Existe um ditado vampirico: "para cada ferida um sangue, para cada sangue uma água".
Esse ditado existe por causa do metabolismo, quando um vampiro é ferido ele se regenera, salvo se ele for golpeado no coração e outras formas que falarei mais tarde. Para a regeneração é necessário muita energia e nutrientes, principalmente proteína e fibras. O sangue é uma excelente fonte de proteínas além de ser facilmente digerido pelo organismo. E todas as células sanguíneas são usadas para recompor o próprio sangue vampirico, prevenindo de hemorragias fatais... Por isso cada ferida um sangue. Contudo tudo tem seu preço.
Ao acelerar milhões de vezes o metabolismo o corpo fica extremamente quente, podendo levar o vampiro a desidratação e auto-combustão em minutos. Obrigando os feridos a beberem muita água fria ou se alimentarem dentro de locais resfriados, assim regulam a temperatura do corpo: "para cada sangue uma água".
Mas há um sentido metafórico. Significa "se você fere um vampiro ele lhe devora", sendo muito mais eficiente tentar derrotar um vampiro por suas fraquezas que por agressões. Como o caso do caçador "Assassina da Angola" ou "Orixá Yansã". Estando sendo perseguida por um vampiro, ao invés de tentar matá-lo usando a força, ela o distraiu correndo e se escondendo pelo deserto em um dia muito quente a fazer o vampiro pegar fogo sem ao menos ter percebido, já que estava em Fúria. Alguns vampiros menos fanáticos suspeitam que Lilitus, A Mãe, morreu de tanto comer durante o Dia Da Fúria.
Ao decorrer da viagem a Índia foi simpática e não parecia tão desconhecida. Mesmo assim, quando paramos para acampar me deitei longe dela.
Estava sonolenta e grávida, então podia estar alucinando... Contudo posso jurar ter visto um centauro correr pela mata.
O susto me fez sentir muita dor no ventre e a Índia correu para me ajudar enquanto André dormia ou apenas fingia dormir - homens são babacas. Não gostei da cara que a Índia tinha me parecia estar faminta.
- Foi apenas um susto... Não se preocupe. Não vou deixar nada de ruim acontecer ao meu menino - assumi uma postura defensiva.
- Acho que a menina já está pronta para nascer. Deve ser em poucos dias.
- A ELE - ela ri - não pode nascer agora.
- É uma garota. Tenho certeza. Por que ela não poderia nascer agora? - ela sentou ao meu lado.
- As mães sabem o sexo do bebê - não, não sabem - ELE só pode nascer quando eu e André realizarmos o último desejo de minha avó e não vivemos mais em pecado - um erro não justifica o outro, não é por quê eu a matei que iria decepiciona-la.
- Qual pecado? Deus não existe Francisca - minha mente congelou... Tive plena certeza: "ela vai comer meu bebê".Ao entrarmos no carro eu falei para André sobre o nascimento estar próximo e perguntei quando nos casaria. Resultado: ele entrou em pânico. Não disse nada, mas até a Índia percebeu.
Já ao fazermos mais uma parada eu sai do banheiro para encontrar os dois brigando. Não falaram mais nada durante a viagem.
Já quando estávamos no meio de Santa Catarina acampamos novamente. E eu acordei com apenas a Índia no acampamento. De inicio achei que André havia saído para encontrar algo, até mesmo podia ter ido comprar um cigarro.
Pois ao seguirmos para o carro e Índia entrar como motorista. Veio-me a posibilidade de haver algo errado. Ela parecia chateada, no entanto, menos faminta - onde está André?
Ela não respondeu. Eu fiquei completamente gelada - o quê você fez? Comeu ele? Vai comer nos três durante a viagem... Somos seu lanche! Em cada parada um?
Ela fez uma careta, por um momento achei ter chegado ao meu fim, devorada pelos índios como os bravos e civilizados brancos bandeirantes... Ela me encarou e rapidamente seu olhar se convaleceu - André abandonou você, deixou um bilhete no porta luvas. Ele me pagou para levá-la ao Uruguai em segurança.