FLOWERS

único

Felix nunca soubera ao certo o que significava amor, já que acabou perdendo os pais quando pequeno, e nunca soube como era amor que pais davam para seus filhos. No começo, se sentia sozinho e inevitavelmente triste, pois não tinha um responsável para poder confiar para contar as coisas. Desde os sete anos de idade, morava com suas tias, e as mesmas não eram tão presentes na vida do pequeno Lee. Eram raras ás vezes que tinha a companhia de suas tias.

Quando Felix completou seus quinze anos, podíamos dizer que ele já era um adolescente responsável, tanto que suas tias resolveram o emancipar. Deram dinheiro suficiente para o loiro, para que ele comprasse um apartamento para si. Claro que o Lee ficou feliz com a ideia, mas sentiria saudades daquela casa que viveu a infância inteira e também dos raros momentos com as mais velhas.

Quando, finalmente, tinha seu próprio apartamento, logo tratou de o arrumar do jeito que queria. Demorou alguns dias — chegando mais ou menos a um mês — para que tudo estivesse arrumado. A partir desse dia, tentou se acostumar com as tarefas domésticas que o aguardavam, como: cozinhar, varrer a casa, lavar roupa e coisas desse tipo. Mas com o tempo acabou se acostumando.

Após dois anos morando sozinho — com atualmente dezessete anos — o Lee era um garoto estudioso e amadurecido. Seus vizinhos o invejavam por ter essa idade e, basicamente, ter uma postura de adulto com suas responsabilidades. Se sentia feliz com a vida que construira.

A única coisa que achava difícil morando ali, era fazer amizades com seus vizinhos. Em todos esses anos, só ficou amigo do seu vizinho de porta, Chris. O mais velho era um ótimo companheiro quando estava livre — já que a faculdade tomava metade do seu tempo —, sempre ia no apartamento do Lee e ficavam conversando por altas horas. Felix não se arrependia do dia em que, sem querer, derrubou café em Chan na hora que estava saindo do elevador, porque senão eles nunca seriam amigos desse jeito.

E com Chan, aprendeu o significado de amor, mas aquele amor de irmão — já que o Lee considerava Chan um irmão mais velho. Sabia que Chan estaria consigo em qualquer situação, e Felix transbordava de felicidade quando tinha ideia disso.

Nesses anos em que estava no prédio, conhecia quase todos os moradores que estavam ali, mas ficava observando um em específico, Hwang Hyunjin, que morava um andar inferior ao seu. Já pegaram várias vezes o elevador juntos, e o Lee não poderia negar que o Hwang era perfeitamente lindo, tanto que sentiu uma forte atração por ele na primeira vez.

Atualmente, Felix estava confuso. Faz uma semana que estava recebendo flores de uma pessoa anônima. Toda manhã tinha uma flor diferente em frente a sua porta, e o australiano não poderia negar que ficou muito feliz da primeira vez que recebera. Depois disso achou que era uma brincadeira de Chan, mas tirou essa ideia da cabeça assim que descobriu que o mais velho estava ficando com um garoto de sua faculdade. Só restava ao loiro descobrir quem era que deixava essas lindas flores em frente a sua porta toda manhã.

Quando abriu a porta essa manhã, se deparou com um lindo lírio a sua espera. Sentiu seu coração bater mais rápido e borboletas rodarem seu estômago. Seja lá quem estava por trás disso, lírios eram suas flores favoritas. Felix era simplesmente apaixonado por elas.

— Mais uma vez seu admirador secreto te dando flores? — escutou Chan perguntar saindo de seu apartamento. — Parece que ele sabe suas flores favoritas. Como está se sentindo?

— Podemos conversar? — Felix perguntou querendo entender esse sentimento estranho que o consumiu quando viu as flores.

Chan assentiu e adentrou o apartamento do mais novo. Felix pegou um jarro com água e colocou o lírio lá dentro. Sorriu. Estava se sentindo especial por ter alguém que lembrasse sempre de colocar flores em frente a sua porta.