28 - O amor é nosso

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Magnus não saberia dizer há quanto tempo estava dentro daquele carro, mas sabia que não ficou muito tempo em casa depois da festa.

Em algum momento da noite ele saiu o mais silenciosamente possível para não acordar os pais, e voltou pra casa dos Lightwood, estacionando o jeep num ângulo que pudesse enxergar a janela do quarto de Alec.

Horas se passaram e Magnus não percebeu nenhum movimento porque obviamente estavam todos dormindo, mas eram pouco mais de 6h da manhã quando não aguentou aquele aperto no coração e caminhou até a casa, tocando a campainha imediatamente.

Robert e Maryse sairiam para a igreja em algum momento, mas ainda estava cedo demais e ele lamentava ter que perturbar o descanso dos sogros, mas não tanto à ponto de recuar.

Ele tocou a campainha mais uma vez e Maryse abriu a porta, ainda sonolenta e usando um fofo roupão azul.

- Eu sinto muito por aparecer aqui à essa hora, senhora Lightwood, mas eu...

- Está tudo bem, querido. - A mulher interrompeu gentilmente e lhe lançou um sorrisinho triste. Com certeza tinha uma noção dos sentimentos que perturbavam os meninos. - Você pode subir. Izzy está lá dormindo com ele.

Magnus assentiu e suspirou antes de seguir em direção às escadas até o quarto de Alec.

A porta estava encostada e Spot não estava em nenhum lugar à vista, apenas Isabelle estava na cama abraçando o irmão carinhosamente, e apesar de ser muito cedo em pleno domingo, ela estava acordada acariciando os cabelos de Alec que parecia dormir profundamente.

A cena era adorável, mas de alguma maneira partiu o coração de Magnus, e ele podia até sentir os olhos ardendo quando Izzy se levantou com todo o cuidado do mundo para não acordar o irmão e foi até ele, guiando-o pelo corredor pro quarto dela.

- Como ele está? - Magnus se arriscou a perguntar assim que a cunhada fechou a porta, mas sua voz falhou.

- Eu não sei o que você quer que eu diga, Magnus. Ele está muito sensível ainda e foi difícil fazê-lo dormir. Parece até que eu ouvi o coração dele se partindo em algum momento dessa noite, e ele se remexia como se estivesse tendo um pesadelo.

As lágrimas acumuladas nos olhos de Magnus ficaram mais pesadas e começaram a cair enquanto ele se escorava na parede mais próxima.

- Eu nem estou dormindo e parece que também estou tendo um. Foi uma novidade pra mim tanto quanto foi pra ele, e agora parece que o meu maior sonho acabou de se tornar um pesadelo.

- Não fala assim, Magnus. Aquela Universidade é o que você sempre quis e o Alec entende isso. Ele quer e vai te apoiar, mas antes precisa lidar com essa mudança. Ele sabia que um dia te perderia, mas não tinha noção que seria tão cedo.

- Ele não vai me perder, Isabelle. Nem pra faculdade e nem por nenhum outro motivo.

- Eu concordo. Vocês se amam demais pra alguma coisa interferir, mas ele precisa de um tempo pra lidar com a notícia.

- Nós não temos tempo. 3 meses não são nada. - Magnus estremeceu tanto que Izzy se aproximou e o abraçou numa falha tentativa de reconforta-lo. - Nenhum tempo vai ser o suficiente.

- Cunhadinho, me escuta bem. Eu entendo que vocês estão sofrendo agora, mas também acho que estão lidando de um modo errado com essa situação. Isso não é um adeus porque a faculdade não dura pra sempre e eu tenho certeza de que você voltará para vê-lo, não é?

- É claro que eu voltarei, Izzy. Todas as vezes que eu puder e todas as vezes que ele precisar, mas e se eu conseguir me tornar um jogador profissional? Eu vou ter que viajar pelo mundo e eu...

Be My Eyes - MalecOnde histórias criam vida. Descubra agora