O chorinho agudo que ecoa pela caixinha de som não me assusta mais, como costumava fazer. Não que ele tenha se tornado uma coisa boa, ou não mais me deixe preocupado - a única diferença é que eu agora sei lidar com isso. Aquela velha frase, que diz que com o tempo, aprendemos.
E me orgulho de dizer que aprendi a ser pai.
No fundo, acho que isso já nasceu comigo, engatinhou comigo e se formou comigo no ensino médio - o mesmo ensino médio em que conheci a pessoa que viveria comigo esse meu sonho de menino de paternidade; aquele que realizou comigo esse sonho, que não era somente meu, mas dele também. Embora eu humildemente ache que ele nasceu mais para isso do que eu. Está entranhado nele, na maneira preocupada com que toma a dianteira nas escadas; na forma aliviada com que seu rosto se ilumina ao ver que não é nada demais, só a fome onipresente e nunca previsível de Jisung; na precisão de suas mãos, acomodando da melhor forma a cabeça pequena e frágil, sua destra se movendo, despindo um dos ombros, num movimento tão cândido que nem mesmo o maior dos depravados conseguiria maliciar; no carinho com que suas mãos se movem, de lá para cá sobre o algodão branquinho da roupinha pequena que envolve o corpinho menor ainda do bebê. Nosso bebê.
- Nosso pequeno anjinho...
E mais rápido do que eu poderia ter narrado tudo isso, está acabado. Meus olhos se perdem na luz âmbar suave que banha os móveis claros, nas pelúcias e brinquedos que se espalham pelas prateleiras, numa ordem tão meticulosa que só poderia pertencer a ele próprio enquanto decorador. E, sobretudo, no pequeno que dorme no berço ao centro, a pequena caixa torácica se expandindo e voltando, embalando uma respiração tranquila, típica de quem dorme de barriga cheia.
- Ele é tão lindo...
- Sim. Ele é sim. - ri, e sua risada bonita enche o quarto, mesmo que ele não faça escândalo nenhum. Dom dele; contagiar a tudo e todos com essa pureza de espírito e essa alegria que ele transborda. Aproxima-se de mim, seus pés descalços deslizando sobre o piso, suas mãos se erguendo, seus dedos se prendendo aos fios bagunçados do meu cabelo, ao mesmo instante em que seus lábios se colam ao meu pescoço, numa carícia terna e que nada mais tem de propósito além desse - uma carícia. Um beijo. Um outro. E mais um... E então estamos abraçados, a contemplar o interior do quarto de luzes baixas, dois bobos apaixonados pela vida que concebemos e que vemos crescer, diante de nossos olhos. Verdadeiros pais bobões. E é quando o bebê se mexe, resmungando algo incompreensível em meio ao sono, um arrulho baixinho e fofinho e certamente captado pela babá eletrônica, que ele se volta para mim, os olhos brilhando em alguma convicção nova, enquanto sussurra em sua voz terna de veludo - mais uma de suas pérolas que me deixam tonto por dias. - Igualzinho ao pai dele...
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A explicação é: aniversário de Jaehyun maridinho da nação e eu não podia passar em branco. Depois eu arrumo. Paz e beijos.
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Our Lil Baby
Fanfiction... Aquela velha frase, que diz que com o tempo, aprendemos. E me orgulho de dizer que aprendi a ser pai. ... [Jaeyong!center] [mpreg] [nct] [Jaehyun 23bday] [fluffy] [+18 pelo yaoi]