AVISO DE GATILHO
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Todo dia é sempre a mesma coisa.
Ele acorda, abre os olhos lentamente torcendo para que alguma coisa tenha mudado, mas nada muda. Levanta da sua cama, indo em direção ao banheiro para fazer suas higienes matinais e, todo dia, ver os mesmo olhos opacos e vazios no espelho. Desce para fazer o café da manhã naquela casa vazia, nem sua própria mãe aguentou viver consigo, só esperou o mesmo atingir a maior idade para ir embora sem dar satisfações.
Depois do café da manhã, ele deveria se arrumar para ir a faculdade, porém hoje as coisas vão acontecer um pouco diferentes. Ele vai se arrumar sim, porém para ir a outro lugar.
Abre a porta da sua casa sentindo a brisa gelada e melancólica do inverno batendo em seus cabelos verdes, respira fundo e vai na direção do seu objetivo. Segue calmamente pelas ruas quase vazias daquela cidade, ainda são seis horas da manhã, horário em que as pessoas estão acordando para começar suas rotinas diárias.
Começa a sentir uma brisa um pouco mais gelada tocando na sua pele alva, estava perto do mar. Parou em frente a mureta daquela velha e alta ponte e ficou pensando. Quantas pessoas já vieram aqui? Será que houveram momentos felizes como pedidos de casamento neste lugar? São muitas perguntas que ele não sente a necessidade de obter resposta, já estava perto do seu fim mesmo.
Nunca sentiu tristeza em sua vida, porém ele sabe que o ato que irá cometer é triste, mas ninguém vai sentir sua falta mesmo, nem no seu funeral irão, capaz de até dizerem que fora tarde. Parou para apreciar aquela vista que deveria ser linda aos olhos de terceiros, mas para si era apenas um lugar como todos os outros.
Sentimentos, essa palavra tão comum, mas tão complexa, a maioria das pessoas tem sentimentos, mas ele não, nunca sentiu nada, alegria, tristeza, dor, amor, raiva, medo... O único que sempre esteve presente em sua vida é a angústia.
Angústia de não sentir.
Enquanto alguns sonham em ser ricos, viajar o mundo, ser famosos ou morar em uma mansão na beira da praia, ele só queria poder chorar.
Ele nunca derramou uma lágrima sequer, nunca sentiu nem uma vontade momentânea de chorar, chuto que mesmo se sentisse, não saberia o que era. Deveria ter chorado quando sofreu bullying por toda a sua adolescência, ou quando sua mãe o abandonou, ou quando seu cachorro morreu, mas ele não chorou, ele sequer se sentiu triste e isso o angustiava demais. Esse sentimento de impotência.
Respirou fundo e passou pela mureta da ponte contemplando o mar abaixo de si - que estava bastante violento e agitado - sua mente tentou lembrar de algum motivo para ele considerar não se jogar, mas falhou.
- É Izuku... Chegou a hora de acabar com isso - termina colocando um pé para frente e fechando os olhos, pendendo o seu corpo para a mesma direção. Em questão de segundos ele já estará no fundo do mar.
Já deve ter passado um minuto desde que ele se jogou. Por que ainda não atingiu o mar? Abriu os olhos e percebeu que estava no mesmo lugar de antes, encima da ponte. Direcionou seu olhar para trás vendo uma cena inesperada.
Uma pessoa segurando seu pulso.- Cara... Acho melhor você não fazer isso - avisa a pessoa, mas Izuku nada a responde, só analisa quem parou seu ato.
Era um homem alto e atlético, com cabelos metade vermelhos e metade brancos, com um olho cinza e outro azul e uma cicatriz de queimadura no lado esquerdo de seu rosto. Ele está usando um casaco de moletom preto e uma calça rasgada da mesma cor, em uma das suas mãos ele está segurando... uma garrafa de vodka?- Quem é você? - pergunta.
- O salvador da sua vida haha - responde brincalhão, o homem está bêbado - vem aqui, amado, pode ter certeza que você vai se arrepender se pular agora.
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I can't fall in love
FanfictionIzuku nasceu com uma sindrome que faz com que ele não consiga sentir nada, nem dor, nem sentimentos como tristeza, felicidade ou... amor. Tratado por todos como uma aberração, uma casca vazia, uma pessoa sem alma. Até que uma pessoa aparece na sua v...