Professor Cruz vinha correndo ao encontro de Iraci.
- Srta. Régia! Srta. Régia!
- Ah, professor? O quê?
- Hoje vi Charles Joaquin andando pelo pátio da escola. É nossa chance de pegar o assassino!
- Professor! Bem... Isso é ótimo! Mas não sei porque pensar que Charles é o assassino. Não há motivos para matar jovens adolescentes.
- Ora, Iraci! Não seja tola! Charles só pensa em dinheiro, esses jovens provavelmente sabiam de algo por serem monitores... Com certeza testemunharam algo suspeito enquanto estavam fiscalizando os corredores.
Iraci não havia pensado nisso.
- Bom... Uau... É! Temos que ir! Mas e a passagem? Ela não vai ser mudada agora?
- Faltam ainda 20 minutos para Madame Sakura mudar! Eu vi ela trocando! Vamos! É a nossa chance!
Iraci e Cruz correram até o corredor da bruxa Araréglia, uma escultura de uma senhora magra e alta com nariz côncavo e cabelos ruivos bagunçados.
- É aqui! Puxe o nariz dela.
Iraci puxou o nariz da bruxa e um corredor escuro apareceu.
- Cuidado, srta. Régia. O corredor tem proteções. Lumos!
Antes de darem passos, Professor Cruz iluminou o corredor estreito com sua varinha e deu para ver várias lesmas-de-fogo rastejando pelo chão. Algumas maiores que as outras, pesadas e quentes, poderiam causar uma queimadura grave em alguém que a pisasse, mesmo de sapatos, elas poderiam derreter a sola.
- Professor! Co-
- Deixe comigo. Reduccio! - as lesmas foram se diminuindo - Reduccio! - as lesmas iam cada vez diminuindo, mas levou um certo tempo, fazendo até a passagem se trancar, em sinal de que outra estava sendo aberta.
- Ótimo, professor!
- Obrigado. Agora, vamos!
Os dois seguiram no corredor iluminado pela varinha de Cruz, ainda um pouco apavorada, mas ansiosa, Iraci andava lentamente, pé por pé.
Enquanto isso, Victor corria até a sala de Sakura, gritando desesperadamente, chamando-a apenas pelo sobrenome.
- Sakura! Sakura!
Juan e Greta viram o menino correr como um raio e correram junto chamando o rapaz.
- O que aconteceu, Victor?! - gritou Greta.
- Sakura! Sakura! - o menino continuava gritando.
Por fim achou a mulher, que agiu espantada ao encontro do aluno.
- Sr. Omori? O que houve?
- É ele, Madame Sakura! É ele!
- O quê?
- Iraci! O rio! É ELE!
A professora pegou a varinha e o pulso do menino e correu ainda mais rápido que o menino antes, Greta e Juan acompanharam, curiosos e preocupados pensando no pior que poderia ter acontecido.
Madame Sakura correu em uma parede e bateu 7 vezes em blocos diferentes, que abriram uma grande fenda iluminada por nada. No chão havia várias cobras, de todos os tipos, mágicas, normais, pequenas, grandes, todas sibilando perigosamente, rastejando entre si.
A professora ergueu a varinha e vociferou uma palavra em língua de cobra.
Enquanto isso, na câmara do Rio Dourado, Iraci e Professor Cruz avistavam o Rio.
- Veja, Iraci! Chegamos! Que belo rio.
- Sim... Belo.
- Você sabia que foi neste rio que um dos fundadores de banhava? - o professor estava hipnotizado pelo o rio encarando aquela água dourada e limpa que ia de ponta a ponta naquela sala enorme, correndo infinitamente. - Foi com ele que Jë Sumac realizou todas suas ambições... Todas. Você tem ambições, Iraci?
- É... Sim, bem... Todos tem, não é? Será que Charles vem mesmo? Como que ele sa-- a menina que estava sem jeito foi interrompida pelo professor.
- Ora, Iraci, veja o rio. Você não tem desejo de se banhar nele? De ter todas as coisas boas, desejadas por você, acontecendo no futuro? Não?
Iraci olhava para o rio e via sua imagem hipnotizada pelo dançar das águas brilhantes, parecia ouvir um sino tocando levemente em sua cabeça, uma orquestra bonita e calma bem longe.
Enquanto isso, Madame Sakura, Victor, Juan e Greta andavam pelo corredor que as cobras fizeram, uma estrada vazia enquanto nos lados as cobras davam licença sibilando e encarando os alunos, como se fossem intrusos, mas não chegando perto, sem pensar em dar o bote.
No fim da caminhada que levou cerca de 18 minutos, deu para se avistar uma porta flamejante de ferro. O fogo corria por toda porta prateada, até na maçaneta, dava calor, e não tinha nenhum jeito de abrir, nem com os feitiços mais cabulosos. Apenas Sakura conseguia abrir. A professora levou seu dedo com um anel de esmeralda em formato de serpente e bateu a jóia sete vezes na maçaneta, fazendo a porta se escancarar, dando liberdade para os alunos e a professora verem o que estava acontecendo.
Iraci ajoelhada no chão, hipnotizada pelo rio, chegando cada vez mais perto, enquanto via seu reflexo e o de Professor Cruz que sussurrava no ouvido da menina.
- Cruz!
O homem de cara achatada e cabelos ruivos grisalhos se assustou ao ver Madame Sakura com uma varinha em sua frente ameaçando-o, junto de três alunos extremamente assustados. O professor pegou Iraci pelo pescoço e colocou uma varinha em sua cabeça, a menina já saira do transe nesse momento, suplicando por socorro, com o fôlego sumindo.
- Largue a varinha, Sakura! Largue, se não eu mato a garota!
- Covarde! Cachorro! Matando crianças!
- Não mato crianças, Sakura. Mato bruxos!
A mulher se confundiu.
- O quê?
- Matei Carlos! Um bruxo em potencial, tentei matar Catarina, mas a idiota era mestiça! Iria matar Charles ainda hoje! Um bruxo extremamente poderoso, ia matar essa daí agora... Mas vocês me atrapalharam.
- Por quê?
- Eu tinha um plano, Sakura, um plano. Acabar com essa escola aos poucos, matando muitos alunos queridos e respeitáveis, e no final acabar de vez! Imagine: página 1; O Globete; Charles Joaquin, membro do Ministério da Magia, morre em Castelobruxo. Iriam surtar! Mas não desconfiariam do trouxa, que depois faria da escola ums escola apenas de trouxas, trouxas que poderão levar magia para o mundo inteiro, sem concentrar apenas nos bruxos idiotas!
- Cru-cruz...
- O Rio era apenas uma distração, sei que mata apenas bruxos, que aquele índio enfeitiçou por inveja de outro bruxo de banhar e igualar-se, mas um trouxa... Os efeitos não são os mesmos. O Rio não faria nada! Seria apenas um rio qualquer... O mundo inteiro teria poder... O mundo inteiro.
- Isso poderia acabar em mãos erradas, Cruz! Matar bruxos? Por quê?
- Você acha bom ter pessoas mais poderosas que você podendo ter liberdade de fazerem o que quiser? Tenho horror a essa raça! Vocês são perigosos. Os tempos das queimadas nunca deveriam ter acabado!
Enquanto Cruz falava, Iraci mordeu seu braço com muita força, fazendo ficar extremamente vermelho, o que fez o homem solta-la.
- Sua índia nojenta! - quando ameaçou com a varinha para a garota, Madame Sakura avançou com a sua varinha.
- Expelliarmus! - a varinha de cruz caiu no chão - Accio! - e veio direto para a mão da professora.
O homem parecia ter surtado, começou a puxar os cabelos desesperadamente e os olhos se arregalaram.
- Vocês irão me pagar! Vocês e o maldito do Impius-Nut!
Ao ouvir aquele nome Madame Sakura abriu a boca e quase falou o feitiço da morte, até que a diretora apareceu.
- Sakura, não! - A diretora apontou a varinha para o homem e gritou o feitiço para fazê-lo adormecer.
O professor desmaiou flutuando em uma parte da sala. Os amigos se abraçaram e Madame Plata olhava séria para Sakura, porém preocupada.
- Alunos. Por favor.
Carmem Plata fez sinal para os alunos acompanharem ela para o corredor da escola, onde pediu para que todos os quatro fossem para a sala dela.
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Castelobruxo - Iraci e o Rio Secreto
RandomEm Castelobruxo, a escola de bruxaria sul-americana, 4 jovens bruxos latino-americanos conhecem o mundo mágico dos magos e feiticeiras enquanto enfrentam o perigo de um rio secreto escondido debaixo do chão em que os estudantes pisam. Partidas de qu...