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I: Pequeno elfo em um trono solitário.

Em um belo castelo construido em prata e mármore, havia um elfo, com certeza não muito alto, mal passava dos 1,65, o pequeno elfo se sentava em um trono solitário, adornado em ouro e prata.

Se você notasse de maneira expedita, parecia quase como uma boneca, com longos e ondulados cabelos dourados como fios de ouro que caiam de maneira quase precisa pelas suas costas, a pele tão pálida como a própria lua parecia mais porcelana, sem algum defeito ou modesta falha, e os olhos, ah! Seus olhos, que de longe eram sua parte mais bela e única brilhavam em uma mistura de azul oceano e dourado.

As roupas do elfo, brancas com pequenos detalhes dourados combinavam com a cor de seus cabelos deixando a todos que observassem um ar de beleza pura, porém sua tiara reluzia sobre o brilho da lua transmitindo a imagem de poder absoluto e feroz.

Nas noites mais silenciosas, os empregados do castelo cochichariam uns para os outros sobre o canto suave que chegou ao seus ouvidos, um canto doce mas de certa forma melancólico que pertencia ao seu mestre que quando mais jovem sonhava em cantar para enormes plateias como um verdadeiro artista. Mas a vida, sempre cheia de surpresas desagradáveis reservava outros planos.

E o pequeno elfo sempre se surpreenderia com cada uma delas e naquele fatídico dia não foi diferente.

Um outro elfo entrou mancando sobre as enormes portas elegantes da sala onde residia o trono do pequeno elfo, seus cabelos eram dourados como os dele e respingavam sangue no chão de mármore, sua armadura prateada se misturava com tons carmesim e ele mal conseguiu chegar a metade do caminho antes de desabar de joelhos no chão frio.

O pequeno elfo correu até ele, passos silenciosos e ageis desabando ao lado do guerreiro ao chão.

"Aelar" O guerreiro disse, embora saisse mais como um suspiro, o pequeno elfo sorriu, a única pessoa que o chamava pelo nome, não 'Vossa magestade' ou 'Mestre' apenas Aelar.

"Narciso" Ele respondeu com carinho e uma pequena mão delicada adornada em pequenas joias encostou na bochecha do guerreiro elfo e as pontas de seus dedos cintilaram com luz branca que rapidamente curou os ferimentos do outro.

"Irmão, trago péssimas notícias, receio que não iremos vencer está batalha, Celeste e seus guerreiros são demasiadamente fortes, penso que deveríamos nos render" A última parte foi nada mais que um sussuro ao vento e se Aelar não estivesse prestando bem atenção, ele mal teria ouvido.

"Não" O pequeno elfo respondeu de maneira firme e forte, ele se levantou, ajudando seu irmão logo em seguida, colocando seu braço sobre o ombro e acenando para os guardas.

"Desistir nunca é uma opção, irmãozinho" Ele passou o peso de seu irmão para os guardas, suas roupas antes tão brancas manchadas com o sangue de seu irmão, isso só aumentou a fúria guardada dentro de si da grande deusa Celeste e seus peões.

"Cuidem e curem ele da melhor maneira que puderem, eu assumirei daqui" Por um milésimo de segundo seu irmão arregalou os olhos estando prestes a protestar quando Aelar o calou com uma frase.

"Eu ficarei bem, é uma promessa" Ele sorriu despreocupadamente, Narciso quase se perguntou se ele tinha a noção em que o campo de batalha se encontrava neste exato momento, porém ele mal tinha forças para protestar, principalmente que Aelar era indiscutivelmente teimoso quando queria, essa era apenas mais uma das batalhas que ele não poderia vencer, então ele apenas se calou e deixou que os guardas o ajudassem e o guiassem a sala dos curandeiros.

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Aelar definitivamente não gostava de batalhas, porém ainda sim aqui se encontrava ele.