Capítulo Único

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A Partir do dia que Sirius saiu daquela casa - de uma forma épica, o mais novo não podia negar - Regulus soube que aquele era o começo para o caos que sua vida se tornaria, sua vida já não era das melhores e duvidava muito que melhoraria. 

Quando criança ele ainda sonhava com uma vida feliz, com uma família feliz em uma casa feliz. A maioria das vezes que sonhava com isso era quando ele ia dormir no quarto do mais velho, para se certificar que o mesmo estava bem após os gritos infernais de sua mãe que furavam seus ouvidos - e seus sentimentos - como facas, às vezes o fazendo cogitar a ideia de se trancar naquele maldito sótão ate que apodreça e seus ossos se juntem aos entulhos e objetos das trevas daquele lugar. 

Mas Sirius o fazia ficar. 

Mas Sirius nunca ficava por ele.

 Quando Sirius começou a ter seu próprio ponto de vista as coisas mudaram de tal forma que Regulus não usava sequer sair do quarto durante as constantes brigas de Walburga e o garoto. E quando a carta de Sirius chegou, um ano antes da própria carta do pequeno Regulus, o pequeno teve a esperança de que as coisas melhorariam, eles fizeram ate um jantar para comemorar, apenas os dois irmãos inseparáveis. 

Então Sirius foi... 

Sendo selecionado para Gryffindor; 

Esquecendo das cartas toda semana dizendo como era Hogwarts que havia jurado na estação; 

Esquecendo do cartão de feliz aniversário dele; 

Esquecendo de o chamar pelo apelido - Reg. - que insistia o chamar sempre quando a palavra era dirigida a ele; 

Esquecendo de lhe ensinar a escapar dos jantares que tinham em sua casa; 

Ignorando quando dizia de seus pesadelos com as cabeças dos elfos; 

No fim, esquecendo que o irmão que o amava mais do que si mesmo.

 E no começo de julho, quando Sirius voltou, não parava de o perturbar, falando dos amigos e insistindo em fingir que nada tinha acontecido, no começo Regulus até suportou e escutou todas as histórias trezentas vezes, mas depois ele se permitiu a sentir raiva do irmão, por ter o magoado tanto e ainda mais por ter fingido que nada tinha acontecido. 

Ele sentiu falta das conversas banais que tinham, mas não cederia tão fácil assim, o orgulho Black não permitia isso, esse pensamento lhe veio a cabeça, anos mais tarde, quando encarava uma certa bacia com um medalhão dentro e se corrigiu com um sorriso leve em seus lábios, o orgulho Black faria todos morrem por isso.Quando o chapéu cogitou a ideia de o fazer ir para a Gryffindor, ele pode ate sentir uma pontada de esperança, mas sabia que sua mãe lhe mataria se isso acontecesse, o primeiro passo para o definitivo afastamento dos irmãos Black. 

Regulus escolheu a família em vez da própria felicidade. 

Depois de um tempo, não se arrependeu de sua escolha, a Slytherin não era tão ruim como tantos falavam, a incompreensão com as pessoas da casa era algo horrível, e ele se orgulhava muito por seu um. Ele se tornou muito próximo de Rosier e Avery, seus colegas de quarto, ele pode desfrutar um pouco da amizade que tanto ouvira o irmão falar, mas de seu modo. Se sentiu desolado quando percebera que o irmão lhe ignorara, fazendo suas besteiras e fugindo de Regulus sempre que o via, isso o machucou, machucou tanto que sequer sentiu a raiva que deveria, apenas colocou a máscara de indiferença - que tivera que aprender quando pequeno - e seguiu sua vida como tal. Depois de um tempo, ate pensava que sentia tal indiferença - uma mentira, as labaredas da arrogância e idiotice lhe queimavam, mas jurou para si que não iria sentir o gosto amargo do abandono -, mas apenas quando Sirius se foi que ele permitiu chorar, agora nem a indiferença poderia fazer a dor que sentia ser escondida, aquilo o matava. 

Mas agora Sirius tinha o seu novo irmão, e ele ficara sozinho naquela casa horrível. 

A sua vida virara de cabeça para baixo após isso, ele estava de cabeça para baixo, ainda perturbado pelos gritos de seus pais e do irmão querido, ele sentira vontade de berrar para que os pais o deixassem-no ir logo, mas o medo lhe proporcionara a pior cena do mundo, jamais perdoaria aos pais - e a si, por não fazer nada a não ser se encolher na cama e soluçar desesperadamente - por o torturarem. Ele amava tanto o irmão, mas nem isso por isso a sua sede de vingança diminuiria, ò não, sua sede apenas aumentou, dia após dia. 

Talvez não fora apenas a família que lhe influenciara a ser comensal, ele era jovem e tolo, queria a atenção do mais velho para si, sem se importar se fosse negativa ou não, apenas queria que aquela sensação o largasse. 

"Idiota, um completo idiota", ele disse para si, em um sussurro, que por causa do eco e silêncio do lugar fora escutado com facilidade, apoiou as mãos na borda da bacia e olhou para o elfo a sua frente, que olhava tudo aterrorizado e tremulo, deixando o bruxo se remoendo de remorso, pois ele sabia que a última vez do elfo naquele lugar fora traumatizante demais, e agora provavelmente o deixaria ainda mais traumatizado."Kreacher, você entendeu bem o que eu lhe expliquei, certo?" a criatura assentiu. O garoto respirou fundo, sentindo uma coragem irracional lhe invadiu, ele pegou a concha e quando sua boca entrou com a poção, teve certeza de que - mesmo que jamais descobrissem que fora ele - faria um mundo melhor.

\_____XOXO_____/

~Fiz essa one a um tempo, não estava muito segura para postar, mas estamos aqui, não é?

Espero que tenham gostado!

Até mais pessoas!

BrotherOnde histórias criam vida. Descubra agora