12.

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dezesseis de janeiro

A viagem estava perfeita. Luan pediu que eu chamasse Bia, e ela topou na hora. Alugamos uma casa em Trancoso, na Bahia.

Quer dizer, o Luan alugou, não nos deixava gastar com nada, fizemos uma compra, e pedíamos coisas diferentes por app.

Luan e Bruna evitaram de postar fotos comigo, mas tínhamos fotos em várias poses juntos. Luan tirava onda de ser o único homem no meio da mulherada, mas ele nos mimava a cada segundo.

Era tudo maravilhoso. Meu psicólogo fez a consulta semanal por Skype, ele achava ótimo que eu estivesse viajando, curtindo. Até me liberou de baixar redes sociais, mas eu não sabia se estava pronta. Decidi esperar mais uns dias.

Estávamos na piscina, e a Bia não parava de falar do Felipe. Eles tinham saído algumas vezes. E ela já estava com saudade. Minha amiga estava realmente apaixonada. E isso era novidade.

— Se você tivesse falado, podia ter trazido ele, Bia. — O Luan, como o bom amigo que é falou.

— É, e eu ficaria de vela? Não, não, Pi.

— Vela de quem, palhaça? — Perguntei.

— De todos vocês, lerda. Imagina a Bia e o Felipe. Aí você e o Luan...

Nesse momento, o Luan estava do meu lado, brincando com meu cabelo.

— Eu e o Luan somos amigos. Quantas vezes vou ter que falar? Não rola NADA.

— É, — ele disse num tom fora do costume — vou olhar a carne na churrasqueira.

E saiu nadando.

— Mas você é uma lerda mesmo, né, Jade. — Bia falou.

— Meu irmão é lerdo, mas tem hora que você supera.

— Uai, gente, o que eu fiz? Nós somos amigos.

— Porquê você quer. — A Bruna disse.

E eu fiquei pensando. O Luan me tratava como tratava elas, eram elas que viam coisas onde não tinha. E eu não podia me iludir, criar esperança. Poucos minutos depois, Luan já voltou e estava tudo normal. E então me convenci. Era só imaginação delas.

vinte e um de janeiro

A viagem tinha sido incrível. Eu estava no meu quarto, enquanto me arrumava. A Bruna tinha ido direto pra São Paulo, pois tinha trabalho a fazer, o Luan foi comigo e com Bia até Curitiba.

Ele dormiria lá essa noite. Ele pediu pra jantar comigo. Dessa vez só comigo. E Beatriz, não tentou impedi-lo. Simplesmente porque ela ia sair com o Felipe. Minha mãe tinha saído com Miguel. Então, eu estava sozinha nessa.

Quando deu 20h, como combinado, Luan tocou a campanhia. Fui abrir a porta, e ele estava lindo, calça jeans, camisa branca, e um paletó.

— Tudo isso pra jantar aqui em casa?

— Não vamos jantar aqui. Pera, você não fez comida, fez? Porque aí eu cancelo a reserva...

— Luan, calma, respira. Não, eu não fiz. Eu ia pedir pizza.

— Ah, então vamos.

— Luan, eu não vou de calça velha e moletom em algum lugar que você fez reserva, por favor, né. Deixa eu me trocar. Entra.

— Eu não acho que seja necessário.

— Quieto, eu vou me trocar e pronto.

E então ele entrou. Eu escutava seus passos pela casa do meu quarto, e eu não tinha noção do que vestir. Não sabia nem onde iríamos. Foi então que vi a peça coringa. Vestido preto. Com um belo sapato, perfeito. Passei uma maquiagem leve, e coloquei a pulseira de Safira. Presente dele.

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