Gray - Dahmo

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ATENÇÃO!
esse capítulo contém cenas de abuso sexual
se você é sensível a esse tipo de conteúdo, por favor NÃO LEIA!

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Sexta feira, 14 de dezembro de 2018

- Momo. - A voz sem vacilos do rapaz gelou todo o corpo da japonesa. Um arrepio de presságio ruim lhe percorreu toda a espinha, chegando a seus braços e causando-lhe espasmos nas mãos. - O que é isso?

Não havia como voltar atrás agora, ele já tinha visto. Passara dias a fio tentando a todo custo esconder, mas por aquele mísero momento de descuido, tudo havia ido por água abaixo.

Largou os pincéis que usava para pintar o quadro, tomando uma grande lufada de ar antes de virar-se para Heechul com o melhor sorriso que conseguia colocar no rosto, vendo que a expressão séria e brava dele demonstrava o oposto.

- N-Não é nada, meu amor. Vamos para a sala, sim? - Se levantou num certo desespero, empurrando-o pelos ombros para trás para que este não olhasse o quadro atrás de si, mas ele, com toda a sua força, apenas a empurrou violentamente para o lado, fazendo com que ela batesse a cabeça na parede. Não fora nada muito grave, mas foi o suficiente para causar uma dor de cabeça instantânea, e lógico, ele não se preocupava nem um pouco com aquilo no momento. Andou a passos pesados até o quadro, olhando-o de cima a baixo com desgosto. Depois de longos segundos, pegou-a pelo braço e puxou a garota até si com brutalidade, os dedos grandes e firmes marcavam sua pele, deixando o local avermelhado.

- Que porra é essa, Hirai? Me fala! - Trouxe o rosto da menor para perto do seu, apertando seu maxilar com força. - Por que pintou ela? - Pegou ambos os pulsos da japonesa, prendendo-os com uma só mão enquanto ainda segurava seu rosto com a outra, a cada segundo seu aperto ficava mais forte e machucava ainda mais sua carne. - Eu já te avisei para ficar longe dela! Ela é melhor do que eu por acaso? Porque pra você decidir pintar ela, ela deve ser muito melhor, não é? - Apontou para o quadro, onde a imagem perfeita da garota se formava entre tons de aquarela.

Kim Dahyun.

A garota que há anos assolava os pensamentos de Momo e que toda santa noite a perseguia em seus sonhos.

- Me d-desculpa, Heechul. - Abaixou a cabeça em vergonha, suspirando aliviada quando ele a soltou, mas sentindo seu coração parar no segundo que ele levou o quadro de encontro a seu joelho, quebrando-o ao meio.

As peças do que restou da tela foram de encontro ao chão num baque surdo, levando algumas lágrimas que a garota tanto relutava em manter escorrerem por suas bochechas. Tinha amado tanto aquela pintura, talvez fosse ela a maior expressão cega, surda e muda de seu amor por Dahyun.

E agora, ela estava despedaçada.

- Não há desculpa, Momo. - Sussurrou em seu ouvido, fazendo-a fechar os olhos com força. Não queria mais olhá-lo, não depois de ver o estrago que ele tinha feito em seu emocional. - Você tá dando uma de sapatão, não é? Eu sempre disse que ela ia te levar pro mal caminho! O que ela tem que eu não tenho? Me diz, Momo! - Apertou os pulsos da garota que agora chorava copiosamente. Devido a proximidade perigosa que o namorado tinha causado, a menor pôde perceber que as pupilas do outro estavam dilatadas.

Lógico.

Era mais uma das noites em que ele usava metanfetamina até desmaiar no sofá.

A droga lhe causava comportamento violento, e a garota já até tinha de certa forma se habituado a isso, mas algo estava diferente aquela noite.

Algo de muito errado.

- Já que você não diz nada, eu vou te ensinar uma lição, Hirai. - Prensou o corpo frágil e magro da namorada contra a parede, abrindo seu próprio cinto e, em seguida, arrancando e rasgando a blusa alheia em um só movimento, levando o choro a morrer na garganta na japonesa.