Capítulo Único: Na mais pura broderagem

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Jeon Jeongguk deveria ser considerado ilegal.

Eu cheguei à essa conclusão enquanto assistia Jeongguk malhar na academia do nosso condomínio. Naquele momento, o corpo dele estava completamente molhado de suor, fazendo os seus cabelos pretos e úmidos grudarem na sua testa. As bochechas dele estavam levemente coradas devido ao esforço físico e as suas sobrancelhas estavam franzidas em uma expressão de pura concentração. Enquanto isso, os músculos definidos distribuídos naqueles 1,79 metros de uma absoluta beleza e gostosura me hipnotizavam.

Os meus olhos não desviaram de Jeongguk em nenhum momento. O meu olhar estava atento à forma como os músculos dele contraiam deliciosamente e as gotículas de suor deslizavam por a sua pele parda; gotejando do seu queixo afiado, escorrendo por sua garganta pálida e se afogando na gola da sua camisa regata branca e ensopada de suor.

Assistir Jeongguk fazia com que o meu corpo esquentasse e o calor crescesse no meu âmago. Como consequência disso, a minha respiração se tornava mais pesada, e eu tinha que prender o lábio inferior entre os dentes para me impedir de suspirar em deleite com a visão daqueles bíceps inchados se movendo como se tivessem vontade própria.

Eu conseguia notar o sorrisinho convencido que se desenhava nos lábios atraentes de Jeongguk a cada lufada de ar que escapava de meus próprios lábios. Jeongguk não era nada bobo. Ele sabia, há muito tempo, que eu tenho uma pequena obsessão pelo corpo dele.

Na verdade, Jeongguk precisaria ser tonto para não perceber o meu olhar faminto sobre ele. Já que eu nunca fui bom em disfarçar o meu apreço por sua forma física ou em policiar as minhas mãos bobas. É difícil não olhar, não tocar, não elogiar Jeongguk quando ele é uma obra de arte ambulante. Com um rosto e um corpo que pareciam ter sido esculpidos a mão pelo mais primoroso dos artistas.

Jeongguk gosta de toda a atenção que eu dou a ele. É por isso que ele não perde uma oportunidade sequer de me provocar e se exibir um pouco. Então, ao perceber que eu já estava afetado, Jeongguk retirou a camisa só para me torturar um pouco mais.

O ar foi arrancado abruptamente dos meus pulmões quando Jeongguk tirou a camisa. O clima se tornou potencialmente mais quente e eu dei graças a todos os deuses por estarmos a sós naquele momento.

Eu provavelmente deixei um grunhido escapar quando a minha visão foi agraciada pela imagem do abdômen cheio de gominhos de Jeongguk, pois ele soltou uma risadinha cínica e me lançou um olhar presunçoso.

Jeongguk colocou a barra de levantamento de peso no suporte do aparelho e se levantou para pegar um tapete emborrachado. Em seguida, estendeu o tapete no chão e pediu:

- Você pode me dar uma ajudinha aqui, hyung?

Se eu não conhecesse Jeongguk tão bem, eu teria acreditado que aquele pedido era inocente. Porém, eu conhecia muito bem o diabinho que habitava em Jeongguk. Bem o suficiente para compreender o sádico prazer que ele sentia ao me provocar até que eu perdesse o meu autocontrole.

Mas como para todos os efeitos eu estava naquela academia para dar apoio moral a Jeongguk - havia levado até uma garrafinha de água gelada e uma toalha de rosto para provar as minhas boas intenções -, eu não poderia me negar a ajudá-lo. Afinal, é isso que um bom hyung faz, certo?

Então, eu limpei a garganta, para recuperar a minha voz e a minha dignidade, antes de responder:

- Claro, Gukie. - Aproximei-me dele. - O que você quer que eu faça? - perguntei, solícito, e depositei a garrafa d'água e a toalha sobre uma mesinha para ficar com as mãos livres.

- É só segurar os meus pés - instruiu.

Jeongguk se acomodou sobre o tapete emborrachado, deitando-se com as mãos apoiadas embaixo da cabeça e as pernas flexionadas, pronto para executar abdominais. Enquanto eu me ajoelhei na frente dele e segurei os seus pés com firmeza, assim como ele havia me pedido.

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