Capítulo XXI

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Henry praticamente não me deu escolha a não ser dormir na casa dele, tive que pegar minhas malas para que fôssemos juntos. No outro dia bem cedinho, estávamos no aeroporto. Kal, como sempre, ao nosso redor. Algumas pessoas olhavam para mim e Henry, outras achavam que conseguiam disfarçar enquanto tiravam fotos.

- Você pode parar de segurar a minha mão, amor. — Falei, enquanto Henry me guiava até o portão de embarque. Ele me encarou e eu apontei discretamente para algumas pessoas que estavam nos olhando e cochichando. —

- Força do hábito. — Ele soltou minha mão. — Você já andou de avião?

- Você acha que eu vim para Londres nadando?

- Eu digo avião, avião jatinho...

- Jatinho não é avião. — Cruzei os braços. —

- Não Anna, jatinho é um navio. — Henry revirou os olhos. —

- Você entendeu.

     Assim que entramos no avião, sentamos rapidamente em nossas poltronas. Pedi para trocar com Henry, já que odiava olhar para o corredor. Passamos em torno de oito horas voando. Chegamos em Nova Iorque em torno das 14:00hrs, estava bem quente. Papai e mamãe estavam nos esperando. Corri e os abracei muito forte. Faziam meses que eu não via minha família.

- Que saudade. — Desfiz o abraço em grupo com meus pais. — Vocês estão bem?

- Sim. — Minha mãe me olhou de cima a baixo. — Você está mais magrinha, não está se alimentando bem?

- Deixa ela, o que importa é que está aqui. — Meu pai segurou meu ombro. —

- Mãe, pai, esse é o Henry meu...— Fui interrompida por ele. —

-Namorado, prazer. Não queria que nosso encontro fosse assim, nessas circunstâncias, mas é um prazer conhecê-los. — Henry sorriu. —

- Eu te conheço... — Meu pai arqueou uma sobrancelha. — É.... eu te conheço sim. Você é o cara de liga da justiça!

- Ai meu Deus... — Coloquei as mãos no rosto. Henry estava rindo. — Pelo amor de Deus, pai...

- Mais não foi só aí que eu te vi não... — Meu pai estreitou os olhos. — CARAMBA! Você é o Geralt de Rivia! Da série da Netflix.

- Pai... — Fiz um gesto de não com a cabeça, meu pai se segurou um pouco. —

- Tudo bem Anna, isso é normal. — Henry continuava rindo. — Prazer em conhecê-lo.

- O prazer é todo meu. — Meu pai deu um aperto de mão em Henry. — E claro, muito obrigado por ter nos ajudado com as contas do mercado.

- Disponha.

- Eu vou pagar tudo depois, Henry, pode deixar. — Falei enquanto caminhávamos até o carro. —

- Eu não fiz isso para que você me pagasse depois, Anna. Eu fiz isso pela sua família e por você. — Ele me olhou enquanto abria a porta do carro. Sorri para o mesmo. —

- Eu te acho um máximo, sabia? — Ele sentou ao meu lado. —

- Eu sei.

               Demos uma gargalhada.

- Espero que meus pais não se importem de ir em outro carro.

- Tenho certeza que não. — Olhei para o carro atrás de nós, meus pais estavam entrando no mesmo. —

Chegamos a um condomínio luxuoso no qual Henry havia alugado uma casa para que ficássemos todos juntos. Eu estava tão feliz vivendo aquele momento. A casa era bem confortável, como um chalé, havia uma enorme piscina na frente.

- Eu não quero nem saber quanto custou esse aluguel. — Sorri. —

- Às vezes por ser famoso, a gente ganha um desconto. — Henry deu uma piscadinha para mim. —

  Assim que entramos na casa, havia uma senhora bastante amigável, Henry a abraçou.

- Que saudade! — Ele desfez o abraço. — Essa é minha namorada e os pais dela. — Ele apontou pra mim. — E essa é a melhor governanta do mundo.

- Prazer em conhecê-la. — A cumprimentei com um abraço. Ela me apertou forte. —

- Sei que vai ser você. — Ela sussurrou no meu ouvido, me fazendo parar para encará-la. Ela rapidamente se desfez de mim e foi cumprimentar meus pais. "que mulher doida" pensei. —

- Está tudo bem? — Henry me deu uma leve tapinha no ombro enquanto eu permanecia olhando para a senhora. Me desfiz do meu "encanto" —

- Sim... — O olhei. — Eu só estava com o pensamento longe. — Falei, Henry pareceu convencido. —

- Vamos para a cozinha, preparei um almoço maravilhoso para vocês. — Ela falou enquanto colocava o avental na cintura. —

             Fomos em direção a cozinha, o cheiro de comida estava quase me fazendo babar, estava morta de fome. Fui uma das primeiras a fazer o prato. Me sentei na mesa gigantesca da sala de jantar, que dava vista para a piscina na frente da casa. Enquanto eu comia e encarava o azul perfeito da piscina, Henry e meus pais chegaram e sentaram-se na mesa.         

- Henry, mais uma vez, muito obrigada. — Minha mãe disse, antes de colocar uma garfada de comida na boca. —

- Se não fosse você, teríamos que entregar o lugar do mercado. Quitamos todas as dívidas, muito obrigado. — Meu pai agradeceu profundamente Henry, que sorriu. —

- Não precisa agradecer, caso precisem eu vou sim ajudá-los, não se preocupem com isso. — Ele bebeu suco. —

- Você é um bom homem, não entendo como é possível estar tanto tempo sozinho. Eu sempre achei que fosse casado. — Mamãe sorriu, fazendo Henry ficar sem jeito. —

- Eu não tenho muita sorte no amor. — Ele sorriu sem graça. Ele fica tão lindo tímido. —

- Agora ele tem. — Estiquei meu braço até pegar na mão de Henry que estava em cima da mesa, ele sorriu de forma doce para mim. —

          Após o almoço, Henry tinha compromissos. Eu, como não tinha nada para fazer, resolvi ir para a piscina. Coloquei o biquíni e fui até a mesma. Dei um mergulho de cabeça.

- Fazia tempo que não sentia calor. — Falei. —

- Aqui está uma toalha para a senhorita, Anna.

        Tomei um susto quando a governanta se abaixou na beira da piscina com a toalha na mão.

- Ai meu Deus, você quase me matou de susto! — Coloquei a mão no peito. —

- Desculpe. Sei que não está acostumada. — Ela sorriu. —

- Eu não estou mesmo. — Sorri. — A quanto tempo você conhece o Henry? — Sentei na beira da piscina. Ela estava sentada em uma das cadeiras de sol. —

- Quando ele tinha dezenove anos. — Ela riu. — Ele experimentou minha comida pela primeira vez quando veio para Nova Iorque, conheceu meu filho e através dele, me conheceu.

- Eles ainda são amigos? Qual o nome do seu filho? — Sequei meu rosto com a toalha. A expressão dela mudou rapidamente. De alegre e nostálgica, para tristeza. —

- Meu filho faleceu a alguns anos atrás. Acidente de carro, bebida, essas coisas. — Ela suspirou. —

- Sinto muito... — Falei. —

- Tudo bem, acontece. — Ela enxugou uma lágrima no canto do olho esquerdo. — Quer comer alguma coisa?

- Não, obrigada. Vou ficar na piscina e esperar Henry um pouco. — Sorri. —

- Como quiser.

        Ela se levantou indo em direção a porta da casa. Passei o resto da tarde na piscina tirando fotos e vendo minhas redes sociais. Havia começado a anoitecer e Henry não havia chegado ainda. Joguei meu celular no sofá da sala e deitei no mesmo. Caí em um sono profundo.

London Boy | Henry CavillOnde histórias criam vida. Descubra agora