A professora - Ohanitta

Eu não sou o seu amor!

- Que que aconteceu, meu amor!?

A resposta veio cheia de força e intensidade, bem no meio da bochecha esquerda.

- Eu não sou o seu amor!

O torpor tirara a fala de Anitta, que simplesmente olhava para ela, boquiaberta, cobrindo a parte atingida que ardia consideravelmente com a mão.

Ohana lhe apontou o dedo no meio do rosto, seu rosto estava inflado, corado e franzido.

Ela estava uma fera.

Mas... Por quê?

- O que foi q...

- O que foi que você fez?! - Ela gritou estrangulada, gesticulando forte.
- Pergunte à sua amada Any Borges!

- Quem?!

Essa história fazia menos sentido cada vez mais.

- Não! - Ohana berrou na cara dela e Anitta recuou. - Não se faça de desentendida, Larissa!

- Mas, do que é que você está falando, Ohana!? - Ela berrou de volta, irritada por nem estar entendendo a situação e já estar sendo crucificada.

- Da sua viagem de negócios! - Ela lhe cuspiu as palavras com sarcasmo carregado. - É disso que estou falando!

Ohana caminhou até a secretária eletrônica e apertou o botão de mensagens, imediatamente após o bip a voz demasiadamente açucarada e enjoativa voltou a preencher o ar da sala.

- Oi Anitta, aqui é a Any, Any Borges, você não se esqueceu de mim, não é? Bom, eu acho que não, afinal você repetiu tanto esse nome ontem, não foi morena...?

- O que é isso? - Anitta indagou confusa.

- Muito interessante o seu trabalho, Anitta. Realmente fascinante, poderosa!

- Ohana, eu não conheço essa mulher!

Ela respondeu prontamente, encarando-a séria, tentando disfarçar a pequena felicidade que surgiu em seu peito ao notar que Ohana estava com ciúme dela.

- Claro, por isso ela te ligou pra agradecer as maravilhosas horas de prazer que vocês compartilharam ontem?

Ohana rebateu surpresa por usar a ironia tão bem mesmo imersa em tanto ódio.

- Faz todo o sentido do mundo, porquê eu não pensei nisso antes?!

- Ohana, olha pra mim! - Anitta tentou se aproximar, mesmo sentindo que dessa vez, seus beijos e seu charme não conseguiriam resolver a situação, não no estado em que ela estava. - Eu não conheço essa Any, eu nunca nem sequer ouvi o nome dela. Eu entendo o que deve parecer, mas você não precisa sentir ciúme.

- Não é ciúme! - A frase rasgou a garganta de Ohana no exato momento em que a mensagem chegava ao fim, ela gritara, tentando sobrepor sua voz ao som metálico e pegajoso que saia da secretária. - Eu me sinto enganada, você quebrou nosso acordo!

- Quê? Você não está dizendo nada com nada!

- Ah, você não se lembra? - Ohana andava de um lado para o outro na frente dela, alucinada, secando os olhos o tempo inteiro com uma mão, tentando domar os cabelos com a outra, esquivando-se dela e Anitta a observava, tão surpresa que não conseguia reagir. - Você disse, quando te fiz essa proposta idiota, você disse que aceitaria, se pudesse me fazer exigências... Ainda não se lembra? Eu me lembro de cada pequeno detalhe! Você me disse, abre aspas, nestes dois meses será só minha, assim como eu serei só sua. Compartilharemos disso juntas, fecha aspas. Lembra disso, patroa?