Valazia (não finalizada)

Dezenove.

-O que?

-Anne!- Noah diz em um tom irritado para a ruiva.

-Anne?-pergunto baixo para ele sem medo de que a menina pudesse acabar escutando.

-Olha, não estamos vivendo dias de glória para ficarmos fazendo carinho em nossos dragões e unicórnios de estimação e andar saltitando por aí jogando purpurina para o alto como se tudo estivesse as mil maravilhas. Temos que agir rápido agora que a bela adormecida acordou de sua soneca profunda.- Minha primeira impressão da menina não foi a melhor, apesar da energia que sentira dela da última vez, ela não está presente entre nós no momento, mas quero esperar mais um pouco para ter uma opinião mais detalhada sobre a valaziana.

-Ela mal consegue andar!-Noah afirma quase cuspindo no rosto da ruiva. Meus olhos se voltam para ele indignada por achar tal coisa.

-E qual o seu plano?- pergunto fazendo com que seus olhos finalmente se voltasse a mim.

-Vamos invadir o castelo de Naffrack e arrancar sua cabeça.-Responde rápido à minha pergunta sem parecer pensar mais de uma vez.

-Imprudente...-Digo baixo como se falasse comigo mesma.

-O que?-Ela arregala seus olhos cerrando seus punhos. Sei que não ousaria a me atacar, não seria tão descuidada.

-Disse que é imprudente.-Afirmo olhando em seus olhos enquanto dou um passo para frente em sua direção. -Não pode simplesmente entrar no castelo de um lunático esperando que o mate tão facilmente e acredite quando eu digo que não é fácil, porquê não é. Imprudência pode te levar à morte ou ainda pior, levar as pessoas que te seguem a morte! Se fosse eu em seu lugar, preferiria seguir esse plano sozinha sem colocar os outros nesse risco estúpido.

Sinto a raiva ferver seu sangue enquanto me encara sem dizer uma palavra. Ela sabia que eu estava certa, por isso não ousou a discutir com tal argumento, agradeci em minha mente por não ter feito, não sei se teria paciência para discutir do porquê não fazer algo tão absurdo. Meu pai já teria perdido a paciência, provavelmente já teria dito algo do tipo "por que não enfia uma espada no peito logo? Vai lhe poupar o trabalho". Seus olhos verdes saem de minha direção quando Noah abre a boca para falar, era notável sua irritação com a garota, o que me deixará surpresa por esta reação, já que, normalmente, estaria analisando a situação com calma e em seguida falaria algo inteligente.

-Eu e Gwen não vamos participar desse suicídio.- Seus olhos estavam tão escuros que mal dava para perceber sua coloração azulada. Ele da um passo na direção da menina e logo depois volta a falar friamente.- Se quer mesmo ser comandante de algo, pense nos outros em primeiro lugar em vez de si mesma! Nós sempre vamos estar em último.- Vejo seu ombro bater com força no da garota enquanto ele se afastava de nós deixando um clima pesado no ar. Era possível perceber as penas do final da sua asa estavam todas sujas de neve, mas de maneira nenhuma as faziam parecer menos bonitas.

-Alguém não está no clima para discutir estratégias...-A ruiva lança um sorriso sínico à mim, mas escolho ignorar pois minha mente está ocupada demais observando a silhueta de Noah diminuir ao mesmo tempo em que o mesmo sobe marchando pelas escadarias de pedra da vila, que por sinal, parecia ser toda construída pelas grandes pedras cinza escuro e pelo incrível que pareça, ela não se destacada tanto na neve por conta de se camuflar nas rochas da montanha, que formavam uma grande parte do chão que pisávamos. Esse deve mesmo ser um assunto sensível para Noah, já que passava cada minuto de seus dias perto de Tyron, observando cada técnica e métodos de comandos, viveu na pele como é cuidar de seus companheiros de guerra e consegue pensar em estratégias de luta tão rápido quanto seu próprio mentor, sabe quando dar cada movimento para atacar e se defender, como se fosse invencível. Na minha opinião, Noah faria um excelente comandante e tenho certeza de que meu pai ficaria orgulhoso se escolhesse seguir por tal caminho.-Não vai me dizer que você também tem temperamento frágil?-ela pergunta me tirando de meus pensamentos.