UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte um]

noventa e três¡! ♡

Sina.

Estava deitada na rede do terraço observando Lele e Steven brincando na piscina. Nessa idade as coisas são menos complicadas, apesar do meu irmão ser um pouquinho mais velho que a minha filha. Não tem preocupação com contas a pagar, trabalho e se apaixonar. Espero que a Lele nunca passe pelo que eu passei. Só Deus sabe o quanto sofri por causa dele.

Sou despertada dos meus pensamentos quando minha mãe se senta em uma cadeira perto de mim. Ela tinha em uma mão um prato com um pedaço de lasanha e na outra um copo de refrigerante. Me sentei e peguei o almoço sentindo seu olhar preocupado sobre mim.

— O que está acontecendo, filha?

— Como assim? — dou uma garfada na comida.

— Está quieta e distante.

— Ah. — mastigo. — Nada demais.

— Você não me engana, Sina.

— Você sabe que eu fui no show do Five Night, não sabe?

— Sim, como eu poderia esquecer?

— Teve meet & greet e a Lele ficou apaixonada pelo vocalista. Se agarrou a ele e não queria mais soltar.

— Pior que eu a entendo. Queria fazer o mesmo há alguns anos quando fui no show do Leonardo. — rimos.

— Bom, ele propôs um sorvete se ela o soltasse e funcionou. O problema começou quando fomos jantar com a banda.

— Ué, não era só o sorvete? — ela se aproxima mais interessada na história.

— Acho que foi porque já estava tarde e eles tinham que ir jantar.

— Ok, e o que houve lá?

— Noah, o vocalista, flertou comigo.

— Ele namora.

— Mentira! — exclamou desacreditada. — E você fez o que?

— Nem sabia como reagir diante daquilo. Para mim já era surreal estar com eles ali, ainda mais ser paquerada por um deles.

— Se ele fez isso estando comprometido, só mostra que ele não presta.

— Não sei, ele pareceu ser uma boa pessoa. Quis até ser meu amigo.

— Isso é tática, filha. — inclino minha cabeça a olhando confusa. — Quis se aproximar e como você não dá brecha, ele optou pelo meio mais fácil.

— Enfim... — coloco o prato em cima de um banquinho. — Desde o passeio que tivemos ontem, eu não parei de pensar nele.

— Espera! — ela abre um sorriso. — Você está se apaixonando.

— O quê? Não diz besteira, mãe.

— Meu bem, dessa área eu entendo e posso afirmar que você está se rendendo por esse tal de Noah.

— Você endoideceu de vez. — me levanto e entro na casa sendo seguida por ela. — Ele não é para mim.

— Só por que é famoso? Me poupe.

— Existe uma coisa chamada hate. Vamos supor que ele termine com a Any para ficar comigo. Tem noção do inferno que vai ser?

— Vai ser difícil, mas vocês vão superar. Juntos.

— Mãe, isso não é uma daquelas novelas que você assiste de tarde. Eu e o Noah nunca iremos ficar juntos.

— Vou gravar... — ela pega o celular e aponta a câmera para mim. — Para quando vocês aparecerem aqui como um casal, eu esfregar na sua cara.

Balanço a cabeça negativamente enquanto dou risada. Lele e Steven aparecem molhados e respingando por todo o chão. Posso ver a expressão da minha mãe mudar da água para o vinho. A coisa vai ficar feia se eu não intervir! Entro em sua frente levando as crianças de volta para o terraço onde estão as toalhas.

— Aqui. — estendo a toalha do Mike e do Sullivan de Monstros S.A. na direção deles que pegam um tanto sem graça. — Nunca mais entrem lá sem se enxugarem. Steven, você sabe o quanto a mamãe fica chateada com isso.

— Eu esqueci. — abaixa a cabeça. — Desculpa.

— Tem que dizer à ela, não a mim. Agora vão almoçar.

Dou um tapinha no traseiro de cada um incentivando a entrar. Ao ficar sozinha novamente ele me veio à mente. Mas que merda! Eu não quero que a minha mãe esteja certa. Eu não quero me apaixonar novamente. Eu não quero sofrer.