C A P Í T U L O 21

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RENATO

Estou na floresta a caminho de casa.

Está chovendo violentamente.

Pequenas gotas de água tão finas quanto adagas.

As árvores chacoalham com a força dos vendavais.

Continuo a jornada olhando para frente, sem temer a tormenta ao meu redor.

Estou prestes a abrir a porta quando um trovão estoura ao céu, fazendo com que seu som estronde por toda a redondeza.

  

⊱⋅ ──────────── ⋅⊰

NATASHA

Subo os degraus de dois em dois, e apressadamente tranco a porta atrás de mim.

Nesse momento escuto o farfalhar de correntes.

Arregalo os olhos assustada.

Não pode ser!

Olho para mim mesma e constato que ainda estou segurando o prato e o copo que servi a Miguel.

Além da chave.

Com o coração em disparada corro para a cozinha e sinto-me na cadeira colocando os objetos a minha frente desajeitada e a chave em meu bolso.

Nesse momento a porta se abre e Renato entra, posso ouvir seus passos mas não me atrevo a olhar para trás ainda.

Nervosamente tiro parte da minha franja que caíra em meus olhos.

Ao perceber que minhas mãos estão tremendo eu as coloco em meu colo.

Respiro fundo várias vezes enquanto Minha mente grita:

"Acalme-se! Você colocará tudo a perder... se acalma idiota! "

Renato aparece a minha frente, seu corpo molhado da chuva.

Seus olhos encontram os meus e ele abre a boca para falar algo mas eu não entendo. 

Tudo que consigo imaginar é o quão perto ele esteve de me pegar no porão fazendo exatamente o que ele proibiu.

⊱⋅ ──────────── ⋅⊰

RENATO

ㅡ Natasha...? ㅡ Pergunto mais uma vez.

Ela está pálida como um fantasma e parece que vai desmaiar a qualquer momento.

ㅡ O que houve?

Ela parece sair de um transe e pisca várias vezes.

ㅡ Oi, Hum... nada. Eu me assustei com o trovão e eu estava sozinha... ㅡEla explica, mas eu não acredito que seja apenas por isso.

Sento-me na cadeira de frente a ela e a observo em silêncio.

Ela abre um grande sorriso para mim, o que me faz levantar as sobrancelhas.

ㅡ Senti sua falta... ㅡ ela diz.

ㅡ Eu também. O que você fez hoje? 

Seu rosto fica corado e ela parece se atrapalhar com as palavras.

ㅡ Eu assisti TV e desenhei um pouco, e você? ㅡ Assim que ela diz isso ela arregala os olhos como se houvesse falado algo horrível.

Ela nunca me perguntou o que eu faço quando eu saio e ela deve pensar que é algo proibido.

A Prisioneira #1 • Renato Garcia (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora