Capítulo Treze

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Quando entramos na mansão de Franklin, meu pai se endireitou no banco do luxuoso GLB da Mercedes Benz, percebi sua agitação ao analisar o local onde estávamos.

— O que foi pai, está tudo bem? — perguntei, estranhando seu comportamento agitado.

— Essa casa… — antes que ele pudesse terminar sua frase, o carro parou e o motorista abriu a porta para descermos.

Ajudei meu pai a se apoiar na muleta enquanto o carro de Erick estacionava ao lado do que estávamos. Ao vê-lo descer, abri um sorriso, finalmente nossas famílias se conheceriam, eu estava intensamente animada com aquele momento. Erick encarou meu pai, em seus olhos era possível notar o ódio exalando. Antes que eu pudesse abrir a boca para apresentá-los, Erick agarrou meu pai pelo colarinho, atacando-o como um animal selvagem ataca a presa, gritava coisas sem sentido, afirmando que meu pai havia estragado o casamento dos pais dele. 

— Erick, solta meu pai, você está louco?! — gritei para que soltasse meu pai, então ele se virou para mim com mais ódio ainda.

— Me explica isso aqui. — ele pegou o celular do bolso e me mostrou as fotos com o Dr. Paul Smith me agarrando a força e me beijando.

— Ele me beijou a força, eu não quis esse beijo. Por acaso, você estava me vigiando? Quem tirou essas fotos? — perguntei no mesmo instante em que Franklin saiu da casa, com a cara mais lavada do mundo, perguntando o que estava acontecendo. No mesmo instante percebi que aquilo tudo se tratava de uma armação do meu então sogro… Minhas lágrimas rolaram por todo o rosto, meu pai cabisbaixo, não dizia uma palavra sequer.

Franklin e meu pai se olharam por um instante, então meu pai proferiu suas palavras. — Minha filha, vamos embora, essa família não presta, nos trouxeram aqui para nos humilhar.

— Vocês não são bem vindos aqui. — Erick nos expulsou da casa de seu pai, entramos novamente no carro e seguimos caminho até nossa casa. Durante o trajeto, meu pai explicou toda a história, pois eu não entendia a birra de Franklin comigo.

— Eu trabalhei para Franklin durante muitos anos, era seu braço direito. Ele sempre foi muito focado no trabalho, chegava tarde da noite e saia cedo de casa, sua esposa cuidou de Erick sozinha. O rapaz não se lembra de mim, pois me viu poucas vezes em sua casa, eu passava a maior parte do tempo colado ao seu pai. Sra. Camille era uma mulher jovem e bonita, ela se queixava da falta do marido sempre que tinha oportunidade de conversar comigo.

— Vocês eram próximos dessa maneira? — perguntei, temendo a resposta.

— Nos tornamos próximos, Sra. Camille sempre ia até a empresa para conversar com Franklin, mas ele nunca podia atendê-la, estava sempre muito ocupado, eu a acompanhava até os cafés próximos da empresa, depois a deixava em casa.

— Então vocês tiveram um relacionamento? — a pergunta estava entalada em minha garganta. 

— Por Deus filha, nós não tivemos nada! Minha relação com a Sra. Camille era completamente profissional, apesar de termos criado uma certa amizade, pois  eu passei a ser seu confidente, eu só escutava suas queixas e enquanto a levava para os lugares. A verdade é que depois que sua mãe faleceu, a única pessoa que me despertou interesse foi Gisela, a empregada de Franklin, sempre que eu deixava a Sra. Camille em casa, aproveitava para passar um tempo com Gisela. Depois do acidente, ela acreditou cegamente na conversa de Franklin, ela acha que eu e a Sra. Camille tivemos um caso. Desde então, nunca mais nos falamos.

— Mas de onde Franklin tirou a ideia de que você e a esposa dele tiveram um caso?

— Depois que Franklin contratou Carlos e me encarregou de ser motorista da Sra. Camille, ele adotou essa ideia. Acontece que a Sra. Camille estava de saco cheio de ser deixada de lado pelo marido, então decidiu fugir, eu não sabia, até então, com quem, ela apenas pediu que eu a levasse até o aeroporto. Enquanto carregava as malas, um carro em alta velocidade me atropelou e em seguida atingiu o carro que a Sra. Camille estava, fazendo com que o veículo pegasse fogo. O motorista imprudente saiu a toda velocidade, com o carro amassado, nos deixando sem socorro no local do acidente. Sem o movimento das pernas, assisti a Sra. Camille, desacordada queimar dentro do veículo. — as lágrimas tomaram conta do rosto dele, sua voz estava embargada. — Me senti um inútil naquele momento, eu não pude fazer nada, não pude salvá-la, deixei que ela morresse.

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