A Feast of Appearances

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Lynora

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Lynora

O seu pai sempre lhe dissera que não a venderia para um casamento arranjado, que ela teria o direito de escolha, casaria com quem e quando quisesse, até mesmo se tivesse passado da idade. É claro que para que quem visse de fora eram óbvios os motivos, Robert idolatrava Lynora, e ele não a deixaria ir, pois, aos olhos do rei ela ainda era uma garotinha, aquela que corria para se sentar ao seu lado no trono.
 
Jon Arryn costumava dizer que ela o tinha em seu dedo mindinho, e que se a jovem pedisse para iniciar uma guerra apenas por diversão, porque ela era fascinada e tinha muita curiosidade dada as histórias contadas por seu pai, ele  certamente iniciaria uma, sem nem pensar. Lynora suspirou para onde os seus pensamentos a levavam, o falecido senhor do ninho da águia sempre viu além da princesa, ele costumava dizer que ela seria digna de grandes coisas, e a jovem costumava acreditar nas suas palavras, mas deveria saber que a vida, para uma mulher estava longe de controle, tinha aprendido muito cedo sobre como as coisas funcionavam, sabia que como mulher e princesa, certas coisas seriam esperadas de si, aquele era o mundo dos homens afinal de contas, eventualmente a palavra de rei falaria mais alto, e o que ele dissesse seria lei.
 
Os olhos de Lynora voltaram a ficar irritados por causa da fumaça dos pães e carnes recém-assados que eram servidos no salão, podia sentir a sua garganta ardendo e se fechando, não era uma reação apenas a fumaça, era tudo, não estava em clima de comemoração, os músicos tocando e cantando, se misturavam entre as conversas e risadas altas, era muito barulho e ela definitivamente preferia o silêncio naquele momento, pois tudo estava-lhe sufocando, as suas emoções sendo controladas apenas pelo orgulho, não desabaria ali, não na frente de Cersei de qualquer maneira. Nada a agradava estava sem apetite e sem sede e definitivamente não queria conversa, as emoções presas em seu estômago, e cada vez que via entre Sansa e Joffrey troca de olhares e sorrisos bobos o embrulho aumentava. O olhar arrogante e malicioso de Theon também causavam-lhe desconforto, assim como os simpáticos de Robb que a todo o momento tentava-lhe alcançar, com sorrisos simpáticos, porém Lynora não conseguia retribuir, não depois de ter escutado Rhea dizendo por horas como Robb a olhava, “com desejo dos homens”, e uma pontada de esperança que Lynora não queria dar-lhe, não tinha intenção em entregar nada a ele, é claro que a imaginação exagerada de Rhea para romances aumentavam as coisas, de qualquer maneira, evitaria os olhares do Stark.
 
A princesa observou Sansa se levantar e caminhar para cumprimentar ela e Cersei, mais uma vez naquela noite, as duas iniciaram uma conversa sobre beleza, vestidos e o sangue da Stark, o último fez o estômago de Lynora piorar, ela sentia-se doente, tudo aquilo estava-lhe sugando. Olhou de relance para o Lorde Eddard e Catelyn, e ambos pareciam tão desconfortáveis quanto ela, realização a encheu percebendo que todos usavam uma máscara naquela noite, alguns conseguiam manter melhor que outros. A senhora Catelyn, por exemplo, ela tentava usar uma máscara calma, mas as linhas de expressões que desenhavam preocupação e receio no seu rosto não desapareciam, e quem poderia julgá-la? Lynora certamente não o faria, e até a compreendia, afinal, a senhora perderia as suas filhas para o sul, e uma delas se casaria com o príncipe, e a princesa não poderia imaginar pior castigo. Sansa, por outro lado, não poderia estar mais reluzente a notícia da união com Joffrey, a deixou só sorrisos, Lynora deduziu que ela sofria do mesmo mal de Rhea, uma imaginação fantasiosa sobre casamentos e amor, pois, se ela conhecesse Joffrey como Lynora conhecia, a ideia com certeza iria-lhe apavorar. A Baratheon continuou sua leitura, percebeu que Lorde Eddard escondia as suas preocupações atrás da honra, ela cresceu escutando sobre quão bom e honrado homem Ned era, e ele poderia não gostar do convite que fora feito, ou de ter que ir para o sul, mas a honra não permitiria negar um pedido do rei e principalmente, do seu amigo. E então tinha Cersei, essa tinha adquirido uma habilidade única de manter aparências. Mas naquela noite até ela parecia encontrar dificuldades para fingir, contudo o olhar impassível e frio permaneciam lá, como se nada a abala-se como se o rei dançando e beijando camponesas e criadas na sua frente não lhe incomodasse, mas o escárnio na sua voz ao falar a entregava. Lynora sabia que mãe não era a favor da união entre o sul e o norte, tinha a visto tentar por semanas, depois da morte de Arryn, convencer Robert de desistir da ideia, que o cargo de mão deveria ser de Jaime, pois afinal, além de irmão da rainha ele era o “regicida”, era seu direito por honra, no fim, ela acabava com as marcas de mão marcada em seu rosto e Robert lhe dando as costas, e em todos esses momentos Lynora fazia questão de agradecer aos sete por seu pai não escutar Cersei.

Gloria Regali Onde histórias criam vida. Descubra agora