticamente.
- O senhor Stanton gostaria de conversar com a senhorita, é sobre uma provável vaga na propriedade da Garden Road, ainda nessa manhã. É possível?
- Vai depender um pouco do horário que ele tem disponível. Eu tenho um compromisso logo no início da tarde.
- Ele gostaria de vê-la, no máximo, em uma hora.
- Posso ir vê-lo sim. Você poderia me passar o endereço do escritório?
- Claro, tome nota.
Quando ela desligou eu estava branca que nem uma vela e a Rose tinham dois copos d'água nas mãos. Bebi tudo quase de uma vez, me levantei e fui para o closet dela atrás de uma roupa decente. Enquanto eu me arrumava ela tagarelava feito uma metralhadora:
- E aí? Ai meu paizinho do céu! O que ela disse?
- O homem lá quer me ver daqui no máximo, olhei o relógio do celular, cinquenta minutos. Tenho que correr, o escritório dele fica perto da Pillar Street. Em um edifício chamado Diamond Tower.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Garden Road
ChickLitCaroline Stuart estava disposta a mudar radicalmente de vida, na verdade ela deseja isso. Após passar por maus momentos , tudo que a estudante de psicologia quer é deixar o passado de lado e se reinventar. Seu plano era simples, mudar para um lugar...