Volume 3 | Capítulo 1.2 - Sons Sem Palavras

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Amante do Rei, Mestiça, Lapis Lazuli, Calendário Imperial, 06/12/1505 Niflheim, Palácio do Governador

"As pessoas que estiverem preparadas triunfarão, e as que estiverem atentas não serão derrotadas, então por favor, eu peço a vocês que não cometam o mesmo erro que eu..."

O pedido de Sua Alteza foi bem organizado.

Apesar do raciocínio ter sido montado pelas suas palavras, ele não usou essa lógica para atacar as outras pessoas. Ele mencionou a sua experiência de falha passada, mas ele não parou ali. Suas palavras eram ferozes, e ainda assim, o seu tom era gentil, portanto, era belo.

Os outros Lordes Demônios balançaram a cabeça concordando. A Facção das Planícies aprovou a ideia de se prepararem para a guerra, enquanto a Facção das Montanhas concordou com a de ficarem alertas.

Ela provavelmente sentiu uma premonição de crise assim que a atmosfera fluiu ainda mais rumo ao tópico da guerra. A defensora da paz, Paimon, tomou a frente.

"Dantalian. Esta dama também sente um grande pesar pelo fato do seu Castelo de Lorde Demônio ter sido atacado."

Os Lordes Demônios viraram seus ouvidos em direção a conversa daqueles dois. Sua Alteza Dantalian e Paimon já haviam se enfrentado no passado. Naquela ocasião, Paimon recebeu uma derrota devastadora. Como isto acabaria desta vez? Esta era a expectativa que estava preenchendo o salão.

"No entanto, é difícil decidirmos entrar em uma grande guerra tornando toda a raça humana a nossa inimiga, unicamente porque você foi atacado. Esta dama lhe ajudará na reconstrução do seu castelo, então..."

Sua Alteza sorriu.

"Agradeço-lhe imensamente, Senhorita Paimon. Mas eu devo recusar. Eu não sinto nenhum pesar em especial pela perda do meu Castelo de Lorde Demônio. E mesmo que por um acaso eu sentisse pesar por este incidente, a ocasião em que eu pedirei o seu auxílio, Senhorita Paimon, jamais ocorrerá."

"O que é que você quer dizer com isso?"

"A razão para o Marquês Rosenberg ter me atacado é muito simples. Ele conseguiu em algum lugar o rumor que uma quantidade incontável de ervas negras estava estocada dentro do meu Castelo de Lorde Demônio. Parece que o Marquês acreditava firmemente que eu era o culpado por trás da propagação da Peste Negra.... Não é intrigante?"

Os Lordes Demônios se agitaram.

O pretexto que Sua Alteza havia acabado de revelar se alinhava com a acusação que Paimon fez contra ele durante a Noite de Walpurgis. A Lorde Demônio Paimon e o Marquês Rosenberg compartilhavam da mesma ideia... isto muito provavelmente era algo peculiar demais para ser considerado uma simples coincidência.

Talvez Paimon tivesse espalhado esse rumor intencionalmente?

Este tipo de suspeita era suficientemente plausível.

"Eu estou curioso. De onde será que o Marquês poderia ter conseguido esta informação? Ah, mas é claro, eu não estou duvidando de você, Senhorita Paimon. Afinal, nós somos todos uma família. Algo como um traidor que entregaria um membro da mesma raça, com certeza não há nenhum nesta sala de conferências. Não é mesmo?

"..."

"O Marquês muito possivelmente tem uma rede de informações independente espalhada pelo mundo dos demônios. O Marquês entrou em contato com esse boato infundado por acaso, essa é a minha suposição. Não se preocupe. Senhorita Paimon, você não tem nenhuma responsabilidade direta nisto. Sim, responsabilidade direta..."

O rosto de Paimon enrijeceu.

Foi uma mudança de assunto sutil.

Mesmo que Paimon não houvesse espalhado no rumor no mundo humano, ainda assim era inegável que ela havia feito com que ele circulasse no mundo dos demônios. Se o Marquês conseguiu esse boato vindo dos demônios, então a toda a culpa voltaria a ser da Paimon, já que ela havia criado o rumor inicialmente. Isto poderia ser interpretado como a Paimon tendo contribuído para a destruição do castelo de Sua Alteza.

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