Kanao não estava pronta e Tanjirou compreendia perfeitamente, mesmo estando triste com toda a situação. Não estava tudo perdido, não queria ser inconveniente e forçar algo, além de que a respeitava muito. Por isso, esperaria ela vir até ele para conversar, como havia dito, a garota precisava de espaço e daria. Poderia se passar semanas que estaria aguardando pacientemente seu tempo.
Decidiu ir para o refeitório e sentar-se à mesa de sempre, encontraria seus amigos lá. Ao virar, deu de cara com o pequeno rapaz de cabelo ciano; com o susto e a proximidade quase se chocou contra o corpo, mas se apoiou no ombro do outro para que não acontecesse. Tokito arregalou os olhos de espanto e surpresa, sua mão direita estava levantada em direção ao ruivo, como se fosse toca-lo com a intensão de lhe chamar a atenção, mas o Kamado virou antes que o fizesse.
— Senpai — Disso o garoto. — Tudo bem?
— Muichirou-san — Falou surpreso e, ao terminar a frase, tirou suas mãos do outro alheio — O que foi? E que história é essa de senpai?
O rapaz respirou fundo antes de responder.
— Você é meu senpai, né? Está no último ano.
— Sim, mas você nunca me chamou assim.
— Desculpa... Eu nem me toquei. — Ele juntou as mãos e ficou as massageando.
Muichirou não se importava verdadeiramente com esses honoríficos que só serviam para complicar ainda mais a vida das pessoas. No entanto, por algum motivo, ele não estava mais se sentindo confortável em chamar o ruivo pelo primeiro nome sem um acompanhamento descente, como se eles fossem íntimos ou algo do tipo, sentia que estava faltando o respeito. Talvez fosse uma insegurança boba, não entendeu o desconforto repentino.
— Não precisa ser formal assim. — Deu um sorriso meigo.
O menor ficou nervoso e massageou mais as mãos.
— Você está bem? Eu sei que aconteceu algo. — Sem enrolações, perguntou logo o que queria.
— Eu estou bem sim — Colocou as mãos no topo da cabeça dele afagando as mechas — Não fica pensando nisso, tudo bem? Obrigado por se preocupar, sério.
Tokito se sentiu tão... Estranho. Foi um toque que ele não reclamaria se o ruivo repetisse outras vezes.
— Certo, se você diz... — Sorriu, as bochechas ficaram cheias com o curvar dos lábios, deixando-o com uma aparência fofa. Qualquer um sentiria vontade de apertar o rostinho dele.
— Eu tô indo para o refeitório, vai querer vir comigo?
— Ah, não vai dar, eu e Senjurou-san estamos fazendo um trabalho juntos e vamos usar o resto do intervalo.
— Boa sorte, então — Tanjirou se despediu e foi embora calmamente.
Tokito fez o mesmo, foi até a biblioteca para se encontrar com seu colega de classe e clube. Desde o começo do clube, Rengoku Senjurou e ele estavam começando uma boa amizade, pois tinham gostos muito parecidos e isto surpreendeu os dois, pois em aparência eram tão distintos.
— Vamos começar? — Disse o Rengoku assim que avistou seu amigo.
— Sim — Ele sentou-se a mesa — Gostei do seu batom.
Os lábios finos estavam pigmentados de um rosa claro, quase imperceptível.
— Batom? — O garoto foi da cor normal, para um vermelho e depois para um roxo — E-eu não estou usando... — Levou as mãos a boca para limpar o que tinha ali.
— Tudo bem, não precisa se explicar.
Senjurou se acalmou um pouco, mas ainda sentia um forte constrangimento, suas bochechas estavam avermelhadas. Será que alguém além de Muichirou tinha visto? Não saberia nem o que fazer se espalhassem para o resto do colégio.
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Paixão Imprevista
FanfictionAos 18 anos, Tanjirou não esperava nada além de um ano letivo normal. No entanto, no último dia de férias ele saiu com os amigos e acabou tendo uma experiência nova com um homem que ele não conhecia, e aquilo acabou conquistando o coração do ruivo...