Porque Haechan o provocava, e não precisava ser nenhum especialista para saber disso. Não precisava prestar muita atenção, porque você sabia mesmo de olhos fechados.
Conseguia sentir a cada novo agudo que o garoto alcançava sozinho na parte de dentro daquele estúdio, ignorando completamente os olhares meio arregalados que seus companheiros de banda direcionavam a si.
É claro que eles não sabiam. Não sabiam que Donghyuck cantava para uma pessoa só, pessoa esta que não ousava desviar os olhos de cada uma das suas quebras vocais, quando a voz ficava mais rouquinha e ele entreabia os olhos – bem pouquinho – só para confirmar que ainda tinha sua atenção.
Bobo era Lee Donghyuck por achar que algum dia não a teve completamente.
Bobo era Lee Minhyung, que via os colegas de grupo observando tão atentos à gravação e sentia que viam muito mais do que deveriam.
Ninguém sentia como Mark, mas isso não impedia o maxilar travando em cada novo suspiro dado pelo mais novo ao microfone.
O qual até estava grato por ser o último, porque ainda tinha muito o que conversar com Mark. Muito. Mesmo assim, quando soltou sua última nota, subiu aquela sensação de vazio que o preenchia sempre que terminava de gravar uma música. Ele se sentia a fantasia intocada do seu líder quando estava dentro da gaiola de vidro, sendo agressivamente observado de longe.
Mesmo que agora eles estivessem começando um jogo perigoso que nenhum dos dois sabia como vencer.
Não tinha palavras para serem trocadas no caminho até o dormitório, porque sim, Donghyuck tinha mil palavras que queria dizer – sobre de onde aquela música vinha e para onde iriam depois dela – mas nenhuma delas parecia realmente certa.
Alguma coisa errada se arrastava na noite, como se o mundo estivesse prestes a acabar. Uma explosão só e fim.
E se o mundo acaba hoje, Donghyuck que não esperaria outras oportunidades inalcançáveis.
Era como se nem fosse o próprio Mark Lee sentado ao seu lado na sala de jantar, brincando com a comida no prato colorido. Nem sabiam mais o que faziam, só sabiam que seus olhos estavam nos seus olhos, e se perdiam nas mil variações deles.
Lacrimejavam segredos.
- A gente precisa conversar. Agora.
Foi Mark quem falou, meio sussurrado pra não atrair toda aquela atenção que nenhum dos dois queria. Quando Donghyuck se deu conta, o garoto já sumia no quarto que dividia com Jaemin.
Foi atrás sem fazer barulho, a cabeça girando em expectativas surreais que não sabia de onde vinham.
Mark estava encostado na estante, agora sem a jaqueta jeans que usara o dia todo e o cabelo muito mais bagunçado do que todas as versões daquela conversa que rodavam a mente do Lee mais novo.
- Pode falar, vai, tudo o que está pensando.
Seus braços estavam cruzados sobre o peito e, apesar de não estar de todo irritado, também não transbordava a simpatia do Mark em frente às câmeras.
Era Minhyung agora, o de verdade.
- Não estou pensando em nada.
Mentira. Mentia. Mente.
Porque se falasse metade daquelas coisas passando por sua cabeça agora nunca mais teria o benefício de ser ouvido.
- Tem sim, um monte delas – suas costas desgrudaram da estante só para que aproximasse um pouquinho mais do garoto travado – É sobre minha música, não é?
- No que estava pensando? – não era seu plano começar um sermão, mas agora sabia já ser meio tarde pra se impedir – Fazer esse tipo de coisa com crianças, Lee. Nem Taeyong tentou algo assim, você exagerou.
- Eu só fui honesto.
- Honesto demais!
Seus olhos se encaravam furiosamente agora, pele e corpo se atraíam em uma reação explosiva.
Queimavam sensações.
- Não é só isso. Fala mais.
Seu peito acendia conforme sentia a mão do mais velho passeando por ali, tentando transpassar confiança sendo que tudo o que Donghyuck conseguia sentir era calor.
Calor sufocante, o fazendo recuar um pouquinho. Recuar de Mark.
- Era só isso. Achei exagerado.
- Você é exagerado, Lee Donghyuck – falou tão baixinho que, se não tivesse avançado o suficiente para roçar os lábios nas orelhas vermelhas, o menor nem conseguiria ouvir – Seus lábios são exagerados, sua voz manhosa é exagerada, suas coxas são exageradas. Nós somos exagerados, Donghyuck. Juntos.
Não conseguiu se afastar quando as mãos do canadense foram parar nas pernas torneadas – queria se afastar? – e a respiração se misturava tanto à sua que nem conseguia reorganizar os pensamentos.
- Você acredita no amor que escrevi nesse álbum, Donghyuck? – a voz de Mark soava três oitavas mais grossa do que o habitual e Haechan a sentia na corrente sanguínea, passando por cada um dos músculos – Você quer acreditar, não é?
- Você gosta de amar, Minhyung – devolveu no mesmo tom, juntando um pouquinho mais os corpos apesar de já estarem colados demais para respirarem corretamente – Mas gosta muito mais de foder.
- Eu já disse que gosto muito mais de fazer os dois com você?
Porque Mark Lee gostava das suas melodias e gostava das suas letras, mas tudo soava muito melhor quando a voz de Donghyuck cantava baixinho em seus ouvidos.
- Fala pra mim que vai ficar essa noite.
E ele iria. Iria porque Mark o beijou com força, a força que compunha suas músicas inapropriadas. Iria porque apertou as coxas que tanto alisava nos momentos mais inoportunos. Iria porque deixou um tapa estalado na bunda do mais novo, que tentou fazer uma cara de bravo para ele que desmanchou tão rápido quanto surgiu.
Iria porque Mark Lee fazia seu peito se acender, enquanto todo o resto do quarto continuava completamente escuro.
- Fala pra mim que quer sentar, Donghyuck.
Ele não precisava falar quando já tinha as mãos espalmadas sobre o peito inclinado do outro, forçando mais e mais que se deitasse por completo na cama tão bem organizada. Mark gostava muito mais de como Donghyuck tinha poucas palavras nessas horas, apesar de estar cheio de todas as iniciativas.
E Donghyuck o aceitou quando sentiram boca contra boca, esperando o mundo acabar em uma chuva de meteoros do lado de fora quando tinham sua própria linguagem. Na linguagem de Lee Minhyung, ele se embriagava de Lee Donghyuck.
Era aquela língua atrevida, os lábios suspirantes, a permissão implícita, que o fazia perdido em quem já não era mais. Era o pescoço inclinado, implorando as marcas, e os lábios sangrando em mordidas dadas sem medir forças.
Era Lee Donghyuck rebolando sobre si, sem se importar com quem eram de verdade, porque o mais importante era sentir Mark se umedecendo em ansiedade.
Desejavam sentimentos.
Mark sabia que tinha sido aceito quando as primeiras peças de roupas foram sumindo no quarto quente demais, dando mais espaço para as mãos curiosas e bocas sedentas. Quando o garoto estava sentado sobre si, em uma expressão de necessidade assustada, Mark queria sentir toda a sua perfeição.
Enquanto Donghyuck queria sentir cada um dos defeitos do rapaz meio arfando sobre si.
O primeiro defeito que sentiu foi a impaciência. A impaciência de Minhyung que usava dos beijos longos e molhados demais para forçar sua cintura para baixo. Mais e mais, como se nunca fosse o suficiente.
E não era.
Porque queriam sentir muito mais do que suas línguas agitadas.
- Era isso que você estava pedindo lá, não era? – Haechan não conseguia responder, não quando Mark apertava suas pernas tão avidamente e deixava marcas avermelhadas de suas digitais na bunda bem posicionada sobre o garoto suficientemente duro para o fazer gemer a cada suspiro – Você quer me fazer gozar dentro de você, Donghyuck. Pode falar.
- É – Mark suspirou alto, porque não esperava que começasse a se mover agora, ou a confirmação – Eu só queria saber que música você vai compor depois de me foder.
Quando Donghyuck acelerou, subindo e descendo para, em seguida, rebolar parado no mesmo lugar Minhyung teve a certeza que comporia uma sinfonia inteira só com os gemidos baixinhos que escapavam dos lábios do garoto apressado.
A cada nova investida, que Mark nunca o avisava antes de acontecer, era uma mordida mais profunda no ombro exposto. Mais um gemido arrastado na sua orelha, fazendo o baixo-ventre fisgar. Mais uma contraída, o esmagando dentro de si com tanta força que sua consciência se perdia no corpo quente sobre si.
- Faz cara feia pra mim, Donghyuck – rosnou no lóbulo da orelha avermelhada, tendo como resposta só o gritinho abafado quando encontrou a próstata – Finge que não goza com meu nome.
- Cala a boca, Minhyung.
O corpo inteiro do canadense tremia só de ouvir seu nome saindo da voz fraca, se perdendo no quarto cheirando a sexo.
Seus corpos se encharcavam agora, um misturando-se ao outro, conforme Mark controlava a cintura fina sobre si. Donghyuck gostava de dizer que era ele quem fazia Mark gozar, mas sabia que brincar de estar no controle era o que os deixava excitados.
Tinham tanto controle dos gemidos agora quanto teriam das marcas no dia seguinte.
Não tinham controle sobre si, porque eles eram seu fim do mundo. Lee Donghyuck chovia meteoros sobre Lee Minhyung, como o caos que só se permitiam ser em conjunto.
- Eu quero sentir muito mais do que seu corpo, Donghyuck.
E ele gozou. Assim mesmo. Gozou com a poesia na voz de Mark, enquanto Mark gozava com a poesia no corpo de Donghyuck.
Mentiam pra si mesmos dizendo que não estavam de almas condenadas entre si, porque eram amores estranhos que dividiam.
E ainda eram amores da mesma forma.
Gotejavam amor.❄️❄️❄️
é pois é essa é aquela one que eu escrevi bem na epoca de drippin' lembramkk eu resolvi reviver ela porque ta a com saudade de umas putaria no meu perf fazer o que nekk
é isso pessoal obrigada por terem lido beijos ate a proxima
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se eu falar de amor...; markhyuck
Fanfiction... tu vai acreditar, não vai? ou aquela em que mark lee compôs um álbum inteiro para lee donghyuck, mas só queria ouvi-lo cantando músicas diferentes quando as noites no dormitório eram puro silêncio;